04.

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ALICE PASSOU A NOITE DO DOMINGO SE REVIRANDO NA CAMA, ela estava tentando ter outro sonho, algo que pudesse realmente ajudar a encontrar seu irmão, mas nada veio, a noite inteira, ela mal dormiu, pois ficava tentando mentalizar alguma coisa pra sonhar, e nada vinha. Talvez o universo tivesse desistido dela, talvez ela tivesse desperdiçado sua chance de evitar aquilo, era isso que não saía da cabeça dela, que era culpa dela, que ela devia ter feito mais, devia ter avisado, não devia telo deixado sozinha, ela devia saber que algo ruim ia acontecer, no fundo, ela sabia e não conseguia não pensar sobre isso.

- O que tem de errado com você? - Ela sussurrou pro espelho do banheiro.

Então ela lavou o rosto e desceu as escadas, encontrando seu pai na cozinha.

- Pai? - Ela chamou - Podemos conversar? - Ele parou o que estava fazendo a olhou, como se desse permissão pra ela falar - Você não vai gostar disso mas... Eu acho que eu sonhei com o desaparecimento do Billy e do Griffin... - O pai começou a negar com a cabeça, incrédulo - Eu acho que eu sonhei com o Vance também...

- Para de falar besteira, não é hora - Ele disse no mesmo instante.

- Eu sei que parece besteira... Mas eu acho que posso ter previsto ou sentido, sei lá...

- Previsto? Então porque não avisou o seu irmão então? - Ele ironizou.

- Eu não sabia o que era pai... Eu... Eu só to pensando melhor sobre isso agora... - Ela começou a balançar as pernas nervosamente - A mamãe também tinha sonhos...

- Sua mãe era louca! - Ele exclamou.

- É só que talvez ela tivesse algum truque pra controlar isso e...

- Não.

- Eu pensei que...

- Para de falar besteira! - Ele gritou batendo a mão na mesa, fazendo a garota se encolher - Sua mãe era louca. Seus sonhos não significam nada. Deixe a polícia fazer seu trabalho...

- Com que pistas? Que sinal?

- Alice...

- Eu só quero meu irmão de volta!

- Ele não vai voltar por causa dos seus sonhos estúpidos! Ouviu!?

- Eu ouvi... - Ela se encolheu.

- Então repita.

- Meus sonhos não significam nada - Ela engoliu em seco.

- Pode ir pra escola agora... - Apontou pra porta.

- Desculpa - Ela murmurou se levantando e caminhando até a porta.

Quando ela atravessou a porta, ela respirou fundo e cerrou os punhos apertando a unha na carne da palma da mão. Ela não sabia dizer dizer se estava com raiva do pai ou dela mesma.

- Garota estúpida! - Ela grunhiu pra si mesma ao chutar a lixeira do vizinho enquanto passava pela rua - Sonhos estúpidos! - Ela chutou mais uma vez - Sequestrador estúpido! - E mais uma vez - Isso não é justo! - E outra vez, com mais força.

- Por favor, não seja presa por baderna - A voz de Lexie chamou sua atenção.

- Baderna? É um lixeira - Ela franziu o cenho.

- É a lixeira de alguém... Poderiam te denunciar por destruição de propriedade - Explicou Lexie, se aproximando da amiga.

- Que se foda a propriedade - Alice resmungou saindo na frente, a morena a seguindo.

- Certo - Lexie correu pro lado dela - Como você está?

- Como eu estou? - Alice resmungou - Como eu estou? - Ela se virou pra Lexie sem responder - Seu pai falou alguma coisa? A polícia... Tem alguma... Pista?

ATLANTIS ; the black phoneOnde histórias criam vida. Descubra agora