Capítulo 3: Muito Prazer, Tartaglia

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  As semanas passaram e a senhora Megistus foi ficando cada vez mais obcecada com seu plano. Ela escreveu para sua irmã pedindo um dossiê completo sobre o 11º Mensageiro: como era sua aparência, seus hobbies, comida favorita, cor favorita, que tipo de perfume ele não gostava, como eram suas ex namoradas, etc. A questão estava tão fora de controle que ela estava cogitando redecorar a casa para se adequar ao gosto dele. Felizmente para todos, o Sr Megistus vetou aquele " investimento".

  Enquanto acontecia uma batalha de titãs entre os pais por conta dos planos mirabolantes da matriarca, Lumine e Mona viviam sua vida quase normalmente só com algumas idas a mais na modista. Também aconteceram pontuais discursos sobre a importância de cosméticos, e uma insistência da mãe para todos da casa treinaram o minuete de Snezhnaya, e a valsa de Fontaine - já quadrilha de Mondstat foi totalmente proibida na casa delas. 

 Essa insistência da mãe impediu com que as duas fossem nos barzinhos de sempre com seus amigos? Não, mas ela acreditava firmemente que sim, e era isso que importava.

 Lumine continuava com seu emprego na Guilda dos Aventureiros fazendo principalmente a escolta de comboios de comerciantes mas só até o entreposto fronteiriço de Lyue. Com Aether fora de casa, ela era a única guerreira poderosa da família, Mona até que sabia lutar - que bruxa não sabia?- mas era voltada para a autodefesa, por isso cabia a loira estar a disposição para proteger a todos.

  O dinheiro extra que ela e Mona ganharam da tia para supostamente gastar em colares de pérolas de lagartos de Lyue, foi gasto em uma espada nova cheia de adornos elegantes, e no mais novo modelo de astrolábio vindo de Sumeru. Lumine nem bem recebeu sua encomenda e já saiu numa missão para estrear sua espada nova, só tendo o cuidado de esconder o objeto dos olhos da mãe. E quando voltou estava com as roupas rasgadas, os braços com alguns cortes, e a espana bonita quebrada ao meio.

  O estado dela causou um alvoroço na casa. A mãe quando a viu, caiu de joelhos e começou a exclamar " meu plano, meu plano". O pai deixou seu livro cair no chão e correu para o mordomo para que ele buscasse um médico. As duas irmãs mais novas se forçaram a desmaiar pois nobres donzelas desmaiam ao verem sangue. Tudo estava um caos, e ninguém estava ajudando Lumine a melhorar, por isso coube a Mona tomar o controle da situação.

 - Hilda, chame Greta e Marrie para carregarem Lucie e Cozette para seus quartos, aí você já aproveita e vai preparando um banho quente para Lumine. Lumine para de subir a escada sozinha, deixa que eu te ajudo.

  Levando-se em consideração a aparência de completa exaustão da irmã, as duas subiram as escadas bem rápido. Mona estava preocupada com a irmã mas sabia que ela não falaria nada até estarem sozinhas. Ela acompanhou a irmã até o banheiro onde aguardava uma banheira com água morna perfumada, e a ajudou a tirar a armadura que estava usando. Lumine só foi se manifestar depois estar imersa na água.

  - Pode ir, só estou com esses cortes no braço, na verdade, eu só estava cansada mesmo. Você sabe o quanto essa armadura pesa né?

 - Sei...

  Mona ficou com dúvidas se a irmã estava mesmo falando a verdade, ou se só estava falando isso para que não ficasse preocupada, mas como a confiança mútua foi sempre a base de seu relacionamento, optou por respeitar os argumentos de Lumine, e a deixar sozinha para tomar seu banho em paz. Claro que esse respeito não a impediria de fazer perguntas mais tarde. Com isso em mente, voltou sua atenção para checar se o caos que reinava em seu lar tinha sido contido.

  Como já estava na parte de cima da casa, resolveu que seria mais lógico começar seu trabalho checando como estavam as irmãs mais novas, Lucie e Cozette. Abriu a porta do quarto delas e se deparou com as duas sentadas no tapete jogando cartas. Quase riu com isso, mas se manteve séria e deu uma bronca nelas por causarem preocupação desnecessária em um momento tenso. Jovens como eram, não só não fizeram uma autocrítica como ficaram zangadas com a mais velha.

O orgulho do mensageiro e o preconceito da astrólogaOnde histórias criam vida. Descubra agora