𝗦𝗲𝘅 𝗗𝘂𝗼.

39

VINNIE

Eu não sei o que estaria passando na cabeça de Hailey, mas seria capaz de fazer todos os possíveis para lhe provar que eu estou sendo o mais sincero e o mais puro que consigo ser para com ela. Ela merecia isso da minha parte. O sentimento é algo tão forte que só me fez ganhar coragem de admitir isso, num momento tão frágil como aquele. Não houve uma troca mútua de palavras. Me sinto um merda mas sei que de certa forma, foi necessário. Ela precisava saber da minha própria boca.

Eu sabia que para ela, sentir o calor de meu corpo junto ao seu a noite inteira, lhe traria um certo conforto uma vez que se aninhou contra mim sem nem pensar duas vezes. Éramos a pessoa certa de cada um. E eu tinha a certeza disso.

— Você está bravo comigo?— A voz suave e doce da garota soou no meio do escuro. Mesmo de olhos fechados, eu pude perceber o quão seu rosto estava próximo ao meu.

— Não.— Eu realmente não estava. Só talvez entristecido mas chateado com ela, não.

— Me desculpa, eu...— Eu sabia que ela se sentia culpada pelo que aconteceu. Eu sabia muito bem disso. Mas eu não lhe iria colocar culpa porque não fazia sentido. Somos pré-adultos, confusos com a vida e sentimentos e além de tudo, com medo do futuro e do presente. Eu entendo ela, claramente.

— Está tudo bem, amor. Volte a dormir. Eu estou aqui.— E sempre estarei. Poderia lhe ter dito mas não me ocorreu. Me aconcheguei um pouco mais à almofada, e um silêncio longo se instalou. Um silêncio esse bastante quieto mas confortável de se estar.

— Vinnie.— Oh, essa voz.

— Hm?— Murmurei baixo, até demais, completamente derretido por agora sentir o seu toque breve sobre meu rosto.— Está tentando descobrir onde estou?

— Na verdade, estou procurando seus lábios.

— Eles estão mais pra aqui.— Minha mão foi de encontro com a dela e a trouxe até mais a cima. Seus dedos pousaram sobre meus lábios. E isso, foi o suficiente para que em questão de segundos, Hailey se remexesse e logo depositasse ali um selar demorado ao qual eu retribui com todo o gosto. E com todo o amor.

— Eu não estou conseguindo dormir.— Ela confessou, logo após separar seus lábios dos meus. O quarto estava uma completa escuridão, e com isso, não hesitei em esticar meu braço e acender o pequeno abajur que ali logo eu tinha. Voltei a minha atenção para Hailey agora podendo ver o seu rosto com clareza.

— Precisa de alguma coisa? Um calmante? Chá, talvez? Minha mãe costuma falar que funciona.

— Não. Eu estou bem, Vin. — Ela engoliu a sua própria saliva como se algo estivesse pronto a sair de sua boca mas ainda não havia arrumado coragem para isso.

Levei a mão até meu rosto, deixando a palma da mesma rolar por minha pele. Eu deveria estar com ar de quem está extremamente sonolento.

— Tem certeza? Eu posso perfeitamente me levantar e ir buscar qualquer coisa que você queira. Água?