Um Chamado do Destino

13. Sorvete, café e chuva

Quando Meike e Jack saíram do bar naquela noite, a loira sentia as bochechas dormentes do tanto que tinha rido com os jogadores do time de Jack. Eles pareciam enormes e assustadores, mas eram muito mais engraçados do que ela esperava. Mais de uma vez, quase engasgou na bebida que tomava, enquanto Jack era alvo de muitas das conversas que eles estavam compartilhando. E ainda havia uma série de informações que ela não fazia ideia da vida de Jack mesmo que eles fossem amigos há tanto tempo.

– Seus amigos são muito bons, JJ, devia ter me apresentado antes. – ela falou, quando estavam saindo do bar para ir buscar o carro.

– E você estava era muito distraída com eles pro meu gosto. – Jack reclamou, passando a mão na cabeça da loira só para bagunçar os cabelos.

– Ei!! Não faz isso, sabe que não gosto! Você é muito bobo, JJ.

– Você está de carro? Vou te levar pra casa.

– Tô sim, eu ia passar pra levar a Anya tamb– ah! Eu esqueci! A Anya!

Meike pegou o celular na bolsa para conferir finalmente depois das longas horas do jantar e viu que havia algumas ligações perdidas da nova amiga, mas a loira só riu da situação, seguindo pela rua até o próprio carro antes de ligar de volta.

– E aí, seu plano do mal deu certo?

– Pelo tanto de ligação, eu acho que ela quer me matar.

– Bem-feito, vai querer se meter na vida amorosa dos outros. – Jack retrucou, e chegaram ao carro de Meike, onde ela se encostou para ouvir o celular chamando insistente o outro lado.

– Ela não está atendendo, será que está com raiva de mim?!

– Eu avisei.

– JJ, você não tá ajudando! E ela ainda tá com o pé machucado, ora. Vou ligar pro Micha pra saber o que aconteceu. – ela ligou para o número do irmão e em alguns instantes, ouviu a mensagem do outro lado para o celular desligado, o que era inédito. – Nossa, nunca ouvi mensagem do celular desligado. Vou ligar pro outro número.

Jack só observou enquanto Meike ligava para o irmão mais velho e arqueou uma sobrancelha, talvez entendendo a situação bem mais rápido do que a ingênua Meike. Depois de um par de chamadas do outro lado, Meike finalmente recebeu uma resposta.

– Ah, David! Estou tentando falar com o Micha, o outro número está desligado.

– Boa noite, Srta. Ackermann. Eu também tentei falar com ele, mas não consegui. Só sei que ele foi para o jantar que a senhora me pediu para reservar.

– E ele não retornou até agora?! E se aconteceu alguma coisa com ele, David!

– Ele reservou uma suíte no hotel, imagino que tenha bebido, por isso não dirigiu e resolveu ficar lá. A senhorita quer o número do quarto?

– Ah... ele ficou no hotel? – Meike arqueou as sobrancelhas. – Sim, me passe o número de lá pra eu falar com ele e saber se est-ei!

Jack puxou o celular da mão da amiga e levou até o ouvido, sob os protestos da menor.

– Pode deixar, David, aproveite as oito horas de sono com o maluco com o celular desligado. – Jack falou, desligando o celular em seguida.

– Ei, JJ! Eu ia pegar o número do hotel! – Meike pegou o celular de volta da mão dele.

– Você é muito inocente, loirinha. Não entendeu? Sua amiga e seu irmão devem estar é dormindo juntos a essa altura.

– O quê?! – a voz de Meike subiu pelo menos dois níveis com a surpresa do comentário de Jack e ela quase deixou o celular novinho cair no chão.