O ruivo agarrou-se ao braço de Christopher quando ele fez menção de passá-lo para frente.
-Já, já volto para ficar com você. -Ele o tranquilizou. -Mas agora precisa ir com Adelaide, Rafa...
Era a primeira vez que ele o chamava daquela maneira. Rafa...
Por isso, dando um último olhar para Christopher, Rafael se deixou levar por Adelaide.
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Alguns minutos depois, a mulher regressou, encontrando um Christopher totalmente agitado andando de um lado para outro. Os olhos estavam gelados, porém com um brilho levemente animal.
-Patrão, o que fez ao senhor?-Adelaide perguntou nervosamente.
-Eu não fiz nada desta vez. -Ele respondeu rudemente.
-E então..?
-O idiota do pai dele é que fez. -Ele se virou para a criada ferozmente. Esta se assustou e andou para trás. -Teve a coragem de dizer ao Rafael que ele é sua maior decepção, por ter nascido em uma hora inapropriada há anos atrás. E o acusou de matar a própria mãe no parto.
Adelaide tapou a boca com as mãos, indignada.
-De verdade ele fez algo assim?
Christopher assentiu friamente.
-Mas que crueldade! -A mulher balançou a cabeça. -Pois então o pobrezinho têm razão para ficar assim! Isso não se faz... -Ela elevou os olhos para o patrão. -Ele é todo delicado, feri-lo é a coisa mais fácil de se fazer.
Christopher ficou quieto ouvindo. Logo, ergueu os olhos.
-Pois quem mexe com Rafael, é como se mexesse comigo. Cuide dele por mim, Adelaide.- Dizendo isso, Christopher se virou abruptamente e saiu apressado. Sua presença poderosa abandonou a casa, antes que Adelaide pudesse impedir.
-Meu Deus!-A mulher murmurou.
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Christopher esperou o criado abrir o portão da mansão dos pais de Rafael, e entrou sem pedir licença, quase atropelando o mordomo.
Caminhou firmemente, e logo que entrou na casa Blanca veio ao seu encontro.
-Christopher? -Ela sorriu. -O que o traz aqui? Se veio encontrar-se com Rafa, ele já foi.
-Não, não vim para isso. O Fernando está?-Ele perguntou brevemente.
-Sim. -A mulher franziu o cenho. -No escritório.
-Com licença...-Ele passou por ela sem mais explicações.
Christopher nem bateu na porta, simplesmente entrou de forma brusca no escritório.
Fernando estava sentado, com os braços cruzados sobre a mesa e a cabeça baixa.
-Fernando. -Christopher chamou de forma dura e fria.
O homem ergueu a cabeça.
-Christopher!-Levantou-se e acenou cansadamente, indo até ele para cumprimentá-lo. -Como vai, à que devemos a honra de sua presença inesperada?
Ele sorriu e estendeu a mão. Christopher olhou para a mão do homem mais velho por um segundo, e depois avançou contra ele, agarrando-o pelo colarinho.
Fernando levou um susto pelo ato brusco e arregalou os olhos, tentando se soltar.
-Por Deus, está louco?
-Não, a questão aqui não sou eu. A questão é o que te passa? -Christopher devolveu, sacudindo o homem.
-Não estou entendendo!
-Pois eu vou explicar... olhe bem para mim e me responda seriamente, ok?
Fernando assentiu.
-Que tipo de pai tem a coragem de falar para ao próprio filho que ele é sua maior decepção... Somente pelo fato dele não ter nascido numa hora mais apropriada, ou por ter nascido homem. Diga com sinceridade, acha que um homem que faz isto com o único filho que têm merece respeito? Que acusa o filho de matar a mãe?-Christopher cerrou os olhos a apertou ainda mais a gola de Fernando. O homem engoliu em seco.
-Então aquele menino saiu correndo para lhe contar o que aconteceu?
-Ele não saiu correndo para contar à ninguém. -Christopher o observava com frieza e desprezo. -Mas sou seu marido e tenho que protegê-lo. O vi chorando com desespero e exigi saber o que havia acontecido. E o que ele me contou foi quase um choque. Eu não acreditava que pudesse haver um pai desse tipo.
-Você não sabe do que está falando! -Fernando tentou se soltar.
-Sei perfeitamente! Porém não me interessa ouvir sua versão da história... Só vim lhe dar um aviso, Fernando. -Christopher subiu a gola do homem, quase enforcando-o. - Rafael é meu esposo, por isso quem se atrever a fazê-lo chorar vai ter que se acertar comigo. Entendo que você e ele podem ter problemas familiares, mas a partir do momento em que ele se tornou MEU esposo tudo o que lhe passa é da minha conta. Por isso não me faça perder o pouco de respeito que me sobrou por você, somente por ser pai do meu homem. -Ele o olhou com nojo. -Mude de atitude. Rafael não merece ter um pai como você.
Christopher o soltou, e Fernando quase caiu.
-E me permita dizer... Hoje ficou claro que não é Rafael sua decepção. -Chris completou. -Você é a maior decepção para ele.
Christopher virou as costas e saiu. Fernando tentou se acalmar, sentando-se na cadeira mais próxima.. as palavras de Christopher agora fixas em sua mente.
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Já na mansão, Christopher bateu na porta e entrou. Encontrou Rafa na cama, sentado com as pernas dobradas na frente do peito e o olhar fixo na parede. Parecia desanimado, pequeno e frágil.
Ele se aproximou da cama e sentou-se ao lado dele. Observou-o, e logo ergueu o queixo pequeno de Rafa, para que ele o encarasse.
-Está melhor?-Perguntou suavemente.
O ruivo tirou uma mexa vermelha do rosto e assentiu.
-Tem certeza?
-Sim. -Ele sorriu brevemente. -Aonde foi?
Christopher tirou a mão do rosto de Rafa e soltou um longo suspiro.
-Apenas resolver algo que estava incomodando à nós dois. Agora acho que pela primeira vez tudo vai ficar melhor.
Rafa não entendeu do que ele falava, mas aquilo lhe passou certa confiança. Por isso sorriu docemente para o marido.
Ele devolveu o sorriso. Um sorriso muito leve e momentâneo, mas verdadeiro. O primeiro sorriso verdadeiro que o ruivo, o via dar.
-Vamos descer?- Chris se ergueu da cama e estendeu-lhe a mão.
Rafa olhou para a mão dele. Então assentiu e se levantou também, colocando a mão pequena sobre a dele.
Christopher a conduziu para fora do quarto, ambos de mãos dadas. Quando estavam chegando perto da escada Rafa segurou no braço de Christopher fazendo ele virar. O ruivo corou um pouco e o beijou, era a primeira vez que Rafa tomava a iniciativa e Chris gostou, o loiro segurou na cintura de Rafa apertando e ruivo colou-se a ele por impulso. O beijo começou a ficar mais urgente e o ar faltou.
Rafael estava arfante e corado quando descolaram seus lábios, Christopher sorriu e depositou um selinho nos lábios do ruivo.
-Eu te....a..- Quando Christopher ia completar a frase, Adelaide aparece na escada.
-O senhor já está melhor?- Perguntou bondosamente.
- Sim, sim.
-Então venham... O almoço está servido. - Adelaide desapareceu no andar debaixo.
Christopher sorriu sem graça e segurou na mão do ruivo.
- Vamos almoçar.
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Renda-se,Você é meu!!!
Cerita PendekRafa estava perdido, a única solução que lhe restara era aquela. Pegara todo o dinheiro que seu pai guardara para ele desde pequeno, para que agora pudesse se manter em algum lugar por algum tempo.Não tinha ideia do que faria depois, mas sabia que a...