o Hotel da Elie

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Ela viu a expressão de desespero dos meninos e se apressou em falar.
-MAS CALMA! Tem um jeito de sair!-

-E qual é?- perguntou Théo meio choroso.

-Há uma chave que abre a porta daqui para o mundo dos vivos, mas eu não sei onde ela está, sabe como é né! Eu nâo sou dona daqui.- ela balançou os ombros.
-Mas posso ajudar a encontra-la!-

Nicolas chegou mais perto balançando o dedo indicador para ela
- E por quê eu deveria acreditar em você?-

O sorriso dela desapareceu e a garota saiu flutuando desanimada
-Tudo bem, eu vou embora.
Se não confiam em mim, podem ficar aí sozinhos tentando sair...-

Os outros dois gritaram um pouco desesperados.
-ESPERA, MENINA ELIE, A GENTE CONFIA EM VOCÊ SIM!-

-É! VOCÊ É LEGAL!-

Ela rapidamente voltou, batendo palmas com uma cara bastante animada.
-Ah, que bom!-

Ela apoiou o indicador na bochecha.
-Mas acho que já esta muito perigoso para procurarmos agora, talvez amanhã de manhã...-
Ela parecia mais estar em um devaneio do que falando com eles.
-Vocês podem passar a noite aqui!-
a menina levantou os braços muito alegre.
-PENSEM NISSO COMO UM HOTEL!-

Théo ainda estava muito inseguro mas preferia ficar onde quer que Thomas estivesse, do que com as possíveis aberrações.

Thomas estava se perguntando onde ele havia se metido, tinha certeza de que aquela garota era completamente louca, mas tinha um pouco de esperança de que fosse só isso...
Mas Nicolas? Há! ele tinha certeza que aquela "capeta" os mataria, ou algo pior! na primeira oportunidade!
Ele só não avançava para cima dela por que ele sabia que não tinha chance.

A fantasma correu para atrás de um balcão marrom de bordas douradas e pegou um chapeu azul escuro, estilo marinha.

-Sejam bem vindos, ao Hotel da Elie!
Irei providenciar um quarto para todos vocês e serei sua guia durante sua estadia...-

A fantasma parecia estar se divertindo muito com sua brincadeira.

-Mas oque está acontecendo aqui?-

Os garotos olharam para o lado para ver quem tinha falado.

E lá estava, encostado na parede num canto mais escuro.
Um homem, alto, magro, de cabelos castanhos e olhos verdes ríspidos e brilhantes, e uma cicatriz de corte no nariz.

Ele segurava um cigarro aceso na mão e vestia um uniforme policial.

Com seu corpo transparente os meninos concluíram que ele também era um fantasma.

Ele chegou perto da menina e tirou o chapéu da cabeça dela.
-Esse chapéu é meu pirralha idiota!-

Ela o abraçou e ele pós a mão em sua cabeça.


Os garotos sentiram um arrepio quando o homem olhou para eles com aqueles olhos ameaçadores. Ele apontou para os três com a cabeça.
-Tá! E quem são esses?

-Esses são os meus novos amigos!-
D

isse Elie dando pulinhos de alegria.

-Thomas e...e.... -
Ela se virou para os dois garotos.
-

Ei! vocês ainda não me disseram seus nomes.-


-Ah, M-meu nome é Théo...-
Disse ele meio tímido, ele estava assustado com a expressão rígida e séria daquele homem.
Ele deu um empurrãozinho em Nicolas que não queria responder.

-Nicolas!- Respondeu, ele bufando.

O homem os olhou de cima a baixo meio desconfiado, mas logo depois se virou como se não se importasse.
-Certo. Só peço que não me perturbem!-

Ele caminhou para fora do corredor.


Todos ficaram em silêncio enquanto ele desaparecia. A garota se virou bruscamente e sorriu para os meninos.

-Parece que não, mas ele é legal!-
Ela bateu palmas.
-Muito bem, agora vou leva-los aos seus quartos. SIGAM-ME!


Inconscientemente todos andavam em uma fila com a fantasma comandando, que saltitava e cantarolava como se estivesse indo a um parque de diversões.

Os outros estavam em silêncio e até um pouco calmos para aquela situação, mas suas mentes borbulhavam de pensamentos.

Até que pararam diante de um corredor mais escuro, de paredes marrons e detalhes dourados, o outro lado do corredor era uma grade verde-acizentado que os separavam de uma alta queda e uma enorme escada em espiral.
As portas eram de um bege mais claro, e evidentemente de madeira bem gasta.

- Bem, podem escolher. Um para cada!
E ela desapareceu.

-E aí?- Perguntou Nicolas.

-E aí o que? Foi tu que inventou isso tudo!- Thomas apontou para ele, irritado.

-EU!!!! QUEM CONCORDOU COM O DESAFIO FOI VC!-

-SERÁ QUE DA PARA VOCÊS PARAREM DE BRIGAR? A GENTE ABRE ESSA PORTA OU NÃO?- Théo bateu o pé no chão.

-Eis a questão...- O ruivo coçou a nuca.

Todos olharam para uma das portas.
O garoto bateu no peito e disse todo comvencido.
-EU VOU ABRIR, QUE EU SOU CABRA MACHO E NÃO TENHO MEDO DE NADA!

Todos se sentiram fortemente ofendidos com essa declaração.

Nicolas o encarou sério e colocou a mão na maçaneta também.

-OXI, POIS EU TAMBÉM SOU!-
Falou o loiro indo abrir tambêm.

1...2.....3! E todos abriram ao mesmo tempo. Mas antes mesmo de abrirem os olhos, eles gritaram se abraçando, já esperando o seu fim. Ao se tocarem que estava seguro, o moreno se soltou de Théo com cara de nojo.

O mesmo abriu as outras portas e cruzou os braços como quem dissese "e a gente estava com medo a toa!"

-Bem...boa noite!-
Disse Thomas entrando no quarto.

-Boa Noite!
-Boa Noite!

E todos entraram, meio desconfiados, mas cheios de curiosidade.

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