Um sonho?

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Quando o menino de sardas entrou, não dava para ver nada. Sentiu como se estivesse caindo, mas foi aparado por alguma coisa macia.
Passou algum tempo sem ouvir nem ver nada, até que as coisas começaram a ganhar forma, revelando um quarto.

Ele se levantou e viu...o seu quarto?
Seu quarto da sua casa!
Estava tudo lá, do mesmo jeito que ele deixou antes de ir brincar na rua naquele dia.

Será...
Será que foi tudo um sonho?

-Minha mãe tem razão, eu tenho que parar de comer tanto doce antes de dormir!
O ruivo ficou pensando perplexo enquanto observava tudo.
Era mesmo o seu quarto!

Até que viu uma coisinha se mechendo por baixo do cobertor do Ben10 e levantou as cobertas para ver o que era.

-Oh!-
exclamou Clara aliviada quando foi libertada daquela caverna macia e colorida.
-Nossa... achei que nunca mais veria a luz!Onde estamos?-

-Parece...que estamos na minha casa!-

Ela olhou em volta.
-Sua casa é muito bonita! Mas...como?-

-Também quero descobrir...-
Ele falou já se levantando do colchão macio e colocando a pequena no seu bolso com uma cara desconfiada.
Ainda se perguntando se realmente estava em casa e como poderia buscar seus amigos se estivesse, o garoto saia do quarto analisando tudo em sua volta.

Quando abriu a porta do quarto entrando no corredor, sentiu um cheirinho reconfortante de tapioca feita na hora.

Já reconhecendo o cheiro ele ficou cada vez mais aliviado e feliz, quase sem acreditar no que estava acontecendo, será que tinha escapado daquele lugar estranho?

Mas...e os seus amigos?
E a Elie?

Thomas parou na porta da cozinha. As vezes ele achava que nunca mais ouviria aquela frase denovo...

-Bom dia filho!-
Disse Dona Lúcia, com um sorriso no rosto.
Os dois tinham o mesmo rosto alegre, redondo e coberto de sardas, a única diferença era que os cachos dela eram castanhos e sempre amarrados em um coque alto e bagunçado.

Ele não conseguiu responder, apenas correu abraçando a sua mãe. Respirando fundo o perfume de lavanda do qual ele custumava reclamar pelo cheiro forte.
Foi como se um peso enorme enorme tivesse sido tirado das suas costas. Só aquilo importava agora.

Ela se assustou com aquela reação incomum, e levantando o rosto do garoto perguntou preocupada o que havia acontecido ao ver algumas lágrimas decorando a borda dos seus olhos.

-Eu...eu tive um pesadelo...eu acho...-

Ela riu um pouco e deu um leve tapa na cabeça dele.
-Deixa de ser besta menino! Eu estou aqui!- A mulher gordinha que exalava conforto e segurança se afastou do abraço segurando as mãos dele.
-Vem! Me ajuda a colocar a mesa, e você pode sair depois de comer!-

A bailarina acompanhava tudo silenciosamente, parecia que o menino tinha a esquecido por um momento mas ela não se importava.
Achava fofo aqueles dois e preferia ficar só assistindo mesmo!
Aquilo trazia lembranças antigas que ela não conseguia identificar direito...

Quando se lembrou da porcelana em seu bolso, já estava a caminho da casa de Théo.
Os dois conversaram um pouco no caminho até que chegaram em um pequeno edifício bege.
Théo morava no terceiro andar.

Para a surpresa de Thomas, seu amigo estava lá!
Animado com a visita e planejando brincadeiras de faz de conta como sempre!
O garoto deu um sorriso de orelha a orelha e o abraçou com força, aliviado por ele estar bem.

Mas quando perguntou ao loiro como havia saído da casa, ele respondeu que jamais entraria naquele lugar assustador.

Aquilo o deixou confuso.
Alguém fez lavagem cerebral em Théo?

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