A verdade..

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Novamente caindo, mas dessa vez a superfície era dura e fria.

-Aii...- o ruivo esfregava as costas doloridas enquanto se levantava, até que se lembrou da sua frágil amiga.

-CLARA???-
Sem enxergar nada por causa do escuro, ele chamava desesperado e apalpava o chão.
" Ela quebrou"
Era a única coisa que passava pela cabeça dele .

-CLARA, ONDE VOCÊ ESTÁ?-

Ó não... O que ele dirá a Théo?  Não...ele não podia perder sua amiga assim!
Porque foi tão de repente?
Calma! Pode não ter sido isso.

Talvez ela não tenha caído com ele, né?

Thomas sentiu sua respiração falhar e suas mãos em um chão frio de madeira.
Não dava para enxergar absolutamente nada. Até que se arrepiou com alguém tocando o seu ombro...
.
.
.
  -Do que está falando?-
Tentando fazer a mesma expressão ameaçadora, Nicolas perguntou.

Ray, bem acomodado na escrivaninha, com um cigarro aceso na mão e a camisa meio desabotoada, já se sentia confortável em contar tudo para eles.

Talvez isso os fizessem se afastarem de Elie...

-O parasita.-

Théo se virou para ele com o rosto molhado e confuso, e ele continuou:
-Uma coisa que entra dentro de você e finge  ser seu subconsciente, te fazendo pensar em coisas horríveis e te matando por dentro...-

O homem deu uma pausa, vendo as crianças se sentarem no chão, ainda desconfiadas mas bem interessadas.

-...ele é o dono desse lugar!
Pode atacar tanto os vivos quanto os mortos...
Na verdade eu acredito que nem estamos mortos!

-C-COMO ASSIM?-

Ray explicou que andava pesquisando a um tempo, e que era impossível as aberrações estarem mortas porquê eles tinham sangue, batimentos cardíacos e sentidos.
Muitos acreditam estar mortos pois não se lembram de como chegaram, ou se tornaram aberrações depois de um acidente, além dos poderes que recebem e de serem imortais dentro da casa.

-"ENTÃO EU ESTAVA CERTO, FANTASMA NÃO EXISTEM!"- pensou Nicolas já pensando em esfregar sua nova descoberta na cara de Thomas.

O moreno saiu de seus devaneios preucupado quando seu colega perguntou se eles também eram imortais alí.

-Sim...
Mas se vocês "morrerem" aqui, se tornarão aberrações também.-

-Poxa! Bem que a gente podia ter esse poder também...-
Ele cruzou os braços frustrado.

-É por isso que vocês são muito úteis!-
E virou o rosto, sussurrando mais para si mesmo.
-e muito cobiçados também...-

-Por que?-

Ele pensou nas palavras adequadas para falar, mas quando abriu a boca,
todos foram surpreendidos por uma batida estrondosa na porta.

Ray rapidamente pegou sua arma de novo mirando na porta que estava quase sendo arrombada, e os meninos cobriram a boca se escondendo atrás dele.

Uma lâmina pequena surgiu furando violentamente a porta, bem perto da fechadura e a maçaneta girou lentamente.

As crianças não pensaram duas vezes! Gritando de desespero pegaram os vários travesseiros que tinha na cama e começaram a jogar em sabe-se o que era aquilo que estava entrando.

No rangido da porta, apareceu a cabeça de Elie.
-Nossa que gritaria... AI AI! QUE ISSO???

Eles começaram a jogar travesseiros na cara dela, e só se tocaram do que estavam fazendo quando a pobre menina ficou enterrada debaixo do montinho macio.

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