A detetive e seus ajudantes

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Todos terminaram de comer e estavam se preparando receosos para a aventura que lhes esperavam.

Elie tirou os pratos e estava colocado-os na pia da cozinha, onde Ray lavava os pratos.
-Você não comeu nada... Por que?-
Ele perguntou sem nem tirar os olhos da pia.

Ela fez uma careta arrogante, como se estivesse ouvindo algo absurdo.
-Você sabe que a gente não precisa comer, né?-

Essa grosseria era desnecessária. Antes a fantasma comia e ainda dizia que estava treinando para quando fosse embora da casa...
-Eu sei que você não vai para lá só por causa da chave...-
Ele mudou de assunto.
-É melhor parar com essa implicância com a aberração daquele parque!-

- Ela é uma chata e dedo-duro, a causa da maioria dos meus problemas!-
Ela cruzou os braços aborrecida.
-É a minha chance de me livrar daquela praga!

Ray revirou os olhos, enquanto ela saia.

A fantasma voltou para a sala de jantar derrapando e fazendo uma pose dramática.
-HOJE MEUS AMIGO, e provavelmente todos os dias em que estiverem aqui, EU SEREI A DETETIVE ELIE, E VOCÊS MEUS AJUDANTES!-

Ela sacudia nas mãos uma lupa que havia tirado do bolso. Parecia que tudo aquilo não passava de uma brincadeira para ela.

Nicolas revirou os olhos, ele ja confiava mais nela, mas só a existência dela o irritava e pelo visto, ela amava provoca-lo!

Enquanto eles seguiam o caminho em fila todos queriam conhecer melhor a nova amiga de Théo, que já havia sido apresentada. Elie estava um pouco desconfiada e acabou assustando ela.

Thomas ja não conseguia segurar sua curiosidade.
-Hmm...Elie?-

-Sim?- ela se virou com aquele sorriso gentil e tranquilizante.

- Bem, ontem você tinha dito que a tal chave leva de volta para o mundo dos vivos, certo?

-Certo!
Aonde ele queria chegar com isso? Todo mundo tinha um certo receio, não só disso mas de tudo!

Ele continuou.
-Então... esse seria o mundo dos mortos?- O ruivo tinha medo que ela disesse sim e seu tom de voz entregava isso.

-Essa é uma boa pergunta!-
a garota flutuou por cima dele.
-Não! Na verdade isso é.... LUGAR NENHUM!

-Como assim eu estou em lugar nenhum a todos esses anos???-
Clara sussurrou meio gritando, ela estava sentada no ombro de Théo e segurando em seus fios loiros para se equilibrar.

A garota ainda flutuando sobre as crianças riu da confusão deles.
Aquilo pertubava eles! Era como se tudo fosse tão claro, e para ela, eles fossem idiotas.

-Aqui é um lugar de transição.-
Ela continuou gesticulando exageramente. -Entre vários universos e lugares, eu acho...
Nós, fantasmas e aberrações, deveríamos estar no Céu, Inferno ou Purgatório mas estamos presos aqui por causa da maldição!-

-Aaaaaaah!-
as crianças exclamaram.

Os amigos continuaram andando por vários corredores, sempre prestando atenção para decorar o caminho mas quanto mais eles andavam mais confuso ficava.

Excerto para Elie!
Que cantarolava The Phantom of The Opera is There e por incrível que pareça, estava em alerta, sempre desviando de outras criaturas para não se meter em problemas.

Até que eles pararam diante de uma porta rosa arroxeado.
- CHEGAMOOOOOOOS!!!-
exclamou ela abrindo os braços muito animada.

-"Graças a Deus! Isso aqui estava parecendo mais a Ladeira da Mizericórdia!"-
pensou Théo.

Mas ao abrir a porta, a garota levantou o braço para eles pararem.
O grupo não viu, porém enquanto ela observava se estava tudo seguro, sua expressão mudou para um olhar vazio e escuro.

-Ta tuuudo limpo!- ela abaixou o braço voltando ao normal.

Enquanto eles entravam onde deveria ser um simples cômodo, avistaram um parque de diversões de tema circence, imenso, com LEDS, brinquedos diversos, parquinhos e barracas de guloseimas.

-Então Elie...onde exatamente vamos procurar?- Thomas perguntou não querendo se distrair e um pouco desconfiado.

-Ah! Aqui tem uma piscina de bolinhas que fica um monte de coisa perdida! Acredito que a chave deve estar lá.-
ela flutuou até a entrada.
- Venham, fica por aqui!-

Poxa vida! Isso não foi nada direto. Será que eles vão mesmo encontrar?

A piscina era bem perto, mal eles entraram em uma curva, e estava lá!
Ela era bem grande. Retangular. Com mais ou menos 8 metros de largura cheia de bolinhas coloridas e dentro de uma tenda azul com grades de corda nos lados.
Elie foi a primeira a pular.

-E-eu acho melhor eu ficar no lado de fora mesmo!-
Clara estava meio nervosa, aquilo parecia um mar para ela.

-Caraca! Essa é a maior piscina de bolinhas que eu já vi!-
Thomas pulou se perguntando que coisas ele encontraria ali.

-Isso é muito fundo?-
Théo tinha uma certa dúvida sobre a segurança daquilo ao ver que seu amigo estava coberto de bolinhas até a barriga.
Mas ele não teve tempo de responder, pois um segundo depois Nicolas o empurrou, pulando logo depois.

Como Elie tinha dito, havia várias coisas perdidas: salgadinhos vencidos, brinquedos, estiletes (talvez fossem da fantasma), mas nada da chave.

Até que Thomas avistou uma coisa brilhando lá no fundo.
Ele esticou o braço para pegar. Estava quase alcançando quando uma espécie de tentáculo se enrolou ao seu punho e o puxou para baixo.

Todos se desesperaram com seus gritos e Elie correu para alcança-lo.

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