Dois não big queridos.

81 11 1
                                    


Sakura


Estou impedida de cometer atrocidades, porém, nada irá me impedir de tecer alguns comentários.

Sasori é uma coisa podre. Nossa, que fedor. Digo, eu não falo sobre a aparência dele, não faço esse tipo de coisa... e o desgraçado sabe ser lindo – até o último momento, eu sempre tive bom gosto.

É legal saber que há pelo menos uma coisa boa sobre mim.

Porém, Sasori nunca foi um homem de atitudes perfeitas, muito pelo contrário. O mano sempre veio de uma procedência muito duvidosa. Hum, isso não quer dizer que eu não tenha sido feliz com ele, se eu dissesse isso estaria mentindo. Sempre fui muito bem tratada com cafunés e chocolates, o que particularmente era a minha parte favorita de estar com Sasori. Comer doce.

Hum.

Não serei uma tirana sem coração, poxa, em algum momento do nosso envolvimento Sasori foi gente. Ele me dava doces, isso me fazia feliz, e como eu estava cega por ele, o vi como uma espécie de deus ao ponto de fazer vista grossa para alguns acontecimentos. Nunca vou me esquecer da vez que eu descobri o fetiche dele por fantasias. Não julgo, até porque cheguei a comprar uma para tentar satisfazer o homem.

Eu estava vestida de enfermeira. Puxa, me lembro de ter pensado o quão desconfortável seria trabalhar por 12 horas com um avental que era aberto na bunda. Naquele dia, eu estava sozinha no apartamento do Sasori. Apesar dele nunca ter nos denominado "namorados", tínhamos essa intimidade, por alguma razão.

Até que ele chegou... e não me comeu.

Procuro sempre me colocar no lugar das outras pessoas. Não é narcisismo, eu tenho minhas qualidades e sei que uma delas é a empatia. E eu juro que tentei me colocar no de Sasori quando ele disse que não poderíamos transar porque tinha marcado de fazer uma pegadinha com a Kurama, e, como eu era uma cadela cega, fingi normalidade e aceitei, sem maiores preocupações ou xingamentos.

Lembro-me, também, que precisei de muita força de vontade para não ficar com raiva do querido. Já Ino e Hinata não mediram esforços. Na época, até cheguei a ficar chateada por elas terem acabado com o meu namorado em potencial usando muitas palavras negativas, mesmo que no fundo eu concordasse com tudo.

Eu estava tão necessitada...

Foda-se, ainda sinto raiva. Fui trocada por dois baldes de tinta e uma caixa d'água, porque sim, naquela noite eles tingiram a água do prédio Kurama de vermelho.

Hum, bem, pelo menos eu ainda tenho a fantasia. O ruim é explicar o porquê de eu tê-la sempre que alguém abre meu armário.

Peguei o envelope dentro da minha mochila... sentindo nojo. Bem, as atitudes do Sasori nunca foram as melhores mesmo. Me pergunto se Dona Chiyo sabe das coisas que o neto faz. Com certeza não.

Se Sasori está vivo, então ela não sabe.

Dona Chiyo, avó orgulhosa, mulher feminista. Nunca acharei outra pessoa que odeie tanto a raça masculina quanto ela. Depois que a coitadinha descobriu os 47 chifres —confirmados— que seu finado ex-marido lhe deu no passado, a mulher passou a defender todo e qualquer direito feminino e chegou a ferir alguns machos pelo caminho também. Uma mulher de bem! Sempre gostei muito dela, ainda mais depois de ter ameaçado Sasori de morte caso ele tentasse algo contra mim.

Ele tentou. Abriu o nosso relacionamento e não me avisou.

Aliás, alguns me chamam de louca por eu achar que o que tivemos foi sim algo forte e significativo, mas eu discordo. Droga, ele me levou para conhecer a avó! Quem faz isso com ficante? De todas as formas, parece que dona Chiyo não sabe sobre o que rolou entre mim e seu neto. Para o bem de Sasori, até que eu espero que continue assim.

O inferno é RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora