Na manhã seguinte, acordo com o barulho incessante de alguém batendo a porta do meu quarto. Jogo o cobertor para o lado e levanto sonolenta.
- Estou com fome - diz Alex quando abro a porta.
Coço os olhos com as costas das mãos e bocejo.
- Por que acordou tão cedo?
- Sandra ouviu barulhos vindos lá debaixo.
Suspiro ao mesmo tempo em que tento manter os olhos abertos.
- Vá para o quarto e fique com ela. Chego lá em alguns minutos.
Quando meu irmãozinho sai, eu tomo um banho apressado mais para despertar o sono do que por vontade própria, depois ponho calças jeans e uma blusa de algodão com alcinhas. Quando chego no quarto dos gêmeos percebo que nenhum deles está lá. Entro em pânico ao imaginar que o garoto da garagem possa ter feito alguma coisa a eles.
- Sandra! Alex! - grito enquanto desço as escadas apressadamente. - Onde vocês estão?
- Aqui!
Vejo apenas as cabeças castanhas deles no sofá e solto o ar que não sabia que estava prendendo. Coloco a mão entre o peito e fecho os olhos, relaxando.
- Por que vocês estão aqui?
- Seu namorado disse que ia preparar o nosso café, quando descemos - Sandra diz sorridente.
Eu fico imóvel tentando assimilar suas palavras. Estreito os olhos e forço-me a não aceitar a verdade impregnada ali.
- Meu o quê?
- Ah, bom dia, docinho!
Lanço meu olhar rumo à cozinha, onde vejo o garoto com uma bandeja de bolinhos de amido de milho e um sorriso largo no rosto. Seu cabelo cacheado está preso em um coque perfeito, o que me permite ver melhor seu lindo rosto. Ele usa a camisa ensanguentada e parece despreocupado, como se o que estivesse fazendo fosse a coisa mais normal do mundo.
Fico muda por alguns minutos.
- Crianças subam - falo por fim.
- Mas a gente ainda nem tomou café!
- Depois resolvemos isso - eu continuo. - Agora me deixem a sós com o meu... namorado.
Os gêmeos sobem resmungando e olho de relance eles subirem as escadas até sumirem. Quando não consigo mais vê-los, lanço um olhar irado ao garoto e vou até a cozinha, cruzando os braços sob os seios, eu digo:
- Pode me explicar o que significa isso?
Ele ri despreocupadamente e põe a bandeja sobre a mesa redonda de madeira na cozinha. Seu ferimento parece não mais surtir o mesmo efeito da noite passada, pois ele se movimenta com graciosidade e, de certo modo, vorazmente.
- Como que você, além de invadir minha garagem, invade a minha cozinha? E o que tinha na cabeça quando disse aos meus irmãos que erámos namorados? Eu nem sei o seu nome, caramba!
- Harry Styles - ele diz com a voz provocante. - Muito prazer, mademoiselle.
O encaro sem demonstrar emoção alguma, mas quase não consigo controlar os batimentos do meu coração que estão acelerados graças à reverência que Harry faz.
- Eu sou Lexie - resmungo. - E não sinto nem um prazer em conhecê-lo - contraio os lábios numa espécie de sorriso.
- Quer bolinho?
Harry pega um bolinho da bandeja e dá uma mordida, migalhas alojam-se no canto da sua boca. Por algum motivo sinto-me tentada a tirá-las com um beijo. Mas não me movo.
- Quero que saia da minha casa - digo decidida.
- Acho que ainda não. - Então ergue a barra da camisa e revela o curativo que fiz na noite passada. - Ainda não estou totalmente curado.
- E?
- E você não vai querer que eu, um pobre coitado prestes a morrer saia por aí, sozinho, sem ninguém...
Dou um sorriso irônico e fico séria em seguida.
- Na verdade, vou querer sim.
Harry se aproxima de mim e, sem hesitar, põe a mão atrás da minha cabeça. Ele entrelaça os dedos nos cabelos em minha nuca e aproxima seu rosto do meu. Sinto meu peito bater forte, meu corpo formigar enquanto encaro seus olhos verdes. Um sorriso atravessa seu rosto.
- Não vai não. - Ele replica. - Acho que precisa de um pouco de biscoito e leite.
Ele leva a metade do biscoito que tem em mãos aos meus lábios, roçando-o até que migalhas desprendam-se dele e fiquem presas em minha boca. Tento encontrar os sentidos, ordeno que meus braços se movam para afastá-lo de mim, mas sou claramente ignorada quando meu corpo se mantém imóvel.
Eu fecho os olhos quando Harry roça os lábios em minha orelha e sussurra:
- Adoraria tirar essa blusa para você.
Mantenha-se firme, Lexie.
- Quando você vai?
Harry se afasta de mim subitamente quando Sandra fala. Eu viro para trás ainda confusa com o que aconteceu, ou estava prestes a acontecer... eu não sei. Ele voltou a fazer o que estava fazendo no fogão, mas eu percebo que há um sorriso malicioso em seus lábios enquanto ele despeja leite em um copo.
Fico meio perplexa com as apresentações. Ele é Harry Styles, eu sou Lexie Allen, ok. Tudo bem. Vida que segue. Preciso mandá-lo ir embora. Mas não sei como. Só que tenho que fazê-lo.
Eu não quero fazê-lo.
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Sem Regras
FanficMeu nome é Lexie Allen. Tenho 18 anos e vivo sozinha numa casa afastada da de meus pais e meus irmãos gêmeos, no sul da Costa Universal. Há duas colônias; Crescente e Decrescente Eu sou uma Crescente. Há um garoto. Ele é Gangster; sem regras. Não o...