Capítulo Quinze

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Nicholas Smith

Sinto um gosto amargo na minha boca ao ver a mulher deitada sobre a cama, ainda de olhos fechados.

Sei que Arthur esteve chorando pelo que aconteceu, seus olhos estão vermelhos e a voz um pouco falha.

Nesse momento ele e o pai estão tentando acorda-la. É uma cena um pouco caótica.

Minha vontade é de mandar ela se foder, mas preciso por em mente que é mãe do Arthur, e ele não iria gostar se eu fizesse isso.

Quando a mulher abre os olhos, posso ouvir os suspiros de alívio. O olhar dela vem diretamente para mim, me avaliando.

Olho para meu próprio corpo, não estou usando nada demais. Eu que não vou me arrumar para agrada-la. Eu fodo com o filho dela e não com ela.

__ Mãe, você está bem?

__ Foi apenas uma queda de pressão.

__ Tem certeza? Já foi a segundo só essa semana.

__ Estou ótima, querido! - ela da tapinhas no braço dele.

__ E eu achando que iria ficar viúvo - o homem faz uma cara triste - Deus não me daria tal presente - ele fala baixo, mas eu escuto.

Quando a loira se levanta, ela vem um pouco para mais perto de mim. O olhar não é agradável, mas quem disse que eu me importo?

__ Sai da minha casa! - seu grito ecoa por todo o local.

Fico em silêncio, sem dizer nada. Estou esperando a merda acontecer.

__ Não fale assim com ele! - Arthur parte em minha defesa.

Isso mesmo, é assim que tem que ser!

Não sou um estúpido, sei que ele gosta de mim, até mais do que deveria. Deixe que ele fique obcecado o suficiente, capaz de fazer tudo por mim, e quando chegar a hora, irei largar dele.

Quantas vezes já não fiz isso?

O foda é que ele realmente é uma pessoa legal, que eu gosto de ter por perto, mas isso não me preocupa, eu nunca me apaixonei antes, e nem vou!

Deixe que o loirinho mantenha a ilusão de eu ser uma pessoa inofensiva. Ele não precisa saber do que sou capaz, com o que eu realmente trabalho.

Ouço a discussão deles, os gritos, o choro descompassado da mulher. Arthur fala alguma coisa sobre ir embora, e ela chora ainda mais.

__ Não se vá, Arthur! - ela implora a ele.

__ Deixa que ele ir. O menino precisa de espaço. E eu juro que se desmaiar por causa disso, eu te deixo jogada no chão até acordar!

Então o casal entra em uma discussão. Nego com a cabeça e brinco com a ponta do meu moletom.

Se Arthur soubesse que os pais não são um casal de verdade ele provavelmente iria surtar.

Estou aqui a poucos minutos, mas já vi que eles não se amam. Na verdade está mais para ela não amar ele.

O ajudo a carregar as malas para o andar de baixo. A mulher ainda chora, e o marido bufa de raiva.

Fico surpreso ao ver uma garagem repleta de carros. Quem tem tantos carros assim?

Arthur pega um deles e coloca as malas. Entro no carro e ele dirige para o apartamento.

__ Está tudo bem? - pergunto ao ver seu olhar perdido.

Me sento na cama. Já faz algum tempo que estamos aqui, dessa forma. Ele não diz nada, e eu também não.

Boy Problem ( Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora