Por trás do internato.

Tudo novo...

                Primeiro ano do ensino médio, falta um dia para as aulas começarem, nova vida, nova escola, novos colegas, tudo novo! Confesso que estou ansioso, é um novo ano e não estou acostumado a pensar no futuro. Estou preocupado com minhas roupas, com o que as pessoas vão pensar de mim, mas o que mais me assusta é pensar em quem vai ser meu colega de quarto, já que o colégio que eu vou é um colégio interno onde ficarei a semana toda lá, com pessoas convivendo comigo o dia todo. 

               Me pego pensando nisso e um aperto toma conta de mim, nunca me importei com isso mas agora me importo, mas só esperando para ver. Para ficar mais calmo pego meu livro que estou lendo o qual é muito bom " Vermelho branco e sangue azul", fico imaginando eu no livro, o que eu faria no lugar dos personagens, o que eu seria, então assim escuto um barulho na janela,  olho pela janela, está noite e faz um pouco de frio mas não tinha nada lá, fecho a janela e abro meu livro e começo ler em minha cama e em menos de 20 minutos acabo pegando no sono. Durante a noite tenho um sonho muito bom, sonho com a escola nova, com os amigos e com tudo que irei viver, e é óbvio que como todo bom iludido eu imagino me apaixonar. 

              - Bom dia -  ouço minha mãe batendo na porta e me acordando apontando para o banheiro para que eu vá escovar os dentes e tomar um banho, já que hoje será o primeiro dia de aula e tenho que estar bem apresentável. 

               Na noite passada eu já tinha feito todas minhas malas, arrumado tudo que era necessário, então só faltava eu me arrumar e ir para a nova escola, vou para o banho, ligo o chuveiro e fecho os olhos e me pego imaginando em um romance no internato, logo faço isso desaparecer de minha mente, pois prometi para mim mesmo que iria focar nos estudos ao invés de garotos, e tenho certeza que todos irão ser heteros.

             Saio do banho visto minha melhor roupa a qual estava encima de minha cama, e vou até a mesa, tomo meu café rapidamente pois minha mãe já está carregando minhas malas para o carro. Termino meu café e vou até o carro, minha mãe entra e começa a dirigir em direção a escola, as ruas são lindas, é outono e as árvores estão lindas, o ar puro sinto quando abro as janelas. 

             Minha escola nova não é uma escola normal, tenho que ficar a semana toda lá e conviver com pessoas o dia todo, além de dividir quarto com meninos da mesma faixa etária que eu, estou indo para lá por conta de minha mãe que acredita que o único jeito de eu deixar de ser gay é indo para lá, já que noventa por cento dos estudantes são meninas.

             Chego com minha mãe na escola, descemos do carro e vamos em direção a escola, é grande, com quatro andares e tudo muito lindo, é uma escola azul com detalhes brancos, é grande o bastante para viver grandes aventuras, ouço risadas e choros de reencontros de alunos que ali já estudaram quando vou mais adiante me deparo com vários alunos, muitos estão conversando sobre os novatos, então vejo uma mulher se aproximando e imagino que seja a professora.  

             - Olá, pode vir seu quarto fica no segundo andar, seus colegas  já estão no quarto.  - Fala a professora com uma voz um pouco infantil, o que me irrita um pouco, pois já tenho 16 anos e não gosto de ser tratado de forma infantil, ela é baixa, usa cabelo preso em um coque e com uma caneta que reparte o seu coque no meio, usa um blazer azul marinho e uma saia apertada de mais para ela, pois quase nem consegue caminhar, os saltos pequenos dificultam sua locomoção também, fico analisando e me pego rindo daquilo.

             Subimos até o quarto , enquanto subia via as escadas, todas detalhadas e com desenhos infantis por elas, era aconchegante, acho que quem teve a ideia realmente conseguiu fazer com que se concretrasse já que passaríamos semanas ali sem ver nenhum conhecido,  quando chegamos lá tenho um mini infarto, o quarto é lindo bem espaçoso, com 3 mesas para estudo, 3 camas e sofás para descanso dentro do quarto. Mas meu mini infarto não é por conta do quarto. e sim por conta dos meninos que ali estavam, eles eram lindos, um era loiro de olhos claros e alto, musculoso também, enquanto o outro era mais magro, seu cabelo é cacheado e seus olhos são castanhos.

          - Olá, meu nome é Steban, seja bem vindo a escola. - Fala o menino de olhos claros, sua voz é grossa porém cativante, ele está usando uma camisa preta e um short preto também, seu cabelo é loiro, os olhos azuis dele me cativam e penetram minha alma, consigo sentir o aroma dele, talvez era o perfume, mas gosto de imaginar que o cheiro venha dele mesmo, assim imagino que ele tem cheiro de cachoeira, sim, cachoeira. 

           Sem nem esperar eu falar meu nome o outro menino já diz o seu super animado.

          - Oii, meu nome é Joseph, seja bem vindo a escola. O que está achando? - Fala ele super animado, sua voz é fina e delicada, seu corpo é menos definido do que Steban, ele usa roupas esportivas e seu cabelo está despojado parecendo que não era lavado a semanas já, seu cabelo é castanho assim como seus olhos, e seu aroma é de escola, realmente ele exalava esse cheiro.

            - Oi, meu nome é Christian, é um prazer em conhece-los. - respondo eles, logo em seguida., tento ser o mais natural possível e acabo sorrindo de forma forçada, talvez eles perceberam.

           Ficamos conversando por um tempo sobre a escola e nossas vidas, minha mãe e a professora descem até o sagoão para conversarem sobre a escola, converso com os meninos sobre de onde viemos e o de o porque estarmos ali, viemos de lugares diferentes, e nossos motivos eram os mais diferentes para estarmos ali.

          Joseph estava ali pois queria estudar em um internato, disse que era o sonho dele estrudar ali pois a formação era muito boa, realmente era  a cara dele, pois ele exalava até cheiro de escola. 

          Steban estava ali pois sua mãe é a diretora da escola, o que explica termos o melhor quarto da escola, pois os outros não tem sofá nem mesas de estudos, quando ele explicou seus motivos foi possível perceber o incomodo dele ao estar ali.

           Todos estávamos no primeiro ano do ensino médio, Steban tem 17 anos, Jospeh também, e eu sou o mais novo com 16.

         Uma hora e meia começou a aula, não caímos na mesma turma, quando entro em minha sala tenho uma surpresa, ela era diferente do que eu imaginava, tinha janelas grandes e sem cortina para a luz entrar de forma natural, o quadro é de giz, assim como os antigos, as classes são em duplas e são feitas de madeira, o que acho bem rústico, mas não me surpreendo com isso levando em consideração que a escola tinha mais de 150 anos, as aulas todas uma igual a outra, apresentação de turma e de professores, durante uma apresentação me interesso em uma pessoa específica, Sophia, uma menina sorridente e alegre. Vejo os menino seis horas da noite no jantar, e depois no quarto onde ficamos fazendo as atividades da aula do dia, o que foi bem entedinate para mim e Steban, pois Joseph pediu silêncio e nem queria ser interrompido. Logo fomos dormir pois no outro dia iria ter uma reunião logo cedo sobre as regras da escola.

      Eu já estava ansioso pelo outro dia, achei os meninos bem interessantes e com um papo divertido que me cativaram, tudo está dando certo, espero que assim prossiga.