Capítulo 17

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Cecília respondeu aquele e-mail no mesmo dia, aceitando a proposta, logo depois a secretária da moça nos ligou para marcar tudo. Acho nunca vi ela tão nervosa na vida, além de gaguejar, tremia as mãos, eu só fazia rir do seu jeitinho agitado e do seu nervosismo. A secretária nos disse o planejamento da sua chefe, as roupas da coleção seriam enviados na manhã seguinte. Cecília teria total liberdade em fazer a sessão de fotos no ambiente e cenário que desejasse, claro que eu também havia aceitado ser seu modelo, e isso pareceu deixar a estilista muito feliz.

Cecília: Gu, eu não sei se aqui é uma boa ideia. - Cecília disse assim que chegamos ao parque, o lugar escolhido para as fotos, o cenário estava lindo, lotado de flores de cerejeiras.

Gustavo: Mas você que deu a ideia, amor. - a olhei desentendido enquanto estacionava o carro.

Cecília: É, mas quando me trouxe aqui, achei um lugar muito bonito, mas agora não tenho mais certeza se será bom para as fotos. - explicou ao olhar o lugar pela janela do automóvel.

Gustavo: Cecília, dá para parar com essa falta de confiança em si mesma? E além do mais, é uma coleção de primavera, combina com esse ambiente. - argumentei e saí do carro, Cecília me seguiu.

A equipe chegou logo depois, eles apenas nos ajudariam com maquiagem e arrumação, o resto ficaria por conta da minha noiva que já estava preparando as câmeras no lugar no qual começaríamos as fotos, atividade que eu nem precisei auxiliar, ela soube o que fazer sozinha. Cecília pode ainda não estar acreditando no seu potencial, mas tudo continua com ela, a sua amnésia não poderia tirar isso.

( Narração de Cecília).

O sol do final da tarde já aparecia batendo contra os fios do cabelo de Gustavo, dava um ar mais sútil a imagem, percebi que tínhamos pouco tempo de luz natural, então eu deveria ser rápida. Muitas fotos já tinham sido tiradas e Gustavo feito várias trocas de roupa, ele parecia estar bastante cansado, repetiu algumas vezes que a vida de modelo não é para ele, eu discordava. Gustavo é tão bonito que conseguiria diversos trabalhos nesse ramo se quisesse.

Por algum motivo eu sentia uma sensação de déjà-vu a cada nova fotografia, não precisou de muito mais tempo para que algumas memórias começassem a aparecer na minha mente.

Memorias:

Cecília:Pai? - eu chamei ao entrar no escritório do meu pai.

Paulo: Oi princesa, o que quer? - o meu pai tirou os seus olhos da tela do computador para dar me atenção.

Cecília: Quero fazer uma pergunta. - respondi, olhando para o chão, estava um pouco apreensiva.

Paulo: Claro, venha aqui. - ele afastou a sua cadeira da mesa dando espaço para mim ir e se sentar sobre as suas pernas, e assim eu fiz.

Cecília: Pai, o meu aniversário está chegando, não é? - disse, encarando o meu pai, que assentiu. - Eu não decidi o tema que quero ainda, e não pode ser o mesmo da festinha do ano passado, a mamãe falou que não podia. - ele riu após a minha declaração.

Paulo: Meu anjo, ainda é cedo para você pensar nisso, ok? Você tem bastante tempo para decidir ainda. - explicou, mas eu ainda estava com dúvidas.

Cecília: Eu não tenho quem chamar para festa. - disse, é vi o mais velho sorri de forma compreensiva.

Paulo: Mas os seus coleguinhas da escola? Não tem ninguém que queira chamar? - o meu pai respondeu calmamente. Neguei com a cabeça.

Cecília: Papai, é errado que eu ache um menino bonito? - questionei brincando com os meus dedinhos, sem encarar o meu pai, que se surpreendeu com a minha pergunta.

You're My SushineOnde histórias criam vida. Descubra agora