22-Verdades

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O ruivo agarrou-se ao braço de Christopher quando ele fez menção de passá-lo para frente.

-Já, já volto para ficar com você. -Ele o tranquilizou. -Mas agora precisa ir com Adelaide, Rafa...

Era a primeira vez que ele o chamava daquela maneira. Rafa...

Por isso, dando um último olhar para Christopher, Rafael se deixou levar por Adelaide.

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Alguns minutos depois, a mulher regressou, encontrando um Christopher totalmente agitado andando de um lado para outro. Os olhos estavam gelados, porém com um brilho levemente animal.

-Patrão, o que fez ao senhor?-Adelaide perguntou nervosamente.

-Eu não fiz nada desta vez. -Ele respondeu rudemente.

-E então..?

-O idiota do pai dele é que fez. -Ele se virou para a criada ferozmente. Esta se assustou e andou para trás. -Teve a coragem de dizer ao Rafael que ele é sua maior decepção, por ter nascido em uma hora inapropriada há anos atrás. E o acusou de matar a própria mãe no parto.

Adelaide tapou a boca com as mãos, indignada.

-De verdade ele fez algo assim?

Christopher assentiu friamente.

-Mas que crueldade! -A mulher balançou a cabeça. -Pois então o pobrezinho têm razão para ficar assim! Isso não se faz... -Ela elevou os olhos para o patrão. -Ele é todo delicado, feri-lo é a coisa mais fácil de se fazer.

Christopher ficou quieto ouvindo. Logo, ergueu os olhos.

-Pois quem mexe com Rafael, é como se mexesse comigo. Cuide dele por mim, Adelaide.- Dizendo isso, Christopher se virou abruptamente e saiu apressado. Sua presença poderosa abandonou a casa, antes que Adelaide pudesse impedir.

-Meu Deus!-A mulher murmurou.

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Christopher esperou o criado abrir o portão da mansão dos pais de Rafael, e entrou sem pedir licença, quase atropelando o mordomo.

Caminhou firmemente, e logo que entrou na casa Blanca veio ao seu encontro.

-Christopher? -Ela sorriu. -O que o traz aqui? Se veio encontrar-se com Rafa, ele já foi.

-Não, não vim para isso. O Fernando está?-Ele perguntou brevemente.

-Sim. -A mulher franziu o cenho. -No escritório.

-Com licença...-Ele passou por ela sem mais explicações.

Christopher nem bateu na porta, simplesmente entrou de forma brusca no escritório.

Fernando estava sentado, com os braços cruzados sobre a mesa e a cabeça baixa.

-Fernando. -Christopher chamou de forma dura e fria.

O homem ergueu a cabeça.

-Christopher!-Levantou-se e acenou cansadamente, indo até ele para cumprimentá-lo. -Como vai, à que devemos a honra de sua presença inesperada?

Ele sorriu e estendeu a mão. Christopher olhou para a mão do homem mais velho por um segundo, e depois avançou contra ele, agarrando-o pelo colarinho.

Fernando levou um susto pelo ato brusco e arregalou os olhos, tentando se soltar.

-Por Deus, está louco?

-Não, a questão aqui não sou eu. A questão é o que te passa? -Christopher devolveu, sacudindo o homem.

-Não estou entendendo!

-Pois eu vou explicar... olhe bem para mim e me responda seriamente, ok?

Fernando assentiu.

-Que tipo de pai tem a coragem de falar para ao próprio filho que ele é sua maior decepção... Somente pelo fato dele não ter nascido numa hora mais apropriada, ou por ter nascido homem. Diga com sinceridade, acha que um homem que faz isto com o único filho que têm merece respeito? Que acusa o filho de matar a mãe?-Christopher cerrou os olhos a apertou ainda mais a gola de Fernando. O homem engoliu em seco.

-Então aquele menino saiu correndo para lhe contar o que aconteceu?

-Ele não saiu correndo para contar à ninguém. -Christopher o observava com frieza e desprezo. -Mas sou seu marido e tenho que protegê-lo. O vi chorando com desespero e exigi saber o que havia acontecido. E o que ele me contou foi quase um choque. Eu não acreditava que pudesse haver um pai desse tipo.

-Você não sabe do que está falando! -Fernando tentou se soltar.

-Sei perfeitamente! Porém não me interessa ouvir sua versão da história... Só vim lhe dar um aviso, Fernando. -Christopher subiu a gola do homem, quase enforcando-o. - Rafael é meu esposo, por isso quem se atrever a fazê-lo chorar vai ter que se acertar comigo. Entendo que você e ele podem ter problemas familiares, mas a partir do momento em que ele se tornou MEU esposo tudo o que lhe passa é da minha conta. Por isso não me faça perder o pouco de respeito que me sobrou por você, somente por ser pai do meu homem. -Ele o olhou com nojo. -Mude de atitude. Rafael não merece ter um pai como você.

Christopher o soltou, e Fernando quase caiu.

-E me permita dizer... Hoje ficou claro que não é Rafael sua decepção. -Chris completou. -Você é a maior decepção para ele.

Christopher virou as costas e saiu. Fernando tentou se acalmar, sentando-se na cadeira mais próxima.. as palavras de Christopher agora fixas em sua mente.

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Já na mansão, Christopher bateu na porta e entrou. Encontrou Rafa na cama, sentado com as pernas dobradas na frente do peito e o olhar fixo na parede. Parecia desanimado, pequeno e frágil.

Ele se aproximou da cama e sentou-se ao lado dele. Observou-o, e logo ergueu o queixo pequeno de Rafa, para que ele o encarasse.

-Está melhor?-Perguntou suavemente.

O ruivo tirou uma mexa vermelha do rosto e assentiu.

-Tem certeza?

-Sim. -Ele sorriu brevemente. -Aonde foi?

Christopher tirou a mão do rosto de Rafa e soltou um longo suspiro.

-Apenas resolver algo que estava incomodando à nós dois. Agora acho que pela primeira vez tudo vai ficar melhor.

Rafa não entendeu do que ele falava, mas aquilo lhe passou certa confiança. Por isso sorriu docemente para o marido.

Ele devolveu o sorriso. Um sorriso muito leve e momentâneo, mas verdadeiro. O primeiro sorriso verdadeiro que o ruivo, o via dar.

-Vamos descer?- Chris se ergueu da cama e estendeu-lhe a mão.

Rafa olhou para a mão dele. Então assentiu e se levantou também, colocando a mão pequena sobre a dele.

Christopher a conduziu para fora do quarto, ambos de mãos dadas. Quando estavam chegando perto da escada Rafa segurou no braço de Christopher fazendo ele virar. O ruivo corou um pouco e o beijou, era a primeira vez que Rafa tomava a iniciativa e Chris gostou, o loiro segurou na cintura de Rafa apertando e ruivo colou-se a ele por impulso. O beijo começou a ficar mais urgente e o ar faltou.

Rafael estava arfante e corado quando descolaram seus lábios, Christopher sorriu e depositou um selinho nos lábios do ruivo.

-Eu te....a..- Quando Christopher ia completar a frase, Adelaide aparece na escada.

-O senhor já está melhor?- Perguntou bondosamente.

- Sim, sim.

-Então venham... O almoço está servido. - Adelaide desapareceu no andar debaixo.

Christopher sorriu sem graça e segurou na mão do ruivo.

- Vamos almoçar.

Renda-se,Você é meu!!!Onde histórias criam vida. Descubra agora