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CAPITULO 74

EMBATE DEFINITIVO

𝒩𝑜𝒶𝒽 𝒰𝓇𝓇𝑒𝒶

- Voltamos a nos encontrar, não é mesmo, tenente Noah Jacob Urrea!  - Ele disse sorrindo.

Simon estava sentado em uma cadeira da minha mesa, na mão ele carregava a minha arma.

- Nunca te falaram que invadir a casa dos outros é falta de educação? - Falei calmo, enquanto fechava a porta atrás de mim.

- Recebemos um outro tipo de educação na cadeira, aquele lugar que você me colocou. Mas tenho que dizer que comigo você até pegou mais leve, considerando que o meu filho você colocou em um caixão.

Não quebramos o contato visual desde que eu entrei no apartamento, já tive que lidar com situações parecidas antes, ele está tão confiante, tudo está a favor dele no ambiente e é exatamente isso que vai fazer ele cometer algum deslize.

- Eu me arrependo de ter matado o Micheal. - Falei simples e ele solta uma risada sarcástica. - Você pode não acreditar, mas é a verdade.

Andei até a bancada da cozinha e ele seguiu meus passos com os olhos.

- Engraçado pois eu vim aqui justamente para te fazer se arrepender de ter feito isso, mas já que você está arrependido, acho que não preciso te matar por isso. - Falou se levantando do sofá.

- Você não vai me matar? - Perguntei pegando um copo no armário.

- É claro que eu vou, mas por outros motivos. - Disse e sorriu. - O que está fazendo?

- Bebendo. - Respondi como se fosse óbvio. - Disse que vai me matar, então vou beber antes disso acontecer. - Coloquei um pouco de Whisky no meu copo. - Aceita? - Estendi o copo, oferecendo a bebida à ele.

- Está querendo beber com o homem que vai tirar sua vida?

- Ué, você está na minha casa, está com a minha arma... A propósito, invadiu meu quarto também?

- Assim como todo policial, você é tão previsível tenente Urrea. - Disse passando a mão sobre a minha arma, que ele segurava. - Esconder sua única arma na última gaveta do closet... Uau, tão original. - Senti a ironia em sua voz, ele apontou a arma para mim e a engatilhou.

- Você até pode ter razão em dizer que os policiais são previsíveis, mas errou em uma pequena coisa... - Peguei a arma que fica presa embaixo da bancada de mármore da cozinha. - Essa não é a única arma em casa. - Levantei a arma e apontei para ele. 

Seu olhar vacilou por um instante, boa parte da postura de confiança que ele mantinha desde que eu cheguei, se foi. Se lembra quando eu disse que isso o prejudicaria e acabaria fazendo ele cometer algum deslize, pois se ele tivesse prestado mais atenção, teria percebido que eu estava procurando algo embaixo da bancada em todo momento em que estávamos conversando.

- Uma dica, se quer invadir a casa de alguém da polícia, certifique-se de que olhou em todos os lugares, nunca se sabe onde tem uma arma escondida. - Sai de trás da bancada e agora estávamos um de frente para o outro, estilo duelo em filme de faroeste.

- Agora é matar ou morrer, tenente. - Ele disse e eu engatilhei minha arma.

- Exato, eu mato e você morre. - Falei e sorri, ele riu.

- Gosto da sua confiança.

- Já eu não gosto de nada em você. - Disse sério.

- Eu acredito que tenha se arrependido em matar meu filho, por isso sei que não vai me matar.

𝐏𝐎𝐑 𝐓𝐄 𝐀𝐌𝐀𝐑 - 𝐍𝐨𝐚𝐫𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora