Capítulo 5

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Provavelmente ela me odiaria essa era a opção mais certa.

Cecília: Gustavo, que lugar é esse? — Cecília novamente me tira de meus devaneios, me mostrando uma fotografia, conheço muito bem esse lugar, sorri com as lembranças que vieram a mim naquele instante.

Gustavo: É um dos seus lugares favoritos no mundo, sunshine. — respondo, vendo seu olhar confuso. — Você amava ir nesse parque, na verdade eu também amava, vamos lá desde a época de colégio, você sempre dizia que aquele campo verde te trazia muita inspiração, eu sempre te acompanhava quando decidia ir relaxar um pouco por lá. Gostávamos de fugir da vida movimentada e da poluição da cidade.

Cecília: Poderia me levar nesse parque? — Cecília me questiona com os olhinhos brilhando, nem que eu quisesse conseguiria lhe negar algo.

Gustavo: Claro, que tal irmos depois do almoço? — proponho, e ela abre um sorriso.

Cecília: Acho ótimo. — concorda e volta a olhar mais algumas fotos tiradas nesse mesmo parque.

Parece que a conversa que teríamos vai ficar para mais tarde.

Após uma refeição, seguimos de carro até o parque, não era muito longe, não demoramos para chegar, Cecília olhava todo o caminho encantada, parecia ter voltado a ser uma criança, eu não conseguia para de sorrir por ver seu sorriso, assim que adentramos o parque, a levei para a parte mais aberta do campo verde, onde havia algumas árvores e um banco de madeira que por tantas vezes foi o nosso cenário de namoro. Vir aqui me trás ótimas lembranças, infelizmente para Cecília, não mais.

Demos uma volta por ali, eu lhe contava algumas coisas que ela costumava fazer quando vínhamos aqui, eu tinha vontade de segurar sua mão como sempre fazíamos, mas apenas não posso, novamente me vem a vontade de falar tudo. Viro para ela, porém seus olhos parecem fixos em outra coisa, sigo seu olhar para ver o que lhe prende e vejo que encarava o tronco de uma árvore, mas não qualquer uma, é a que gravamos nossos nome na madeira anos atrás.

Cecilia: Gustavo, fomos nós que fizemos? — Cecília pergunta andando até a árvore, a sigo.

Gustavo: Foi sim. — respondo sorrindo com as memórias que invadem minha mente.

Cecília: Faz tempo que fizemos isso? — ela questiona passando as pontas dos dedos pelas gravuras na madeira.

Gustavo: Sim, faz uns seis anos.

Tantas memórias que você não tem mais.

Cecília: Por que escrevemos nossos nomes aqui? — Ela faz sua nova pergunta, meus olhos começam a lagrimar.

Gustavo: Deve ter tido algum motivo especial na época.

Foi no dia em que te pedi em namoro. Ele fala mentalmente.

Cecília: Você se lembra qual era esse motivo especial? — Cecília me olha curiosa.

Gustavo: N-não.

Jamais irei esquecer.

Cecília: Esse lugar é realmente importante para nós, não é? — ela me encara.

Gustavo: Sim, bastante.

Cecília e Gustavo estavam olhando aquela árvore atentamente, quando a mesma resolve quebrar o silêncio.

Cecília: Eu não tenho memórias deste lugar, mas sinto que amava estar aqui. — Ela expressa olhando em volta.

Gustavo: Amava mesmo, assim como eu amo aqui.

Assim como eu amo você.

Cecília: Eu queria me lembrar. — profere voltando a encarar nossos nomes gravados no tronco.

Gustavo: E você vai.

Cecília: O que costumávamos fazer aqui? — Cecília se afasta da árvore e me olha.

Gustavo: Isso. — seguro sua mão e a levo para o campo aberto, o peço para que se deite na grama e ela o faz, me deito ao seu lado.

Começamos a admirar o céu azul deste dia ensolarado, a brisa fria se choca contra nossas peles, as deixando arrepiadas, fazendo também as folhas das árvores se movimentarem, causando um som calmante. Fecho meus olhos e viajo em meus próprios pensamentos, escuto passarinhos cantando, o som do vento, respiro fundo tentando me desligar dos problemas, abro os olhos uns minutos depois, virando a cabeça para o lado e encontrando Cecília me fitando.

Gustavo: O que foi? .

Cecília: Você é muito bonito Gustavo.

Arregalo os olhos surpreso com o elogio, não posso negar o calor que senti em meu peito ao ouvir isso. Ela tinha sinceridade e carinho em suas palavras. Porém seus olhos continuava sem aquele brilho por mim chamando, amor.

Saímos do parque no final da tarde, foi tão bom voltar aqui, mesmo que para Cecília não tenha significado o mesmo que para mim, era estranho ir a um lugar tão cheio de lembranças sabendo que minha companhia não sentia nada estando ali, pelo menos ela entendia que este local tinha um grande significado para nós, mas infelizmente, não sabe mais qual é a importância desse parque na nossa relação. Eu tinha que lhe contar de uma vez, quanto mais tempo escondo isso dela, mais me sinto enrolado em algo que será difícil de sair depois.

Gustavo: Ei, o que tanto olha? — a chamei atenção ao perceber que ela parecia viajar em sua própria mente.

Cecília: Essa cafeteria, sei que já estive aqui muitas vezes. — ela responde se virando para me olhar, abri um sorriso, ela retribuiu.

Gustavo: Sim, nós vínhamos aqui quase todos os dias nos últimos anos. — lhe respondo vendo a garçonete trazer nossos pedidos, começamos a nos servir, até que uma voz masculina se pronuncia ao nosso lado.

Colin: Gustavo, Cecília, que bom encontrar vocês. — nós viramos para ver quem era.

Gustavo: Colin! — levanto o cumprimentando. Colin é um colega nosso lá da faculdade, nós conhecemos a pouco tempo, menos de um ano.

Convidei Colin para se sentar conosco, ele logo quis saber o porquê de nosso sumiço repentino, comecei a lhe expliquei o que havia acontecido.

Cecília o olhava curiosa, parecia estar fazendo um grande esforço mental para se lembrar do rosto de Colin. Contei também sobre a amnésia da minha noiva, e ele ficou bastante surpreso com a situação.

Colin: Bem, sendo assim. — Colin estende a mão à Cecília. — Prazer em te conhecer de Cecília.

Cecília: É muito bom te conhecer mais uma vez. — Ela comenta sorrindo e apertando sua mão, seus olhos tinham um brilho estranho ao olhar para Colin, me senti incomodado com seu sorriso também.

Que sensação é essa?

Rapidamente os dois engataram em um assunto, algo estava me deixando realmente desconfortável na conversa deles, parecia que eu estava invisível ali, Cecília sequer dirigiu a palavra a mim desde que Colin se sentou a nossa mesa, talvez seja apenas o meu ciúmes, sei que sou alguém até um pouco exagerado as vezes, vendo coisa aonde não tem, isso era motivo de brigas entre mim e Cecília, ela dizia que eu arranjava motivos para sentir ciúmes, o problema é que ela parece que nunca notava quando alguém vinha com segundas intenções para cima dela. Eu percebia de longe as investidas de seus colegas de classe, ela apenas falava que eu estava me tornando um possessivo. Talvez estivesse mesmo.

You're My SushineOnde histórias criam vida. Descubra agora