Capítulo Dezesseis

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Arthur Bianchi

Depois da minha intensa briga com a minha mãe, eu vim para o meu apartamento.

Eu nunca tinha brigado assim com ela antes. Mas não gostei da forma como tratou o Nicholas, aquilo não foi agradável.

Talvez me afastar para ela pensar melhor, tenha sido a melhor ideia no momento.

Seco o suor do meu rosto e volto a fazer a barra. Meus braços estão um pouco doloridos, mas nada que eu não possa aguentar.

Depois de terminar minha corrida matinal, resolvi fazer uma barra de musculação. Depois disso eu iria para o chuveiro, tomar banho e depois faculdade.

__ Oi, Arthurzinho! - me assusto e acabo soltando uma mão, quase caindo no chão - quer foder comigo?

Vou para o chão, com medo dele me fazer cair novamente. Como consegue me assustar tanto assim?

__ Como entrou aqui?

__ Seu porteiro deixou - xingo baixinho.

Eu disse que Nicholas poderia subir aqui a hora que quisesse e ainda deixei uma chave para dar a ele.

Pego uma toalha e me seco com ela. A verdade é que eu não quero e nem sei o que falar com ele, não depois daquele fora.

Eu deveria ter escutado a Verônica. Mas também não pude evitar, aconteceu e agora a única forma de fazer esse sentimento ainda estranho por mim sumir, é me afastando o máximo possível dele.

Nicholas passa os braços envolta de mim. Fico parado e não retribuo.

__ Ainda chateado comigo? - sua voz sai meio embolada.

Aspiro seu cheiro, e ele cheira a vodka, não ao perfume e cigarro com o qual estou acostumado.

Seguro ele pelos ombros e olho para seu rosto. Abro a boca ao ver que ele está drogado .

__ O que você usou? Me fala, caramba! - olho por todo seu rosto e depois para seus olhos novamente.

Ele nega com a cabeça e volta a me abraçar. Meu peito se aperta de preocupação.

Passo a mão por seus cabelos, sentindo os fios sedosos.

Com muita insistência, eu consigo levar ele até o banheiro. Nicholas se abaixa e vomita um pouco.

Depois eu o ajudo a escovar os dentes. Tiro a roupa dele e a minha. Ligo o chuveiro na água quente e entro com ele.

Seguro seu corpo contra o meu. Ele ainda me abraça e não parece querer me soltar.

Depois do banho, eu o empresto uma roupa para colocar. Nicholas vai para o quarto e se joga na cama.

__ Quer que eu prepare alguma coisa?

__ Você pode me desculpar? - pisco meus olhos confuso - eu não deveria ter falado com você daquela forma, foi rude.

__ Está tudo bem!

__ É a primeira pessoa em anos que se lembra do meu aniversário, melhor de tudo, você se importou.

Não sei se é a bebida, ou as drogas, mas ele está se abrindo comigo. Parece ser algo muito pessoal para ele.

__ Porque me importo com você - me sento na cama e o puxo para um abraço.

Nicholas sobe no meu colo e não me solta. Faço um suave carinho na cintura dele, por debaixo da camisa.

__ Ninguém se preocupa com isso. Eu nunca tive... Um bolo de aniversário - mordo meu lábio - não sei como reagir a isso.

Fico em silêncio. Como assim ele nunca teve alguém que se importasse? E os pais dele?

__ Se você ainda quiser me dar, estou pronto para aceitar seu presente agora.

__ Preciso sair agora, assim que eu voltar, vou dar a você, ok?

__ Uhum... - sinto seu corpo já mole.

__ Você vai estar aqui quando eu voltar?

__ Vou! - por que eu não conseguia acreditar?

Deito ele na cama e o cubro. Nicholas pega a pelúcia que ficou jogada e a abraça.

Me arrumo rapidamente e vejo a hora do meu relógio. Acho que da para pegar o segundo tempo da aula.

Antes de ir olho para ele deitado na cama, abraçando o unicórnio, e com um bico fofo nos lábios.

Argh! Como não se apaixonar?

***

__ E você simplesmente o perdoou? - Verônica balança a cabeça em negação - além de deixar um completo estranho no seu apartamento.

__ Você não sabe o que está dizendo. Nicholas não vai roubar nada.

__ Não foi isso o que eu disse.

__ Mas foi o que pensou - suspiro - eu ainda estou irritado com o que aconteceu com a minha mãe, não quero me preocupar com outras coisas.

Minha amiga rouba uma batata frita do prato do Luan, que estava distraído mexendo no celular.

__ Vamos a uma boate no fim de semana.

__ Não!

__ Você não queria distração? Beber até entrar em estado vegetativo, é o que eu faço - ela da de ombros e sorri.

__ Tudo bem!

__ Você aceitou? Deve estar bem ruim mesmo.

É claro que estava ruim. Estou em um momento difícil com a minha mãe, a pessoa pela qual sou apaixonada não da a mínima para os meus sentimentos, e as provas estão chegando.

Parece que veio tudo de uma só vez, como uma bomba.

__ Do que estão falando? - Luan finalmente presta atenção na nossa conversa.

__ Vamos sair no fim de semana.

__ Querem diversão de verdade? Eu posso levar vocês para o lugar certo - ele sorri misterioso.

__ E esse lugar é seguro? Porque você é maluco!

__ Super seguro, confiem em mim!

Eu não confiava nele, mas para esquecer meus problemas, nem que sejam por só uma noite, eu aceitei ir.

Depois da aulas, eu volto para o meu apartamento, recusando o convite da Verônica de sair com ela.

Eu precisava voltar para o meu apartamento, e ajudar o Nicholas com seja lá o que ele estivesse precisando. Isso se ele estivesse lá ainda.

__ Nicholas? - olho ao redor.

Devo dizer que não fiquei surpreso ao ver que ele não estava lá.

Isso é uma coisa que eu já tinha deduzido. Apesar de ser reservado, não é difícil imaginar o que ele vai fazer.

A cama estava bagunçada, e o unicórnio de pelúcia estava jogado em cima do colchão, em meio as cobertas.

Mas tinha algo a mais. A caixa que estava com o colar que era o seu presente, estava na cama também. O colar não estava lá, a caixa estava vazia.

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