Luz do teu Ser

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poesia a quatro mãos com Mareluz


Banha-se em luz dourada toda a natureza

como um sonho, uma promessa, ou uma quimera

que ao mesmo tempo é despedida e reconforto,

como se os braços da Mãe Natureza se estendessem

para nos aconchegar num doce e eterno silêncio...


Cantam os pássaros, um hino de Amor ao Astro-Rei

como se fossem regidos neste encontro mágico e uníssono...

e todas as árvores, todas as matas, todas as flores,

comunicam-se num misterioso canto:

sublime ... encanto!

Em homenagem à Luz Maior que agora se vai...


(Mas que eternamente brilha no coração de quem eu amo).


Aos poucos, tudo escurece, esvai-se na penumbra

fica o silêncio, à noite, e a prece

E uma estrela a brilhar no horizonte

Esperança, brilho, é o que sinto, e o meu Ser estremece...


Contemplo o silêncio, o luzir dos astros na abóbada celeste

e diante das divinas constelações a brilhar no infinito

me sinto só, querendo abraçar todo o Universo

vencer a gravidade, flutuar até àquela estrela que me sorri ... distante.


E, o que seria tristeza, aos poucos se desvanece,

diante do aconchego e da paz, que invadem os meus sentidos,

até mesmo a dor parece distanciar-se e sublima-se,

numa consentida trégua do momento mais sagrado...


Adormeço, e faço de uma dura pedra

minha suave almofada

e da grama singela meu cobertor mais belo

e do som dos grilos o mais doce acalanto.


Mas, em meio ao sonho, abrem-se meus olhos interiores

e insistentes, buscam a Luz que aos poucos se apagou,

acompanhando o Sol no misterioso espaço....


Projeto-me então, em direção à solitária estrela

que me espera,

e ouvindo a música sublime das esferas,

desprendo-me do meu corpo,

que serenamente repousa

imantado aos braços da Mãe Terra...


(E na estrela eu vejo a imagem DELA!)


15/03/2002


A Nova PoéticaOnde histórias criam vida. Descubra agora