Capítulo 11: imaginação correndo solta

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  Mona já tinha usado hidromancia para se comunicar das mais diversas formas, mas se conectar com a sopa de alguém foi a primeira vez! Teve que se controlar muito - mais muito mesmo- para não cair na risada, só conseguindo manter sua compostura graças as aulas de etiqueta que sua mãe tinha a obrigado a fazer até o fim da adolescência. Se focou na energia elemental para manter a conexão estável então os irmãos seguiam com sua conversa.

  - Precisei usar meio incomuns para falar com você.

  - Hai.

  - Você poderia me mandar aquele negócio que eu deixei escondido nos seus aposentos? Sabe, aquilo lá que eu coloquei depois que voltei daquele lugar.

  Mona não queria ser enxerida, mexiriqueira, ou mesmo fofoqueira, mas era impossível não ouvir a conversa dos dois dado que ela era quem fazia a mediação. Claro que tinha que fingir que nada estava acontecendo, mas ela e Scaramouche sabiam que tudo o que ele falava era ouvido por ela. Por isso não julgou a tentativa pífia dele tentar esconder o que realimente queria falar com a irmã, só que pelo que viu de relance na água, até a irmã dele ficou confusa.

  - Quê?

  - Aquele negócio lá.

  - Não entendo.

  Aparentemente a irmã dele era uma mulher de poucas palavras. 

  - Ai Mei, você precisa ser mais astuta! Você será a próxima shogun tem que saber as entrelinhas de tudo, ou então os outros vão te enganar.

  - Hai.

  Scaramouche deu essa mini bronca na irmã com o mesmo tom de voz preocupado, que ela censurava suas irmãs mais novas por seus comportamentos lamentáveis. Isso a convenceu de que era mesmo um bom irmão, claro que ela já sabia disso por conta da preocupação dele em mandar a mulher alada seguir Lumine e Tartaglia para garantir, que não fariam nada que pudesse ser reprovado no tempo que ficassem naquela loucura de caçada.

  - Os livros ancestrais que eu trouxe de Watatsumi.

  - Ahhhh, lembrei, mandarei  o mais rápido possível.

  Livros? Todo aquele mistério para ele pedir livros ? Era quase ridículo, só que pensando melhor, ele tinha dito a palavra " ancestral" o que significava que deveriam ser raridades preciosas, então poderiam atrair a atenção dos ladrões do tesouro. Só que isso não explicaria o motivo dele tentar mandar essa mensagem de uma forma tão cifrada que nem a irmã entendeu. Não, esses livros tinham alguma coisa a mais, talvez algum segredo de Estado ou então um conhecimento perdido. Isso sim faria mais sentido!

  - De maneira discreta Mei, ninguém pode saber... aliás, para garantir a segurança, mande um de nossos Yokais, de preferência uma Yuki Ona.

  Ha! Os livros deviam ter mesmo algum conteúdo muito secreto, ele não pediria uma escolta especializada só por um livro ser caro. Quer dizer, Mona achava que não por conta dos gastos que uma viagem como essas traria, entretanto não fazia ideia de quanto dinheiro um príncipe teria, muito menos o que ele achava caro ou barato.

  Era um mundo muito diferente do seu.

  E além disso, o que seriam isso de Yokai, Yuki Ona? Seria alguma forma de soldados de elite como os Melilith, ou a Tropa dos 30?

  - Masss... Oni-sama, nós só temos a Yukari de Yuki Ona.

  - E?

  - Ela e Sara juntas...

  - É mesmo, as duas se odeiam... bom, fazer o que ? Yukari é uma subordinada tão capaz e tão de confiança quanto Sara, e eu estou precisando dos serviços dela, então Sara terá que aguentar seus ciúmes de Tengu, ela ainda não é capaz de estar em dois lugares ao mesmo tempo. 

O orgulho do mensageiro e o preconceito da astrólogaOnde histórias criam vida. Descubra agora