05.

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ALICE SABIA QUE NÃO PODIA ACHAR NADA SOZINHA, naquela manhã, ela foi na policia, ela achava que talvez pudesse ajudar. Mas é um pouco óbvio que a polícia não acreditaria nos sonhos de uma garota de 13 anos, por mais que ela explicasse, eles não viam lógica em ela saber tudo aquilo por causa de sonhos. As vezes nem Alice acreditava nela mesma.

- Como exatamente funcionam esses sonhos? - O inspetor perguntou.

- Eu não sei como funciona - Ela foi sincera e bufou estressada - Eu só sei que ele não tem muito tempo...

- Alice... - Ele disse cautelosamente - Não é possível que você esteja apenas estressada com tudo isso?

- O que? - Ela franziu o cenho.

- Eu sei que está preocupada com seu irmão, é normal em situações assim...

- Você não está escutando!

- Eu estou escutando - Disse ele, olhando pra ruiva - Mas eu não posso ir atrás de algo que uma garota viu num sonho...

- E se meus sonhos forem reais? - Ela questionou.

- As vezes, quando passamos por algo ruim, a nossa mente pode pregar peças...

- Isso não explica os outros sonhos - Ela começou a balançar a cabeça - Eu sabia que alguma coisa ruim ia acontecer... Eu senti... E eu não... Não fiz nada - Ela murmurou a última parte.

- Quer um conselho? Não se culpe pelo que aconteceu...

- Se você não fizer nada agora, ele vai morrer.

- Nós vamos fazer o possível pra achar seu irmão - Ele a encarou.

- O possível? O que você tem? Balões pretos?

- Como sabe disso?

- Agora você vai me questionar? Eu vi no sonho, idiota! Os balões, a van, o homem mascarado!

- Onde exatamente você viu tudo isso?

- Porque ta me olhando assim? Você acha que eu sequestrei meu irmão!?

- Srt. Hopper...

- Você já viu meu irmão lutar!? Se ele estivesse aqui ele faria você comer merda de olhos fechados! - Foi o jeito dela de dizer que precisava ser muito forto pra sequestrar Vance Hopper.

- Você usa essa linguagem normalmente? - O homem parecia chocado.

- Não sei, você é estúpido assim normalmente!? - Ela exclamou.

- Chega, eu preciso chamar seu pai...

- Meu pai? - Ela se ajeitou na cadeira - Não. Não precisa! Eu posso voltar sozinha...

- Garota, mas você devia estar na escola...

- Ele não pode saber que eu vim aqui, não fala pra ele sobre os sonhos - Ela disse imediatamente.

- Devia ter pensado nisso antes de xingar um policial - O homem explicou.

- Vai se foder!

- Meu deus! Você é mesmo irmã do seu irmão... - O homem piscou incrédulo.

Quando seu pai chegou, os policiais falaram com ele e Alice ficou esperando, e mesmo pelo vidro, ela pôde sentir o olhar gélido do pai.

- O que eu te falei, Alice? - O homem falou assim que ela sentou no banco ao lado dele no carro.

- Pai, eu só pensei que...

- O que eu te falei!? - Ele repetiu num tom mais alto.

- Que meus sonhos não significam nada... - Ela engoliu em seco e falou baixinho.

ATLANTIS ; the black phoneOnde histórias criam vida. Descubra agora