Novos territórios

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Dois anos se passaram. Sim, dois anos, e nesse período o grupo se formou na escola e entrou para a universidade com a expectativa de futuros prósperos.

Allyson e Lúcia estão no quarto semestre de psicologia na Universidade de Miami, já Dinah optou por fazer comunicação visual na Universidade mais conceituada da cidade, Imhotep American University (IAU). Normani e Camila também cursavam lá, conseguiram as bolsas disponibilizadas pela escola após o atentado. Faziam pedagogia e direito, respectivamente. Já Lauren estava concluindo a sua fase de introdução a engenharia na Faculdade de LicanCity, na dúvida de se especializar em mecatrônica, considerando expandir os negócios da família, ou em migrar para o curso de arquitetura.


Era uma terça à tarde e Camila estava com o horário livre, decidiu ligar para a namorada, que não via presencialmente há dois dias, enquanto caminhava em direção ao prédio onde sabia que Dinah estudava.

-Oi, Camz. - Lauren saudou ao atender. Camila imediatamente sorriu.

-Oi, vida. Como está o seu dia hoje? - a latina quis saber enquanto caminhava.

-Está tudo bem. Estou a caminho da orientadora, o final do semestre está chegando e eu preciso me decidir sobre o que farei daqui para frente. - Lauren contou e a namorada pode perceber pelos barulhos que ela também caminhava em área aberta.

-Você já deveria ter se decidido, Lauren. Deu sorte que os seus primeiros semestres tiveram matérias que serviriam para os dois cursos. - Camila disse e logo foi entrando no prédio em que aconteciam as aulas de comunicação e artes.

-Bom, na verdade, se eu escolher arquitetura, significa que fiz matérias que eu não precisaria fazer. Mas faz parte. - Lauren riu de se mesma. - Meu pai está ansioso para saber se vou dar continuidade aos negócios dele.

-Imagino. Meu sogrinho é um empreendedor nato, e precisa de alguém de confiança para cuidar de tudo que construiu quando ele quiser se aposentar. Sem pressões, é claro. - Camila disse e as duas riram. - Hm, por falar em sogra...

-Estávamos falando de sogro, Camila. O seu sogro, no caso. Porque, quer falar da minha mãe? - Lauren quis saber, sonsa.

-Vamos falar sobre o fato de você não querer viajar comigo e minha mãe nesse feriado, por não conseguir encarar a sua sogra. - Camila foi direto ao ponto e pode ouvir o suspiro da namorada do outro lado da linha.

-Camz... - Lauren choramingou. - Não vamos discutir isso outra vez. Sua mãe tem um medo do cão de mim. Eu nunca me esqueço do dia que contamos a ela, eu sei que não morri e nem tive sequelas, mas aquela facada doeu. E os gritos dela, Deus... - disse em tom de quem estava recordando do momento. - Você sabe que ela não me vê mais da mesma forma, sei que não confia em mim e vive pisando em ovos na minha presença. Não posso viajar com alguém assim ao meu lado. - desabafou e ouviu a latina suspirar frustrada do outro lado.

-Ela disse que eu podia te chamar, ok? - Camila tentou argumentar. - Por favor, amor. Não vamos esquecer que ela passou meses me proibindo de te ver e agora que ela finalmente superou isso, temos que aproveitar para fazê-la ver que você ainda é aquela Lauren que ela adorava. - insistiu.

-Superou uma porra, Camila. Ela no máximo engoliu que não íamos desistir uma da outra. - a de olhos verdes contra-argumentou e as duas ficaram em silêncio por um tempo. - Tem outra coisa também, que eu não te contei.

-O que houve? - a latina ficou apreensiva pelo tom da namorada.

-Não sei se você lembra, mas teve aquele dia que nos juntamos com as meninas e eu tomei daquela cachaça especial para a minha espécie. - Lauren começou e a namorada fez um som nasal para que continuasse. - Bom, eu te levei para sua casa e transamos por lá mesmo. Em resumo, você apagou logo depois e eu, por estar bêbada, não fiquei com meus sentidos em alerta e não escutei sua mãe chegar. - ficou em silêncio.

Lican gene CAMREN InterssexualOnde histórias criam vida. Descubra agora