Mana, estou intacta.

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Minha lápide será rosa choque. 

Cheguei a um acordo comigo mesma nesses poucos segundos de tensão no qual eu ainda sentia a respiração de Sasuke bater contra meu pescoço. Apesar dos pesares, fiquei feliz comigo mesma por ter conseguido tomar uma decisão rápida em um momento tão... terminal. Na verdade, eu tinha que tomar uma e bem rápido, antes que o Sasuke se cansasse do meu perfume e decidisse acertar logo a minha cabeça. 

O que pode não demorar. 

É, acontece de vez em quando. Agora faz mais sentido, na verdade, Suigetsu e Karin terem ficado tão calados de repente. Eu não estava metendo medo neles — mas  não é o estímulo para que eu desista de ser uma mulher intimidante —, e sim Sasuke, que por alguma razão ainda estava parado atrás de mim. 

E não deveria estar. 

Tudo bem, eu sei que eu sou a intrusa e que eu não deveria estar conversando com os amigos dele para início de conversa. Mas, nós não nos gostamos, eu não gosto dele, ele não gosta de mim, e esse é o mínimo para que ele repense antes de ficar paradão atrás das pessoas. 

  

Ele fez de propósito. Assim, ele não vai precisar, sequer, correr atrás de mim na hora de me degolar usando uma faquinha de serra. 

  

O cão é esperto. 

  

Respirei fundo, foi preciso. Tenho feito muito isso durante essa última semana turbulenta. O ruim é que não é asma. Estando ali, parada, sem expressão alguma refletida no meu rosto, eu invejei os pulmões de Sasuke. Ele tem uma respiração bem pesada. Aposto que consegue correr 100 metros sem sequer ofegar, diferente de mim. 

  

Qualquer dia desses, vou melhorar isso. 

  

Os góticos ainda estavam ali, sentados, mas diferente de segundos atrás, agora pareciam ter voltado ao normal. Na verdade, pude perceber até um certo brilho de curiosidade vindo dos dois. Urubus. Estão sentindo o cheiro de morte, que por alguma razão, parece combinar muito com o Sasuke. 

  

Não sei como me sentir sobre isso. Talvez angustiada. Esse deve ser um bom sentimento para se sentir em um momento desses. 

  

Movi os pés lentamente, fazendo menção de me virar de frente para o garoto atrás de mim, quando na verdade, era para a moita perto dali que eu queria olhar. Engoli em seco quando dei de cara com os olhares assustados de Ino e Hinata. Não vou mentir, eu estava bem pior e essa foi a única barreira que eu encontrei para me impedir de rir da cara delas. No mesmo instante, vi as duas erguerem as mãos, mostrando que estavam segurando as pedras que eu pedi, prontas para usá-las a qualquer momento. 

  

Consegui me sentir mais segura desse jeito, e até cheguei a sentir remorso por ter quase rido da cara de pânico delas. Seria muita hipocrisia. 

  

Os segundos se passavam dentro da minha cabeça de maneira frenética, mas, se tinha se passado um minuto desde que Sasuke chegou, era muito. Imersa aos meus pensamentos, eu percebi que tudo parece funcionar de forma diferente quando se está em pânico. Uma óbvia escolha errada de momento para se pensar nisso, é verdade. Eu poderia ter gastado esse tempo correndo, ou, de preferência, recolhendo algumas pedrinhas por aí. 

  

Dane-se, eu achei esse fato interessante. O pânico muda a gente e eu estou realizada. 

  

O inferno é RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora