Capítulo 4: Um semi-deus em Mondstat

109 8 8
                                    


  -  Sara, você está sendo injusta. Eu e Mei somos descendentes da Arconte Electro só podemos ser comparados a outros como nós, use critérios mais atingíveis para pessoas normais.

  - Verdade, Scaramouche-sama. Hum, talvez Ayaka-Hime seja uma boa comparação, e ela continua sendo a mais bela entre as reles mortais.

  - ... é Ayaka é bem bonita mesmo, pena que ela tem a mesma personalidade de um vazo, não, o vazo tem mais personalidade. Ela é insuportável, chata para um caralho.

  - Que bom que vocês estão se divertindo as custas de pessoas que eu suponho serem boas, e honestas. Agora vamos para a cede dos cavaleiros de Favonius, quero terminar logo essa cerimônia de boas-vindas, e tirar esse casaco.

  - Eis as primeiras palavras sensatas que ouço vindas de você Tartaglia! Vamos né, está quente mesmo. Sara nem pensa em ir voando, o subordinado aguenta as mesmas provações que seus mestres.

  - Sim, Scaramouche-sama.

  Assim os dois mensageiros, Sara, e o resto da séquito, voltaram a fazer seu desfile cerimonial até a cede dos Cavaleiros de Favonius para receberem oficialmente as Boas- Vindas do Grão Mestre, ou no caso da vice dele, Jean - que pelo que os boatos diziam, era a única pessoas que de fato trabalhava em Mondstat- só  aí estariam liberados para ir para a embaixada de Snezhnaya, a qual na verdade não passava de um hotel alugado...

  Só mesmo a Tsaritsa para ter a generosidade de ter uma embaixada naquele fim de mundo. Sua mãe, Raiden Ei, era uma mulher sensata e nem se dava ao trabalho de ter contato com aquela nação. Inazuma ganharia o quê com Mondstat? Alcoolismo desenfreado? Desrespeito á hierarquia?

  Ele subiu a escadaria mais focado em seus pensamentos do que à realidade a sua volta, e por isso foi pego de surpresa quando uma rajada de vento arrancou seu chapéu,  o levando justamente a janela daquelas mulheres que ele e Sara estavam julgando minutos antes. Como o príncipe que era, Scaramouche era um homem de educação superior e portanto menos propenso a crendices populares. Só que a coincidência do vento o ridicularizar enquanto ele debochava mentalmente da cidade do Arconte de Anemo, quase o fez pensar que foi ação direta do próprio Barbatos.

  Olhou para a janela com a expressão digna que usava em ocasiões formais, e demandou que a mulher de cabelos negros e olhos cinza muito dos expressivos, devolvesse seu chapéu. Ela ao invés de olhar para ele com espanto e nervosismo aos quais estava acostumado, olhou para ele com uma expressão de... deboche? Mostrou a língua para ele. Para ele! PARA ELE!!!! E não parando por ai, teve a audácia de atirar seu precioso chapéu cerimonial como se fosse um bumerangue na direção de sua cara. Foi tudo tão inusitado que ele quase se esqueceu de pegar o objeto que voava em sua direção.

  Só não foi atingido pois, mesmo com sua mente completamente chocada, seu corpo tinha sido treinado a exaustão em todas as artes marciais de seu país, e seu instinto de autopreservação funcionava antes até do que seus pensamentos. Assim pegou o chapéu um segundo antes de ter seu rosto atingido por ele.

  Príncipes eram oficialmente proibidos de serem humilhados, e ele não seria o primeiro a quebrar essa lei ancestral.

  A mulher desconhecida fez uma expressão de desgosto ao ver a precisão de seus movimentos elegantes, e ficou com os braços cruzados fingindo olhar para qualquer outra coisa que não fosse ele. Scaramouche respondeu a isso na mesma moeda, também fingindo que nada havia acontecido. Para quem observava de fora a mensagem era clara: nem vale a pena notar a existência de um ser tão insignificante. Mas em seu intimo ele estava impactado. 

  Quem era aquela que o desafiava com aqueles olhos tão brilhantes?

  Assim que estivesse em seu quarto chamaria Sara para a ordenar que descobrisse isso para ele, e de preferência arranjasse todas as informações num daqueles dossiês que ela escrevia sobre aquelas coisas chatas de embaixada. Só que o conteúdo desse seria interessante só para variar.

O orgulho do mensageiro e o preconceito da astrólogaOnde histórias criam vida. Descubra agora