Eu acordei em um lugar macio e quente, abri os olhos e vi que estava no meu quarto, comecei a lembrar de tudo que aconteceu.
Sai da cama e desci as escadas indo em direção às vozes na cozinha.
-Lauren querida, finalmente acordou, fiz chocolate quente- falou minha mãe colocando as canecas e o pote de marshmallows na mesa.
Olhei em volta e vi Susie comendo biscoitos e Billy, seu cabelo estava molhado e ele usava roupas que eu conhecia bem.
-Porque ele está com as roupas do papai?- perguntei com um pingo de raiva por ele estar as usando.
-Ele estava todo molhado e precisava de roupas querida- falou minha mãe já não tão animada.
-Bom ele não pode as usar, são do papai ele vai tirar o cheiro- falei em um tom mais alto.
-Ele foi até a praia te procurar na chuva Lauren, ele precisava de roupas secas, não cause um escândalo por isso- falou.
A praia, eu não tinha voltado pra areia com a prancha.
-Minha prancha, onde está minha prancha?- perguntei, talvez o mar a tivesse empurrado pra areia.
-Não tinha prancha quando te achei Lauren- falou Billy com convicção.
- Besteira- falei correndo até a garagem, eu sabia que eles me seguiam, ou pelo menos me encaravam, eu sentia isso- eu preciso da minha prancha, onde ela está?- falei completamente alterada.
-Talvez o mar a tenha levado querida- falou minha mãe tentando me acalmar.
-Eu tenho que pegar ela- falei correndo da garagem em direção a porta da saída, eu sabia que seria impossível pegar a prancha, mas algo na minha mente me obrigava a querer ou ao menos tentar.
Eu corri até a parte da frente da casa ouvindo meu nome ser chamado, a chuva ainda caia forte e estava frio.
Senti que não usava sapatos e meu pijama não era capaz de nada.
Senti braços ao meu redor me segurando e me levando pra dentro, eu me debatia tentando me soltar, mas Billy era muito mais forte.
-Me solta droga, me solta- falei lutando mais um pouco até que se fez silêncio só podendo ser ouvido um soluço que saiu da minha garganta.
Billy continuou com os braços ao meu redor sussurrando que estava tudo bem, mas não estava.
-Ele me deu ela, ele me deu a prancha e eu a perdi- falei sofrega.
-Ei tá tudo bem, tá tudo bem- sussurrou Billy no meu ouvido.
A questão era, talvez eu esteja meio esotérica, talvez eu precise ser parada hoje, mas depois dos últimos acontecimentos do ano eu não ligava mais.
Eu simplesmente não ligava para o que ia acontecer comigo.
Ser enganada por Billy doeu, e muito, mas perder meu pai, a única pessoa que sempre me entendia é tentava ao máximo ser compreensivo foi agonizante.
E saber que eu não tinha uma das melhores coisas que ele já me deu por simplesmente burrice foi péssimo.
Os dias passaram devagar e eu não tinha ânimo pra nada, mas mesmo assim Billy aparecia lá em casa uma ou duas vezes no dia.
Minhas faltas na escola só aumentavam e isso precisava parar.
Neguei ir ao psicólogo e não podia negar que estava triste por fazer isso tudo com minha mãe, mas o que eu podia fazer? Não era só apertar um botão que tudo ficaria bem.
Acordei de manhã e não tinha ngm em casa, Susie tinha uma conferência então saiu ontem e minha mãe uma reunião a fazendo sair mais cedo.
Olhei no relógio e vi que ainda eram 7h da manhã, desci até a cozinha peguei uma tijela de cereais e sentei na ilha para comer.
De repente ouvi a campainha tocar, levantei e fui até a porta a abrindo e vendo Billy escorado olhando pras próprias mãos.
-Oi?- falei.
-Oi- falou começando a entrar sem me dar chance de falar nada.
-O que veio fazer?- perguntei fechando a porta.
-Vim te obrigar a se arrumar, vamos para a escola, além de que hoje as cartas de aceitação começam a chegar.-Falou meio ansioso.
-Eu não sei se quero ir, e não mandei nenhuma carta pra nenhuma faculdade- falei me sentando novamente e comendo meu cereal.
-Bom você vai querendo ou não, é eu tomei a iniciativa por você e mandei as cartas em seu nome- falou me fazendo quase engasgar.
-Você o que?!?- perguntei em choque.
-Anda vai se arrumar- falou mudando completamente de assunto.
Ao ver que eu não ia reagir tão rápido ele me puxou me colocando em seu ombro me levando pra cima.
-Billy me põe no chão- falei batendo nas suas costas.
-Ok- ele me pos no chão já no meu quarto me entregando uma toalha e indo até meu guarda roupa olhando tudo.- vai tomar uma banho rápido.
Eu decidi não questionar dessa vez e fui para o banheiro fazendo minhas higienes.
Sai e vi uma roupa em cima da cama, me vesti penteei o cabelo e desci.
Billy estava sentado no sofá olhando pra parede, ele virou o rosto e me viu.
-Está bonita- falou se levantando.
-Obrigada- falei com um pouco de vergonha.
Ele foi até a porta e olhou pra trás indicando pra eu ir com ele.
Fomos até o carro e saímos, chegamos na escola e um pânico me envolveu, todos tinham o visto com ela, deviam saber do acidente, e eu devia ser a louca corna.
Eu não conseguia sair do carro e Billy percebeu, ele apertou a minha mão me trazendo para o mundo de novo e olhou pra mim com um sorriso confortante.
Ele abriu a porta e desceu vindo para o meu lado e abrindo a porta para mim.
Eu desci exitante mas ele logo segurou minha mão a apertando um pouco.
Começamos a andar e as pessoas encaravam um pouco mas nada completamente desconfortável.
Estávamos chegando em nossos armários quando Angela se pos na nossa frente falando um monte de merda.
-Angela sai da frente, e por favor para de nós incomodar, nos terminamos e eu estou com a Lauren e isso não vai mudar, só... só aceita ok?- falou a fazendo se calar e desviando dela voltando ao nosso caminho.
A manhã passou rápido depois daquilo e eu não me senti tão desconfortável com o tempo.
Depois da aula voltamos pra casa e ficamos lá fazendo nada esperando as cartas chegarem.
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Still In My Heart
Randomuma história clichê de romance a onde duas pessoas que se odeiam começam um relacionamento por conveniência.