27. Rico, influente e louco

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Meike podia ainda estar em crise por conta da situação com Jack, e bem queria a companhia de Anya para poder comentar mais mil e uma vezes sobre o amigo que não tinha lhe mandado uma mensagem sequer já fazia quase uma semana desde a declaração e o beijo inesperados, mas ainda podia se surpreender por receber uma ligação do número privado de Hendrik no meio da noite.

Meike, pode me enviar uma mensagem quando a Anya chegar no seu apartamento?

De novo, sequer havia um "alô?", ou "tudo bem?", Hendrik ia direto ao ponto. Meike teria reclamado da objetividade, mas o pedido dele foi bem inusitado.

– Eu achei que ela ia dormir no seu apartamento, aconteceu alguma coisa?

Nada demais. Ela está indo pra o seu apartamento. Me avise quando ela chegar.

– E por que ela não pode te avisar quando chegar? – a loira perguntou, um pouco confusa.

Meike, por favor. É um pedido muito simples.

Meike ainda pensou em protestar mais uma vez e perguntar mais a fundo, mas resolveu não se intrometer demais. Diferente dela e de Jack, Hendrik e Anya eram um casal, não seria surpresa que os dois tivessem alguma briga estúpida de vez em m quando.

– Certo, eu mando uma mensagem.

Obrigado. – e desligou o telefone do outro lado.

Não demorou muito para que Anya chegasse ao apartamento, embora Meike estivesse muito interessada em discutir mais sobre a sua situação com Jack, além da reunião extraordinária que tivera naquela tarde com um comandante da marinha, a expressão de Anya estava tão abatida que ela ficou preocupada com a morena.

– Você está bem, Anya? Achei que fosse dormir com o Micha hoje.

– Estou, só... o ensaio foi muito cansativo. – respondeu Anya, deixando a chave dela do apartamento no gancho na entrada. – Eu não ia descansar bem no apartamento do Hendrik mesmo, então, melhor voltar para cá, não é?

– Hm. Você parece cansada mesmo. – disse Meike, apenas acompanhando a morena com o olhar.

– Você queria falar alguma coisa do Jack? – a morena nem voltou a atenção para Meike, só esfregou o espaço entre os olhos e se encostou à parede que dava no corredor para os quartos.

– Ah, não era nada, pode esperar. Vá descansar, amanhã conversamos. – a loira sugeriu.

– Certeza?

– Hm-hum. Obrigada pela consideração, mas preciso de você descansada para ouvir minhas reclamações. – respondeu Meike, e Anya só sorriu em resposta.

– Vou aceitar a oferta então. – disse Anya. – Vou tomar um banho e dormir. Boa noite, Meike.

– Boa noite.

Anya seguiu na direção do banheiro para tomar um banho, enquanto Meike pegava o celular para digitar a mensagem rápida para o irmão avisando que Anya tinha chegado bem em casa. Só recebeu uma mensagem rápida de "obrigado" de volta, mas continuou encarando a tela do celular por alguns longos minutos antes de cair no sono, pensando se deveria ou não ligar ou mandar uma mensagem para Jack naquele meio tempo.

Ela acabou se rendendo a não mandar nenhuma mensagem, já que não tinha recebido nada também, e tanto quanto ela não falou sobre Jack no dia seguinte, Anya nem mencionou Hendrik. Antes que Meike pudesse perceber, o domingo tinha chegado e ela nem tinha recebido nada do amigo, a ponto de quase esquecer as preparações para o próprio aniversário.

– O Jack é um estúpido mesmo!! Eu não acredito que ele não me ligou nem mandou mensagem nem apareceu pra falar comigo!!! É o meu aniversário! Ele devia estar aqui mesmo que o resto do mundo estivesse acabando! – reclamou Meike, colocando o copo de suco de uva na mesa com bastante força, quase agindo como se houvesse uma gota de álcool sequer no copo de vidro.

Um Chamado do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora