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O PASSADO RETORNA

𝓢𝓲𝓷𝓪 𝓓𝓮𝓲𝓷𝓮𝓻𝓽

⚠️ Conteúdo que pode gerar gatilho, se for sensível esse tipo de cena, pule para o fim do flashback ⚠️

{7 anos atrás...}

- Não acredito que você está falando isso pra mim! - Digo nervosa sem nem conseguir olhar em seus olhos.

- Eu é que não acredito que já faz dois anos que estamos juntos e você não me deixa encostar em você! - Ele se levanta da cama.

- Zac eu já falei que ainda não estou pronta pra isso...Você disse que esperaria.

- E eu esperei, por dois anos Sina, DOIS ANOS! Muitos caras não esperariam tanto tempo assim. - Ele passavam a mão no cabelo sem parar, andava de um lado para o outro no quarto.

Eu e Zac nos conhecemos na escola, começamos a namorar e ele sempre foi paciente e carinhoso comigo, mas faz alguns dias que ele começou a insistir no assunto sexo, já conversávamos sobre isso a um tempo e eu sempre repetia que ainda não estava na hora, que eu não me sentia pronta ainda, antes ele parecia entender, mas agora é como se ele quisesse isso a todo custo.

- Já chega! Cansei de você me enrolar, você é minha namorada, já está na hora de ser minha por completo. - Ele começou a tirar os sapatos e desabotoar a camisa.

- Zac, o que tá fazendo? Para! - Falei assustada quando vi ele se aproximar de mim.

- É só você relaxar que vai acabar logo. - Ele subiu em cima de mim, começou a depositar beijos no meu pescoço, passava a mão na minha cintura e começou a levantar a minha blusa.

- Zac para, por favor... Eu estou pedindo, para com isso. - Minha voz saía falhada em meio as lágrimas que escorriam pelo meu rosto. Eu tentava me desvencilhar dele, mas o peso de seu corpo sobre o meu me impedia, eu estava desesperada, tudo o que eu queria era sair dali mas não sabia como fazer isso.

- Eu prometo que você vai gostar. - Ele me beijava e tudo o que eu sentia era nojo, dele por estar fazendo aquilo comigo, nojo de mim por não ter percebido o tipo de cara que ele era e quando eu já não tinha mais forças para me debater na cama, eu apenas fechei os olhos e pedi mentalmente para que acabasse logo aquele sofrimento.

{7 anos depois}

- Oi mãe, cheguei! - Gritei ao entrar na grande casa dos meus pais, o lugar que eu mais amava no mundo, onde eu tenho as melhores lembranças da minha infância.

- Oi minha filha, que bom que você conseguiu vir! - Meu pai veio me abraçar.

- Sebastian eu ouvi a voz da Sina, ela chegou? - Gritou minha mãe do segundo andar da casa, provavelmente ainda estava no quarto.

- É mãe, sou eu! - Respondi gritando também.

- Sininho! - Pietro desceu as escadas correndo e pulou nos meus braços.

- Calma, assim você vai me jogar no chão garoto! - O abracei com tanta força que parecia que eu estava a anos sem ver ele, mas eu o vi semana passada quando vim almoçar aqui com eles.

Antes de soltar Pietro, eu olho para escada e vejo minha mãe descer com um lindo sorriso no rosto, não importa quanto tempo passe, parece que a dona Alexandra fica cada dia mais bonita.

- A princesa retorna ao castelo. - Ela brinca ao vir me abraçar.

- Não sou princesa mãe, estou mais pra plebeia no momento. - Ela me aperta mais forte no abraço.

- Você é e sempre foi uma princesa minha menina.

- Tá bom mãe, eu sou sua princesa! - Ela sorriu mais ainda quando eu disse aquilo. - E cadê o resto dos meninos?

Eu era a filha mais velha de Alexandra e Sebastian Deinert, estou prestes a completar meus 24 anos de idade no próximo mês, tinha também meus irmãos, Josh que é meu irmão gêmeo,  Alex com seus 17 anos e nosso caçulinha Pietro com apenas 4 anos.

- Alex foi comprar umas coisas pra mim. - Meu pai respondeu com Pietro no colo.

(...)

- Eu acho que a Sina devia vir almoçar aqui mais vezes, sempre que ela vem, mamãe faz essas sobremesas deliciosas. - Disse Alex enquanto comia mais um pedaço da torta de morango que nossa mãe fazia.

Nós rimos.

- Só a Sina importa nessa família? Eu vou parar de vir aqui e vocês vão começar a valorizar minha presença. - Falou Josh, dramático como sempre.

- Meu filho, você vem aqui todos os dias, parece que ainda mora aqui. - Minha mãe falou e Pietro caiu na gargalhada.

- A culpa não é minha se a senhora faz uma comida tão deliciosa assim. - Ele disse se levantando e indo beijar o rosto de nossa mãe.

- Você tem é preguiça de cozinhar, que eu sei! - Falei, ele fez uma careta pra mim e eu retribui, todos começaram a rir.

- Alex poderia levar seu irmão lá pra cima? - Disse meu pai, referindo-se a Pietro. - Sua mãe e eu precisamos falar com seus irmãos.

Ele concordou e levou nosso irmão, Josh me olhou como se perguntasse se eu sabia sobre o que era o assunto e eu apenas neguei com a cabeça.

- Bom filha, o assunto não é muito agradável. - Meu pai me olhou com um olhar triste. - Recebemos uma ligação do nosso advogado hoje e ele nos contou que... - Fez uma pausa como se estivesse criando coragem para falar. - Zac será soltou semana que vem.

- O quê? - Josh se levantou da mesa furioso.

Eu estava sem reação, como podem liberar aquele canalha? Depois do que ele fez comigo, eu voltei para casa arrasada, não consegui esconder da minha mãe o que havia acontecido, assim que meus pais ficaram sabendo, deram um jeito de prender Zac por ter me estuprado, mas não antes de Josh ir em sua casa e lhe dar uma bela surra.

- Como? Q-quer dizer... Por que vão soltá-lo? - Perguntei ainda atordoada com a notícia.

- Estão alegando bom comportamento e parece que a família dele conseguiu um acordo com o juiz. - Contou minha mãe, visivelmente abalada também.

- Não acredito que isso está acontecendo! Depois do que aquele desgraçado fez com minha irmã, minha vontade é de acabar com ele com as minha próprias mãos.

- Se acalma Joshua! - Meu pai falou com a voz firme. - Eu também não estou feliz com essa notícia, mas não a nada que possamos fazer agora. Filha, quer que eu coloque o Bruno para vigiar seu apartamento? - Bruno era um dos seguranças do meu pai.

- Não pai, não precisa! Zac não seria burro a ponto de vir atrás de mim depois de todos esses anos.

- Eu não teria tanta certeza assim Sina. - Disse meu irmão me abraçando. - Coloca meu número na discagem rápida e se você achar que tem algo estranho, não importa o horário, me liga que eu apareço lá o mais rápido que eu puder.

- Obrigada! - Ele beijou minha testa e eu o abracei novamente. - Pode deixar, eu vou tomar cuidado e não vai acontecer nada.

Depois daquela conversa, meus irmãos desceram e fomos jogar alguns jogos de tabuleiro que tínhamos em casa, eu tentei ao máximo não pensar em Zac e parecer feliz, mas era difícil. O dia passou e eu voltei para meu apartamento, no dia seguinte eu teria que acordar cedo para ir trabalhar, eu era a principal dançaria de uma das mais prestigiadas companhias de dança da região, já recebi muitos elogios em sites de críticos e revistas digitais, eu realmente gostava do meu trabalho e eu era boa nisso.

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𝐏𝐎𝐑 𝐓𝐄 𝐀𝐌𝐀𝐑 - 𝐍𝐨𝐚𝐫𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora