A Fonte (Soneto)

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Da fonte imortal tão longe me achava

Em deserto perdido, com sede, distante e perdido

Desejando a água do doce riacho que descia

Das altas montanhas do Ser escondido.


Quão triste estava sem teus lábios, seus beijos

Seu abraço e enlace da flor adormecida

Dentro do coração, a alma dormia

E sempre fora, nas coisas da 'vida' me iludia.


Tão longe, tão perto, aflito buscava

Um amor tenro de primavera no inverno secava

Buscava nos raios, barulhos, poderes, e nada!


E foi que desisti, abracei a morte rendido

E igual chuva, em mim caiu a seara do Ser, plenitude

Entre mim e você, no Aqui e Agora, a fonte me esperava.


27/05/2001


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