Capítulo 10: Pegas no flagra

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  Desde o momento que ela e Rosaria entraram no bar, não conseguiu conter sua raiva, e não perdeu tempo em começar seu desabafo sobre a mais nova loucura de sua família. Esperava ideias mirabolantes, falta de bom senso, e até mesmo omissão de todos menos de Lumine! Como é que a irmã, sempre tão sensata, tinha achado que sair por uma semana com um homem praticamente desconhecido, seria uma boa ideia? Ainda mais naquele clima que prometia chuva em abundância!

  Mona falava tudo o que tinha guardado dentro de seu coração desde que o nome Tartaglia foi dito pela primeira vez em sua casa. Conforme ingeria mais cerveja, arrancava sentimentos escondidos em cantos ainda mais profundos de sua alma. Rosaria escutava a tudo enquanto saboreava os drinks mais fortes da casa, até que após o que pareceu ser uma longa reflexão, disse com seu tom descompromissado de sempre.

  - Vocês estão colocando pressão demais na Lumine, ela só quer um sexo casual com  ele, veja só o homem é bem apessoado, tem gostos parecidos com os dela, e indica estar aberto a flertes, é perfeito para isso! Certa ela que está aproveitando a vida.

  - Rosaria!

  - Ué, ela é adulta, nada demais nisso.

  - ... não, ela não é assim! Minha irmã é uma verdadeira romântica, acredita no amor verdadeiro e coisas assim.

  - E isso a impede de sentir luxuria por que?

  -É...

  - Inclusive, acho que você deveria procurar alguém também. Sabe, aquele príncipe me pareceu estar fascinado por você, acredite em mim eu vi como ele te olhou. Aproveite a deixa e agarra ele!

  - Faça-me o favor né, ele me chamou de feia na frente da cidade toda, mesmo se eu estivesse procurando um marido, o que eu não estou, ele seria o último homem que eu olharia!

  - Você se agarra demais à primeiras impressões, analise melhor as ações dele. Da mesma forma que você acha um absurdo a sua irmã confiar num cara que ela conheceu a uns três dias, você também não pode julgar o outro mensageiro com base em uma conversa e meia! Fora que eu nunca disse para você casar com ele, aqui estamos falando só de casos passageiros.

  - É, bom, você até que tem um ponto.

  - Vou  passar amanhã na barraca de alquimia e pegar uma poção anticoncepcional, ou melhor, duas! Uma para você e a outra para a Lumine. Não precisa agradecer é minha caridade piedosa, a Igreja me manda fazer de vez em quando.

  - Para Rosaria, isso não tem graça.

  - Quem disse que eu estou brincando? Por Basibatus! Hoje você está com um humor pior que a peste, vamos fazer o que viemos fazer aqui : nos divertir.

  Dizendo isso, Rosaria tirou de sua bolsa um livro preto, encadernado no melhor couro disponível em Teyvat, e com um símbolo de Electro bordado com o que provavelmente eram fios de ouro. De certo, era um objeto digno de um príncipe! Era ao mesmo tempo algo nobre e digno, só que sem ser opulento. Certamente ganharia o selo de aprovação da, mui exigente, editora da revista de moda Madame Etiquette.

  Curiosa, Mona tentou pegar o livro em suas mãos, mas foi detida pela freira que insistia em ser a " guardiã"  do objeto, pois fora ela quem teve todo o trabalho de " pegar emprestado" na gráfica, e quase ter quebrado o braço entrando lá pela chaminé. Por mais que a frustração da astróloga fosse grande, os argumentos da amiga eram irrefutáveis, sendo assim, se contentou em pedir para que a outra deixasse o livro aberto na mesa por um tempo. Queria ver como era a caligrafia do príncipe.

  Era exatamente como as novels diziam que seria: precisa e elegante. 

  Só que mesmo impressionada com essa inesperada exatidão  de suas leituras casuais, não sabia se compartilhava das mesmas conclusões que as autoras costumavam tirar disso. Que pesquisas tinham sido feitas para se dizer que a caligrafia de alguém revelava seu caráter ? Nenhuma! Não  poderia dizer que ele era uma pessoa confiável, e de bons princípios só porque tinha uma letra bonita!

O orgulho do mensageiro e o preconceito da astrólogaOnde histórias criam vida. Descubra agora