A menina do quadro

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No final do corredor tinha uma enorme sala.
Mais iluminada, de paredes cor bege e vários móveis antigos empoeirados e cobertos de panos brancos.

Uma imagem aliviante para quem já estava pertubado de tantos lugares escuros e sombrios.

Olhando ao redor, tinha uma pequena mesa caída no chão e um vaso quebrado, os garotos concluirão que um rato ou o vento poderiam ter causado aquele barulhão.

Logo atrás chegou Nicolas, que achou mais confortavel ir com os garotos, do que ficar sozinho naquele corredor macabro.

-Ei, O que...- disse ele confuso, apontando para a varanda da sala.

Lá estava uma menina em pé, apoiada no para-peito da varanda.
-Ei menina!- disse Thomas chegando mais perto, mas a garota desapareceu.

"Ué?" Pensou ele olhando para os lados, de repente, uma fina e divertida risada foi ouvida de todos os lados.

Théo se agachou com os braços por cima da cabeça, tentando se proteger de alguma coisa, e os outros dois olhavam desesperadamente para os lados para ou descobrir de onde a risada vinha ou encontrar algum lugar para se esconder caso algo acontecesse.

Thomas olhou novamente para a sua esquerda, e lá estava ela, tão perto que seus narizes quase se encostavam.

Thomas obviamente gritou e deu um salto de susto, empurrando-a para longe.

Mas para a sua surpresa, a sua mão atravessou a menina como se ela fosse fumaça.
A garota novamente deu uma aguda risada. - Você devia ter visto a sua cara! Hihihihi... Foi ilário!-
e estendeu a mão para ele
-Me chamo Elie, e vocês?-

Os garotos estavam completamente imóveis, o tal fantasma era real?! Era ela?!

Seu corpo transparente e o fato dela estar flutuando já tirava todas as dúvidas.

Thomas tremia de pavor, mas juntou forças para gaguejar -vo-você é...-

Ela colocou as mãos na cintura
-Um fantasma? Ah por favor! Acho que já está um pouco obvio! Mas eu prefiro que me chame de Elie mesmo.-
e continuou
-Você ainda não me respondeu! Qual é o seu nome?-

-ah, m-meu nome é Thomas...-

Ela tinha o cabelo preto bem curtinho e muito bagunçado, usava um uniforme escolar com uma camisa social de mangas curtas e um laço vermelho no pescoço e uma saia azul marinho até os joelhos.
Ela tambêm tinha as mãos enfaixadas e algumas fivelas no cabelo.

Mas o que mais chamava atenção era o seu rosto.
Com pequenos caninos se destacando, tinha um enorme e meigo sorriso mas seu olhar era cansado e melancólico.

Nesse momento Nicolas teve coragem de sair de seu esconderijo e avançou na garota
-SAI DE PERTO DELE SEU CAPETA!
ACHA QUE ME...-

E mais uma vez ela desapareceu. Quando eles se viraram, ela estava em frente de Theo...
Ele tentou se afastar mas não foi rápido o bastante.

A menina seguro o rosto dele com suas frias mãos e com um sorriso, disse
-Você é fofo! E você? Qual é o seu nome?-

Nesse momento Thomas interrompeu puxando Théo para longe da fantasma.

-Eeee...você parece muito legal e tal...
Mas a gente precisa ir agora, que ta ficando tarde...-

-É melhor a gente ir embora mesmo.Deixa esse desafio para lá-
Sussurrou Nicolas.

A garota arregalou os olhos com uma expressão surpresa enquanto eles se apresavam em sair da sala.

-Bem... Eu acho que isso vai ser imposiiiivel...-
Ela cantarolou, olhando para baixo, mas dando uma pequena risadinha.

Mas as crianças apenas correram o mais rápido possível para a janela mais próxima, porêm quando olharam, a rua por qual tinham entrado havia sumido!

No lugar, estava uma espécie de floresta de tons cinza e azul coberta por uma densa neblina.

Comfusos, Thomas esfregou os olhos, Nicolas se beliscou para ver se não estava sonhando e Théo já rezava para aquela maluca não segui-los.

E ela não seguiu, mas algo pior aconteceu.

Eles começaram a ouvir batidas bem fortes de uma das portas do corredor (era um corredor bem largo).

Até que uma espécie de monstro gigantesco q mais parecia um peixe gordo, sem escamas, com pés (mas não eram pés humanos), uma enorme boca com fileiras de dentes afiados e compridos e vários olhos tenebrosos de pequenos a enormes. Arrombou a porta rugindo e correndo em direção aos três. Que gritaram desesperos.

Mas Elie chegou bem naquele momento. Ela tirou um estilete do bolso, pulou e deu um feroz golpe nas costas do monstro, que recuou por causa da dor.

Logo depois ela começou a empurra-lo para o cômodo de onde havia saído, ameaçando-o com o estilete.

-Essa foi por pouco... humanos morrem tão fácil!- disse ela ofegando quando finalmente trancou a besta.

-QUE DROGA FOI AQUILO???- gritou Nicolas olhando a garota como se ela tivesse algo haver com tudo aquilo.

-Não sei ao certo...
Existem várias aberrações e peculiaridades aqui, alguns eu nem conheço!-

Disse ela com seu enorme e irritante sorriso como se aquilo fosse a coisa mais natural do mundo.
-Mas aquele se chama Robsom!-

Os garotos olharam para ela sem enteder nada ainda processando tudo o que aconteceu.

Ela riu e virou a cabeça para eles lentamente, agora com um sorriso malicioso
-Vocês não me deixaram explicar! Esse lugar é amaldiçoado. Quem entra, não consegue mais sair...

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