Me descobri ser Ruivofóbica.

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Sakura

Eu sempre me vi como uma heroína de guerra. 

Forte, determinada, às vezes ruim de mira, mas que, apesar dos problemas grandes demais para que eu acredite ser o pivô, sigo guerreando, firme, e humilde. 

A humildade não precisa nem dizer, já transparece no meu rosto. 

Mas, apesar de tantas vitórias —que no momento eu não poderia citar uma, porque não tem—, sinto que ainda estou presa ao campo de batalha destruído, repleto de pessoas sem vida e caindo aos pedaços ao meu redor. É meio triste dizer que isso me lembra o campus da faculdade. 

Até armas deve ter por aqui. 

Não sei como me sentir sabendo disso. Por isso, voltarei a falar de mim mesma. E, como todo bem tem seu mal, é claro que, como uma boa heroína que se preze, tenho um arqui-inimigo para chamar de meu. 

Pode entrar, Sasuke Uchiha. 

Um grande cretino que não merece o ar que respira. E eu deveria ter pegado mais pesado quando tive a oportunidade. 

Ele bem que merecia. 

Digo, esse lance de arqui-inimigo não funcionou para mim do jeito legal, pelo menos não do jeito que funcionou para o Batman e o Coringa. Como é que eu vou ter um arquirrival fiel a mim se eu estou sempre me metendo em problemas com outras pessoas? 

O mínimo que eu posso fazer, é ser fiel ao Sasuke. 

Pois não fui. Quando penso que não, lá estava eu adicionando mais um inimigo para a lista –que eu nem sabia estar vivo há minutos atrás. 

E deveria ter continuado assim. 

Nunca odiei tanto Sasori ter uma boa saúde. 

Agora, tenho dois arquirrivais que preciso, muito, sumir com eles. O negócio é me livrar dos dois encostos e não me importa, mesmo, se o meu plano infringir alguns direitos humanos e pelo menos duas leis –mesmo que um deles provavelmente já não vai querer mais me olhar na cara depois de um banho de milk-shake. O que é bom, bom demais. 

Será que Sasori também passaria a me ignorar caso eu jogasse algo nele? Este é o problema, eu tentei e não funcionou. 

Hum, talvez isso seja um sinal de que eu deveria parar de tentar arranjar briga por aí, e focar no meu problema em jogar coisas nas outras pessoas. 

Não. 

E agora? Não tenho ideia do que esperar. Sasori nunca foi um cara metaleiro ou maluco, na verdade, ele era pacifico até demais tendo aquela mania esquisita de tomar chá sempre que possível, coisa que veio da cultura britânica dele. Talvez tenha sido isso que pegou meu coração fraco de surpresa, eu amo aquele sotaque de alguém que fala como se estivesse com uma batata dentro da boca. 

Britânico bafudo. 

Como é que se pode ler um cara desses? Na verdade, o que se deve esperar de uma pessoa que toma chá às 1 hora da tarde –e que já teve um pré-relacionamento comigo num passado meio obscuro? 

Um abraço? Uma paulada? 

Um beijo? Beijinho. Não vou mentir, essa me agradou mais do que ter que levar uma paulada. 

Isso é extremo demais, até mesmo para mim, que sou bonita. 

Apesar de todo esse amor completamente normal e simbólico por mim mesma, pois ele só existe na minha cabeça –eu sou triste–, eu não conseguia não reparar na súbita vontade que começava a crescer no meu peito. A cada novo passo que eu dava na direção daquele ginásio para me encontrar com Sasori, era um soco que eu gostaria de dar em mim mesma. 

O inferno é RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora