Bem vindo ao circo

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-HAAAAAAA!-
Foi a única coisa que Thomas conseguiu gritar antes de ser arrastado para baixo.

  Théo subiu na grade desesperado, Nicolas e Elie correram para alcança-lo. Mas não foi rápido o suficiente, Théo foi até lá pindurado na grade e os três cavavam as bolinhas tentando encontrar o ruivo.

  No meio da confusão, Nicolas achou a chave.
Era dourada, brilhante, com formato pentagonal e pedras roxas decorando. Ele discretamente enfiou o objeto no bolso.

  Até que o grito abafado de Thomas pode ser ouvido novamente. Agora puxado para cima. E enquanto ele era arrastado para o alto, o dono do tentáculo era revelado.
Um polvo roxo gigantesco saia da piscina rasgando o telhado da tenda e quebrando a estrutura. O menino estava preso pela cintura e pelos braços, se debatendo para se soltar.

  Os garotos olharam para a criatura aterrorizados. A aura assustadora tomou conta da fantasma denovo.
-Já tava mais que na hora de aparecer!- ela resmungou baixinho.

  Até que Elie gritou com um ar bravo, mas ainda debochado.
-UM MONSTRO GIGANTE? QUE HORIGINAL! DEIXA DE SER COVARDE E VENHA ME ENFRENTAR PESSOALMENTE!-

  E tirou o estilete do bolso, levantando a lâmina e pulando em direção ao garoto.

  Outro tentáculo foi para cima dela a atingindo bem no rosto.

  Quando o membro foi abaixado, lá estava ela, se segurando para não ser lançada no ar.
Levantando com bastante esforço, a fantasma pega impulso novamente e pula, cortando fora o tentáculo que prendia Thomas.
Que se desenrolou do menino e caiu junto com ele.

   Thomas desesperado, via o chão cada vez mais perto, até que sentiu alguma coisa segurando-o. Abriu os olhos e se viu nos braços da fantasma. Ele virou uma pimenta de tão vermelho!

Mas né seguer deu tempo dela perceber! Bonecos sem rosto, parecidos com manequins, começaram a cerca-los.
A menina colocou-o no chão, seus olhos estavam escuros e sem emoção.
Deu um passo a frente e tirou outro estilete do bolso.

(Quantas coisas tem nesse bolso?)

  Protejendo o menino atrás dela.
Seus movimentos eram rápidos e prescisos, derrubando todos que estavam perto.
Enquanto isso, Clara corria e desviava de tudo, até que um dos bonecos chutou-a fazendo ela voar para longe.

-MIZERICÓRDIA!-
Gritou Théo, correndo em direção da bailarina.
Ela estava chegando no chão, quando o menino se jogou no chão fazendo a pequena pousar nas mãos estendidas dele, ilesa.

Antes de se levantar, viu outro boneco correndo violentamente em direção a eles.
-NÃO! P-PERA AÍ, PARA POR FAVOR!-

  Ele acenava desesperadamente, enquanto a coisa se preparava para dar um soco.
Nicolas viu a cena toda mas não conseguia fazer nada, pois outro boneco o segurava.
 
Até que uma aranha grande e preta pulou no manequim que ia atacar a dupla, e o despedaçou todo.

-Valeu!- disse Elie enquanto o animal rastejava até sua mão.

  Ela tinha corrido para lá e mandado uma de suas aranhas antes que o boneco os golpeasem.

-Vocês estão bem?-
A garota se virou para os amigos preocupada, ainda com o bicho no braço enquanto Thomas os ajudavam a levantar.

-Sim, obrigado.-

-Obrigada!-
Responderam.

-Certo! Fiquem todos juntos, ta bom?
Assim é mais fácil de protejer vocês.-

  Elie voou em direção de Nicolas. Ele se debatia para se libertar do boneco que já metia a mão em seu bolso, provavelmente atrás da chave.

  A menina deu um violento chute na "cabeça" do manequim arrancando-a.
O menino recuou um pouco ao ser libertado, muito surpreso com o que aconteceu.

  Ela agarrou o punho dele e foi aonde estavam os outros.

  Todos entraram em uma tenda parecida com uma tenda de circo, mas menor.

-Acho que eles não nos viram...-
Sussurrou para si mesma enquanto vigiava por uma brecha do pano.

Ela deu aquele sorriso doce e tranquilizante.
-Estamos seguros!-

  Todo mundo deu um suspiro ofegante. Estavam com tanto medo de serem descobertos que prenderam a respiração.

  A bailarina se inclinou do ombro de Théo.
-Aqueles bonecos e o polvo são aberrações como nós?-
O menino quis perguntar também
-Por que eles queriam nos pegar?-

  Elie fez um carinho na cabeça dele.
-Não! Eles são apenaz servos da dona desse cômodo, não tem emoções ou vontade própia...
Acredito que ela guarda a chave que estamos procurando, por isso querem nos pegar!-

  Nesse momento, uma luz se ascendeu no fundo da tenda.
  Todos se agarraram na menina.

  Lá no fundo tinha uma garota.
Um pouco mais velha do que eles, com um vestido estilo colombina, cinza, preto e branco, cabelo comprido, cacheado e roxo escuro, preso em maria-chiquinhas e usando um pequena coroa.
   Sentada em um trono de pernas cruzadas e... os encarando?
   Não dava para ter certeza, pois ela usava uma máscara de tragédia cobrindo o rosto todo.

-Ora ora... se não é a nossa "segurança"...
Ou seja lá o que você for, já que nunca faz o seu trabalho direito!
Você esta com algo que é meu...-
Ela falou com uma voz suave mas ameaçadora.

    Elie se virou empurrando os meninos para atrás dela.

-Ha! Que fofo! Trouxe alguns humanos para se desculpar da nossa última briga?-
Ela perguntou com um tom sarcástico.

-LONGE DISSO, EU QUERO REVANCHE!!-
Elie gritou bem confiante, mas no fundo estava morrendo de medo.

  A garota se levantou e puxou um martelo gigante de trás do trono.

(Parecia até o martelo da Junko Enoshima de Dangaronpa, mas com espinhos nas pontas!)

E avançou nela.
-Por que esta protejendo eles? Ele não ficaria nada feliz com isso...-

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