Still In My Heart

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Estávamos estudando a 2h, Billy era rápido em pegar as palavras e tinha facilidade, só lhe faltava interesse e acho que correr o risco de não jogar era um incentivo e tanto.

Meu telefone tinha tocado pelo menos umas 5 vezes nesse período, as mensagens não paravam de chegar e eu tentava ignorar ao máximo, mas já estava ficando difícil me concentrar.

-Ok atende logo essa coisa antes que eu jogue na rua- falou Billy completamente irritado.

-O que foi?- falei atendendo o telefone.

-Querida por favor vem pra casa, vamos conversar- falou meu pai quase suplicante.

-Vai desistir dessa ideia maluca?- perguntei torcendo pra que ele tenha mudado de ideia e avisado que não poderia ir.

-Sabe que não posso querida- falou me fazendo respirar fundo.

-Tchau pai- falei desligando sem esperar ele falar qualquer outra coisa.

-Problemas com o papai?- perguntou de forma cínica.

-Se fossem só problemas seria bom- falei encarando o livro de francês- bom melhor continuarmos.

Ele não levou o assunto adiante, e passamos mais 1h estudando, estávamos ambos exaustos e já era tarde, me despedi de Billy e decidi que seria melhor ir pra casa.

-Espera- gritou ele saindo pro lado de fora da casa.

-O que foi?- perguntei me virando.

-O que acha de uma pizza? Eu acho que cairia bem depois de 3h de francês- falou com as mãos no bolso.

-Acho que não é uma ideia tão ruim- falei me virando e indo para o carro com ele atrás de mim.

Entramos e eu dirigi até a pizzaria mais próxima, nos entramos e pedimos uma pizza, não tínhamos assunto o que dificultava um pouco, eu estava distraída olhando pra minhas mãos quando o ouvi perguntar.

-Agora está afim de contar o que aconteceu?- peguntou calmamente.

-Meu pai vai pro Vietnã em um dia, ele sabe a 3 dias mas decidiu não contar pra ninguém até agora.- falei, eu não sabia se falar foi a escolha certa, mas liberou um certo peso.

-Sinto muito- foi a única coisa que ele falou, e eu não o julgo já que não tinha muito o que dizer sobre a situação.

Nos comemos a pizza e falamos sobre assuntos rotineiros, estar com alguém da qual você não compartilha uma rotina parecida fica mais difícil pela falta de assunto e foi exatamente o que aconteceu.

Como sua casa era no caminho da minha eu o deixei lá primeiro e depois fui embora.

Assim que cheguei em casa estava um silêncio completo, as luzes apagadas com excessao do brilho da TV ligada.

Entrei devagar e coloquei pendurei minha bolsa o mais silenciosamente possível, fui em direção a sala e vi meu pai sentado olhando fixamente pra TV.

Não vou negar que sua expressão me deu uma sensação de tristeza, mas eu ainda estava brava por toda a situação.

Porém naquele momento deixei esse orgulho de lado e me sentei ao seu lado, ele me olhou e eu o abracei o mais forte que podia.

-Sei que fui uma babaca com você, mas não quero que vá, não quero que aconteça a mesma coisa ou pior- falei o abraçando.

-Sei que se sente assim, mas isso é importante pra mim querida e queria muito que fosse importante pra você da mesma forma- falou.

-Eu te apoio e sempre vou apoiar, só por favor, me promete que vai voltar- falei agora o encarando.