𝐏𝐎𝐑 𝐓𝐄 𝐀𝐌𝐀𝐑 - 𝐍𝐨𝐚𝐫𝐭

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CAPITULO 9

O QUE IMPORTA É O QUE VAMOS VIVER AGORA

𝒮𝒾𝓃𝒶 𝒟𝑒𝒾𝓃𝑒𝓇𝓉

Eu confesso que depois do Zac, eu comecei a ter certa dificuldade de me entregar a alguém, demorou anos para que eu me sentisse a vontade e segura para ter algo com outra pessoa, eu até tive um namorado e ele me fazia muito bem, mesmo sem saber os meus motivos, ele sempre foi carinhoso e cuidadoso quando tínhamos relações, mas mesmo assim eu não ficava à vontade quando sentia seu toque, era como se meu corpo travasse e o medo me dominasse. Mas hoje, com o Noah foi diferente, eu queria aquilo, meu corpo pedida pelo seu toque, meu coração batia mais forte e eu desmoronava em seus braços cada vez que sentia seus lábios percorrerem cada parte de mim, quando estávamos totalmente entregues um ao outro, eu não pensava em nada, apenas nas incríveis sensações que ele me causava, era como se não existisse nada além de nós dois, nada de trauma, nada de medo, somente ele e eu, unidos.

- Eu tenho que te confessar uma coisa. - Disse apoiando meu queixo em seu peito.

Estávamos deitados na minha cama, depois que saímos do nosso "banho", não nos preocupamos com as roupas, afinal as de Noah precisavam secar e se ele não iria se vestir, não tinha motivos para eu me vestir também.

- É agora que você vai se declara pra mim? - Ele disse com um sorriso divertido no rosto.

- Não, eu vou deixar você ter a honra de fazer isso primeiro. - Brinco de volta e lhe dou um selinho. - Mas é sério, eu quero te contar uma coisa que acho que você não sabia. - Falo me sentando na cama, ficando de frente pra ele, que também se sentou e agora estava encostado na cabeceira da cama.

- Tudo bem, pode falar.

- Quando éramos pequenos, eu tinha uma quedinha por você. - Ele me olhou por alguns segundo e depois começou a rir. - Tá rindo de que, posso saber? - Olhei pra ele e franzi o cenho.

- E você achou que eu não sabia disso? - Disse ainda rindo. - Deinert, você me agarrou atrás da árvore e me beijou no meio do esconde-esconde!

- O quê? - Fiz cara de surpresa, como ele ousa dizer que eu agarrei ele. - Eu não te agarrei! - Dei um tapa de leve no braço dele.

- Eu era apenas um garotinho inocente e você foi lá me corromper Sina, que coisa feia. - Disse fazendo cara de inocente e movendo a cabeça em sinal de negação.

- Pois se eu bem me lembro, o garotinho inocente foi logo me beijando depois que eu supostamente te agarrei. - Ele cerrou os olhos e ficou com uma cara de " supostamente? ".

- Lógico, o que queria eu fizesse? Quando uma garota bonita te beija, você beija ela de volta.

- Ah é? - Ele deu de ombros, eu me inclinei sobre ele e o beijei. - Essa regra ainda tá valendo? - Ele sorriu e me beijou. - É tão bom estar assim com você. - Me aconcheguei entre seus braços e encostei minhas costas em seu peito.

- Eu poderia passar a vida toda aqui abraçado com você. Apesar de ter demorado, acho que nos reencontramos no momento certo.

- E mesmo que nosso reencontro não tenha sido nas melhores circunstância. - Ele ficou em silêncio por tempo demais. - O que foi? - Perguntei me desvencilhando para olhar em seu rosto.

- Talvez essa não seja a melhor hora para falarmos sobre isso, mas como você tocou no assunto... - Ele parecia não ter coragem de perguntar o que queria. - Eu li a ficha do Zac, eu sei o motivo dele ter sido preso da primeira vez.

Eu me afastei e sentei abraçando as minhas pernas contra meu peito. Não sei se essa era a hora de contar a ele e talvez ele nem precisasse saber sobre o que aconteceu, mas ele continuou falando.

- Na ficha não falava nada sobre você, tudo que eu sei é que vocês tiveram um envolvimento amoroso... A vítima era menor de idade e - Antes que ele continuasse eu o interrompi e comecei a contar.

- Zac era meu namorado, estávamos namorando a dois anos, na época eu tinha 17 anos... - Eu não conseguia falar olhando para ele.

- Não precisa me contar se não quiser. - Ele disse com uma doçura tão grande na voz que me deu coragem de continuar contando o que aconteceu.

(Conteúdo sensível )

- Estávamos no quarto dele, nos beijando quando ele tentou levantar minha blusa. - Naquele momento eu comecei a sentir uma vontade de chorar mas respirei fundo e continuei. - Eu disse que não estava pronta ainda, ele ficou com raiva, gritou que já tinha esperado demais e que ele tinha direitos por ser meu namorado...Ele...Ele se deitou por cima de mim. - Nesse momento não consegui controlar e as lágrimas começaram a queimar meu rosto. - Eu tentei sair, eu tentei me debater mas o peso do corpo dele me impedia, eu pedi, eu implorei... Eu supliquei que ele parasse, mas ele não parou. - Tive que parar para secas meu rosto e respirar fundo. - Eu sentia nojo dele encostando em mim, me beijando... E quando ele conseguiu o que queria... Foi como se eu tivesse morta, o meu corpo estava lá mas minha alma tinha sido arrancada de mim e sabe o que ele fez quando acabou? - Finalmente tomei coragem de olhar para Noah e vi que seu rosto era uma mistura de raiva e tristeza. - Ele simplesmente se deitou ao meu lado e dormiu, como se o que ele tinha acabado de fazer, fosse a coisa mais normal do mundo. - Comecei a chorar compulsivamente e Noah rapidamente me abraçou.

- Eu sinto muito minha Sininho... Sinto muito que você tenha sofrido assim. - Ele me abraçava e eu me senti tão segura nos seus braços. - Você não faz ideia do ódio que eu estou sentindo desse cara agora, ele não tinha o direito de te fazer passar por isso, mas também estou com raiva de mim mesmo por não ter estado ao seu lado quando você mais precisou, se eu estivesse com você nessa época talvez... - Ele acariciava meu cabelo e eu já não sentia mais vontade de chorar, a presença dele ali comigo me trazia paz.

- Não! Não fala isso! - O interrompi e segurei seu rosto entre minhas mãos, olhei no fundo dos seus olhos. - Você não pode pensar assim, nunca saberemos o que teria acontecido se a gente não tivesse se afastado, mas nada disso importa, nada do que vivemos separados no passado importa, porque o que importa é o que vamos viver agora! - Sorri com ternura pra ele. - Juntos!

- Eu te prometo que nunca vou deixar que nada de ruim te aconteça de novo. - Ele me abraça e ficamos um longo tempo assim, sem dizer nada, apenas sabendo que nada vai poder nos separar outra vez.