48. Dessa vez é sério

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Meike não parou para pensar que ela ia realmente passar a noite na casa das montanhas com Jack, agora que os dois tinham começado a namorar oficialmente. Depois que Hendrik e Anya voltaram para Nova York, ela se juntou a Marlene na cozinha para terminarem o jantar e em pouco mais de meia hora, tinha se sentado à mesa da cozinha na companhia de Jack, Marlene e Harper, numa conversa muito mais descontraída e que envolvia as loucuras de Hendrik sendo atestadas pelos empregados para um Jack descrente.

A noite ia um pouco alta quando Marlene arrumou as coisas na cozinha para se retirar, mas não antes de deixar separado para Meike uma porção de marshmallows e chocolate quente. Harper repôs a lenha na lareira, acendendo-a para deixar a sala mais quente na noite que já tinha esfriado bastante, para se retirar também depois de organizar tudo que era necessário para a viagem de volta no dia seguinte.

– Eu peguei tudo da cozinha! – Meike chegou à sala com a lareira acesa, carregando a bandeja com os marshmallows e duas canecas de chocolate quente. – Hmmm, está muito frio, JJ, você não tá com frio?

– Se quiser que eu te esquente, é só falar. – a resposta de Jack foi com um sorriso no canto dos lábios que deixou Meike vermelha até as orelhas, e se ele não tivesse se aproximado para pegar a bandeja, talvez ela tivesse derrubado tudo.

– JJ! Não diga essas coisas!

– Por que não? – ele segurou a bandeja debaixo das mãos dela e inclinou o rosto até estar próximo demais de Meike. – Nós estamos namorando de verdade agora. E estamos sozinhos.

A jovem abriu e fechou a boca algumas vezes, mas perdeu a capacidade de racionalizar com a proximidade de Jack. Inconscientemente, ela desviou a atenção dos olhos dele até os lábios e depois para os olhos de novo, notando aquela expressão usualmente confiante e o sorriso costumeiro. O único som que deixou seus lábios entreabertos foi um "E-e-eu" balbuciado e quase inaudível que antecedeu uma risada entretida de Jack.

– Eu sei que sou irresistível. – ele adicionou, finalmente conseguindo uma reação de Meike.

– Você é um bobo, isso s-!

A irritação dela foi interrompida quando, ainda segurando a bandeja entre os dois, Jack cobriu o curto espaço entre eles e uniu os lábios aos dela. Meike prendeu o ar ao sentir o toque suave e o beijo gentil, só tinha se acertado de verdade com Jack há duas noites, ainda nem sabia como reagir direito àquela proximidade recém-adquirida dos dois. Quando ele se afastou, ela ainda estava segurando o ar e Jack sorriu diante do rosto vermelho.

– O que você estava dizendo? – Jack afastou a bandeja das mãos de Meike, levando para a mesa de centro próximo à lareira.

– Eu... eu... estava... hm... – Meike nem conseguiu retomar os pensamentos anteriores e Jack se aproximou de novo.

– Foi o que eu pensei. – ele riu, segurando a mão dela e puxando para se sentar diante da lareira. – Então, podemos só colocar os marshmallows no fogo ou você tem alguma técnica secreta de sobrevivência pra multiplicar marshmallows que eu ainda não descobri?

– Não existe nada disso, você é exagerado, JJ. – a loira se aproximou para se sentar ao lado de Jack, mas antes que ela conseguisse sequer cruzar as pernas, Jack puxou sua mão com um pouco mais de ímpeto, até que ela quase caísse sentada no meio das pernas dele. – Jack!

– Onde você estava pensando em sentar, loirinha?

– E-e-eu... eu só... é que...!

– Ontem à noite você não se importou de dormir agarradinha comigo. – ele respondeu, e sorriu ao ver as orelhas e a nuca dela vermelhas, como tinha sido na noite anterior dentro da caverna.

Um Chamado do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora