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CAPITULO 45

ATO INCONSEQUENTE E ESPERTO

𝓢𝓲𝓷𝓪 𝓓𝓮𝓲𝓷𝓮𝓻𝓽

Passei praticamente a madrugada toda chorando, tive medo de dormir e aquele homem asqueroso entrar aqui e tentar fazer algo comigo, graças aos céus, ninguém apareceu, mas mesmo assim, só por estar nessa situação, eu não consegui ter sono.

Quando amanheceu, ouvi um barulho de carro vindo lá de fora, então subi na cadeira outra vez para conseguir ver do que se tratava, era um dos caminhões que eu tinha visto ontem, hoje consegui ver melhor o nome que estava escrito e sim, aquele lugar era mesmo uma fábrica antiga de caixas de papelão. Será que Noah já sabe onde eu estou?

Fui arrancada de mesmo pensamentos quando ouço o som da porta sendo destrancada, desço da cadeira e me sento na cama.

- Bom dia querida, dormiu bem? - Era Simon e seu sorriso cínico que me causava enjoou.

- Decidiu recobrar o juízo e veio me soltar? - Ele soltou uma gargalhada.

- Você e seu namoradinho ainda tem muito para sofrer.

Quando ele falou aquilo, passou pela minha cabeça uma ideia muito louca, arriscada mas que talvez pudesse dar certo.

- Ontem você tirou fotos minhas... Por quê? - Perguntei com cautela.

- Mandei elas para seu namorada. - Ele respondeu simples e se sentou na cadeira.

- Está fazendo isso apenas para ver o Noah sofrer?

- Em partes sim. - Ele deu de ombros. - Agora, por que esse interrogatório?

Chegou o momento, eu tenho que tentar, é agora ou nunca.

- Eu queria...Queria gravar um vídeo para o Noah... - Ele me olhou por cerca de uns 5 segundos e começou a rir.

- O que te faz achar que eu deixaria você fazer isso?

- Disse que queria que ele sofresse, olha para mim! - Ele me olhou dos pés à cabeça. - Acha que não vai ser sofrimento o bastante, ele me ver assim? E eu sei que você vai me matar... Talvez eu nunca mais tenha a chance de dizer que o amo antes disso. - Ele ficou analisando a ideia por alguns segundos.

- Um vídeo da namoradinha chorando e dizendo que o ama... Isso pode ser interessante. - Ele me olhou com um das sobrancelhas erguidas. - Tudo bem, vou permitir que grave o tal vídeo.

Ele chamou um de seus homens, que veio com uma câmera e então coloquei meu plano em ação, tentei ser o mais sutil possível, felizmente Simon não estava no momento em que eu estava gravando, mas ele provavelmente vai assistir antes de mandar para Noah, só espero que ele não perceba o que eu fiz.

Assim que terminamos, Simon entrou no quarto.

- Então, como foi? - Ele perguntou para o homem que segurava a câmera.

- Tudo certo chefe, ela só falou umas baboseiras de amor e chorou de uma forma patética.

- Ótimo! Envie o vídeo para o tenente. - Disse e se retirou.

Ele não ia assistir antes? Isso está melhor do que o esperado! Agora, é torcer para que Noah entenda a dica e venha o mais rápido possível.

Algumas horas se passaram e eu continuava naquele quarto sujo, meus pensamentos eram todos em Noah, será que ele já assistiu o vídeo? Será que entendeu a dica? Será que já está vindo me buscar?

De repente um estrondo forte me assusta, a porta foi aberta com tremenda brutalidade.

- O que está acontece... - Não consegui terminar a frase pois um soco atingiu meu rosto com tanta força que eu acabei caindo no chão.

- Se acha muito esperta não é? - Perguntou Simon me puxando pelo braço, fazendo com que eu ficasse de pé outra vez. - Eu poderia te matar agora mesmo, pelo que você fez! - Ele cuspia essas palavras e eu me encolhia cada vez mais.

Meus braços doloridos agora doíam mais com a força que ele estava fazendo em apertá-los, meu rosto latejava e eu tenho certeza que meu olho vai ficar roxo.

- Não sei do que está falando... - Falei fraca e com dificuldade.

- NÃO MINTA PARA MIM! - Gritou e segurou com força me rosto, me fazendo encará-lo. - Isso vai ficar roxo já já... - Disse batendo o dedo no lugar onde ele socou, me fazendo sentir mais dor. - Gosta de gravar vídeos não é? Então vamos gravar mais um.

Ele me arrastou para um lugar que eu ainda não tinha ido, ligou a câmera novamente e começou a falar com Noah, em determinado momento ele gravou meu rosto de perto, eu queria ser força, mostrar que estava aguentado mas eu sentia muita dor e as lágrimas era quase inevitáveis.

Depois disso, eu fui jogada de novo naquele quarto imundo, me encolhi na cama e chorei mais e mais, eu não queria ter que passar outra noite ali, sendo machucada, sem dormir, sem comer direito, eu só queria ir para casa, para minha família, para o meu Noah.

Com esses pensamentos, a exaustão do meu corpo e o cansaço da mente, acabei adormecendo, não sei por quanto tempo eu dormi, mas acordei assustada com o barulho da porta se abrindo, eu estava morrendo de medo, poderia ser Simon vindo me machucar mais, meus olhos ainda estavam embaçados por conta do sono, mas quando eu ouvi uma voz me chamar, eu soube na hora que não era o Simon que estava ali.

- Sina? - Falou a voz aveludada e doce do meu pai. - Filha! Ai meu Deus, meu amor! Finalmente te encontramos minha menina.

Ele me abraçava forte e por mais que eu estivesse dolorida pela bancadas que levei, isso não importava, eu estava nos braços do meu pai, eu estava no lugar onde eu sempre me senti segura, que é no conforto do seu abraço.

- Sebastian, temos que ir! - Disse um homem alto, seu olhar transmitia algo bom. - Temos que tirá-la daqui e dar o sinal à Noah.

- Certo! Vamos meu amor. - Meu pai me ajudou a levantar, saímos daquele quarto e tinham alguns homens de Simon estirados no chão, era uma cena que eu gostaria de apagar da minha memória.

- Lamar, tudo certo! Estamos com a Sina e vamos tirá-la do prédio. - Disse o homem que ainda não sei o nome, em uma espécie de ponto no ouvido.

Fomos caminhando por entre aqueles corredores escuros e quando finalmente conseguimos sair e eu pude sentir o ar livre, fechei os olhos e agradeci por aquele pesadelo ter acabado. Mas então, me lembrei de Noah.

- Pai? Onde está o Noah? - Perguntei preocupada, achei que ele viria nos encontrar mas nem sinal dele.

- Ele ainda está lá dentro minha filha. - Meu pai disse com cautela e acariciando meu cabelo. - Não se preocupe, vai dar tudo certo.

- Fiquei aqui com ela, eu vou voltar para ajudar o Noah e o resto da equipe, pegue a chave, não hesite em ir embora com sua filha caso precise. - Disse o homem que eu ainda não sei o nome, entregando a chave de um carro ao meu pai.

- Obrigada Ron. - Então esse era o nome dele.

- Não precisa agradecer. - Ele fizeram um breve aceno com a cabeça um para o outro e Ron se dirigiu para dentro da fábrica novamente.

Os minutos que mais pareciam horas de tão intermináveis, pareciam não passar. Eu já estava ficando aflita com essa demora, precisava ter certeza que Noah estava bem, então ouvimos vários disparos vindos lá de dentro e meu coração entrou em desespero. Sem pensar muito sobre isso, corri para dentro da fábrica.

- Sina? SINA! VOLTA AQUI! - Ouvi meu pai gritar mas não dei importância, eu sei a real intenção de Simon e eu não posso perder o Noah, eu tinha que ir até lá.

Entrei correndo e desesperada, quando o vi, meu coração parou.

- NOAH?

🦋
O que será que houve com o Noah? Vocês não estão preparados para o próximo capítulo...

𝐏𝐎𝐑 𝐓𝐄 𝐀𝐌𝐀𝐑 - 𝐍𝐨𝐚𝐫𝐭Onde histórias criam vida. Descubra agora