Epílogo II

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    Epílogo (part. 2)   

Mia Urrea

Minha mãe começou a falar e meu pai ouvia tudo atentamente, minhas pernas tremiam por já saber como vai ser a reação dele, com certeza vai ser um dos maiores surtos que ele já teve, ele vai matar o Pietro, depois disso vai ressuscitá-lo só para matá-lo novamente.

- E a gente acabou discutindo sobre o vestido que ela vai usar no casamento. - Finalizou minha mãe.

Espera, o quê? Eu estava tão preocupada com a reação do meu pai, que nem ouvi o que ela falou, vestido de casamento? Que papo doido é esse?

- Então, estão estranhas assim porque discutiram por conta de roupa? - Perguntou meu pai desconfiado intercalando o olhar entre mim e sua esposa.

- Sabe que eu levo roupas muito a sério. - Mamãe respondeu e isso pareceu convencer seu marido pois ele suspirou pesado e deu de ombros.

- E você pequena, não vai dizer nada? - Perguntou olhando para mim.

- E...Eu não...Eu não sei o que falar. - Gaguejei, eu realmente não esperava que minha mãe escondesse isso do papai.

Eles contam tudo um para o outro e agora ela está escondendo coisas dele, por culpa minha! Eu me sinto péssima por não poder contar a ele como eu me sinto, mas não posso arriscar, ele nunca mais me deixaria chegar perto do Pietro.

- Peçam desculpas uma para outra e tratem de ficar bem logo, não gosto de ver minhas garotas brigando. - Ele segurou minha mão e a da minha mãe. - Eu não sei o que aconteceu, mas tenho certeza de que nenhuma das duas quer continuar sem falar com a outra. Então vão conversar e se acertar, eu tiro a mesa e lavo a louça.

Ele se levantou e começou a recolher os pratos e talheres da mesa. Eu encarava minha mãe, eu realmente não queria continuar assim, queria poder conversar com ela e principalmente, pedir desculpas por ter dito aquilo no carro, mas ela não me olhou hora nenhuma, apenas se levantou da cadeira e subiu para o quarto.

Sina Urrea

Noah estava certo, mas eu ainda estava muito magoada com o que ela disse mais cedo, eu já nem pensava tanto no fato dela ser minha filha e namorar meu irmão, mas em como depois de todos esses anos, ela ainda não sente que sou sua verdadeira mãe.

Subi as escadas e estava indo para meu quarto, mas a porta do quarto de Mia estava aberta, não sei explicar o motivo, mas algo me fez entrar naquele cômodo e eu me sentei em sua cama, mesmo com dezessete anos, minha garotinha não abandonou seu amor pelo rosa, o quarto já não era uma explosão rosa da Barbie, mas ainda tinham muitos detalhes nessa cor, como seu porta retrato que ficava na mesinha de cabeceira dela, o peguei em minhas mãos e comecei a me lembrar do dia em que Noah tirou essa foto dela, estávamos no parque para um piquenique com toda a família, os garotos jogavam bola com o tio Marco e meu pai, enquanto o resto de nós tentava impedir que minha mãe devorasse todas as tortas de morango sozinha, foi um dia muito divertido. Mia estava com um sorriso particularmente mais bonito nesse dia, ela parecia radiante de felicidade.

- Sabe por que eu estava tão feliz nessa foto? - A voz da minha filha se fez presente no ambiente.

Olhei para trás e a vi entrar no quarto, meio tímida e com as mãos para trás, ela se sentou ao meu lado e nós duas ficamos olhando para a fotografia.

- Foi nesse dia que demos o nosso primeiro beijo... - Pude ver um sorrisinho brotar no canto de seus lábios ao dizer aquilo. - Foi atrás de uma árvore.

𝐏𝐎𝐑 𝐓𝐄 𝐀𝐌𝐀𝐑 - 𝐍𝐨𝐚𝐫𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora