|Capítulo 62|

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— Certeza que não vai me envenenar?
                 
Sina perguntou sentada em meu sofá. Ela estava com os olhos em mim, enquanto me observava, tentando preparar um que eu sabia muito bem. Crescendo numa família típica cubana, eu aprendi variedades culinárias, e como Sina também descende de cuba, não vejo porque não alimentar minha ferinha.
                     
— Eu sei o que estou fazendo, então fique quietinha e espere eu terminar aqui.

Falei, vendo ela sorrir e bater os olhos em seu celular. Continuo cortando as batatas, me concentrando em fazer aquilo da forma como mama me ensinou. Pelo menos Sina iria conhecer minha receita de família.
                     
— O que acha de um jantar para quatro? — Levantei meu olhar, enquanto jogava a casca da batata no liquidificador. — Eu sei que você não vai muito com a cara da Joalin, mas ela pediu minha ajuda com Sabina.
                      
Revirei os olhos ligando o aparelho, que estava mais para um ralador silencioso.
                     
— Por que ela simplesmente não chama a Sabina para sair? 
                     
Falei, abrindo a lata de milho, e despejando o condimento no prato, a fim de usar depois.
                      
— Porque é muito pressão, Yoon. — Caminhei até a geladeira e tirei o saco com pequenos pedaços de frango ainda cru. — Sabina acabou de sair de uma baita loucura. Joalin não quer forçar nada e pensa que talvez sua amiga se sinta mais à vontade e menos pressionada se nós duas estivermos lá.
                      
Afirmei, colocando o frango na tábua de carne.
                      
— Me deixa ver se eu entendi. — Falei, enquanto cortava pedaços de frango em pequenos quadradinhos. — Você quer que eu ajude alguém que eu nem gosto a ficar com a minha amiga que acabou de sair de um trauma? — Sina afirmou. — Está bem, mas primeiro vou perguntar a Sabina, ela vai decidir se isso irá acontecer ou não.
                     
Sina se levantou e caminhou até mim, se apoiando no balcão.
                      
— Você anda bem mandona, viu? 
                     
Levantei uma sobrancelha.
                    
— Para você ver, não é só você que tem síndrome de chefe, oh toda poderosa Deinert.

Sina tirou a mão do balcão e levou até o bolso.
                   
— Eu sou chefe, o que esperava?

                     
Comecei a lidar com o fogão, dando de ombros.

                     
— Não sei, talvez mais humildade. — Me aproximei dos temperos e esperei que a pimenta estivesse refogada para começar a preparar a sopa. — Afinal, se veio me perguntar, é porque sabia que eu não toparia com facilidade... Ou seja, eu quero alguma coisa.
                      
Sina riu, compreendendo, ainda sim eu não tinha ideia do que quer que fosse pedir.
                      
— Eu realmente acertei com você, ein, tão esperta… — Ela deu a volta no balcão e se aproximou de mim, me puxando me cintura. — Me diz o que quer, que eu lhe darei

— Ainda não tenho ideia, mas vou pensar em algo, até lá, vou pensar na possibilidade de falar com Sabina.
                      
Sina fez um biquinho fofo, eu sentia que as poucas ela ia se abrindo pra mim cada vez mais, me mostrando seus lados e faces. Eu lhe dei um selinho, desfazendo o bico do seu rosto.
                     
— Combinado, então. — Ela disse, e caminhou de volta para o sofá. — Tem como acelerar aí? Eu tô faminta!
                     
Acabei rindo com o comentário humorado dela. Uma hora depois eu estava enchendo meu prato e o dela, me certificando de que esteja tudo em ordem. Não provei a receita, mas a cara está ótima, então imagino que também esteja bom. Caminhei até minha noiva e coloquei o prato em sua frente, esperando qualquer tipo de reação dela. Ela sorriu e se sentou em frente ao balcão para comer, enquanto eu também fazia o mesmo.
                                                                 
— Por favor, seja sincera, se estiver ruim, eu preciso saber.

Falei, antes dela pôr a colher da boca. Sina riu, e preencheu sua boca com uma colherada, ela provou a sopa. Seus olhos foram em direção a mim, analisando meu rosto e, por fim, vi seu rosto avermelhar. Estranhei isso e experimentei, ao colocar a sopa na boca, eu sorri rapidamente, havia ficado bom. Eu também não tinha colocado tanta pimenta para que ela ficasse da forma que estava. Mas eu notei o que estava acontecendo quando a primeira lágrima caiu de seus olhos, rapidamente me preocupei.

— Por que está chorando? Está ruim? Botei pimenta demais?

Ela negou e abriu um sorriso, levando outra colher à boca.

— Isso tá muito bom, Yoon. Eu só me emocionei... Merda, tô sendo idiota agora.

Toquei sua mão, que estava sobre a mesa e a fiz olhar em meus olhos.

— Por que se emocionou?

Sina soltou uma lufada de ar e usou a outra mão para limpar os olhos.

— Porque a última vez que comi Ajiaco foi em família. — Pisquei os olhos várias vezes, percebendo. — Eu não sentia isso a tanto tempo... Essa sensação, de estar em casa.

Apertei sua mão.

— Mas você está, Sina, eu sou casa... Sou o que você quiser que eu seja pra você.

Ela abriu um sorriso, mostrando todos os seus dentinhos.

— Eu sei disso, e jamais vou duvidar da sua palavra. Agora mais do que nunca, porque você é uma ótima cozinheira, se quer saber.

Acabei rindo com isso.

— Obrigada, agora come, senão vai esfriar.

(...)

Estava em minha cama. Sina por sua vez agora usava meu banheiro, já que planejou dormir comigo, obviamente sem sexo. A mesma estava emotiva e parecia mais alegre, parece que uma boa comida realmente cura as pessoas. Bocejei, enquanto olhava meu celular e logo o mesmo começou a tocar, revelando uma ligação de um número desconhecido.

My Domme「𝑺𝒊𝒚𝒐𝒐𝒏▪︎𝑯𝒆𝒚𝒏𝒂」G!POnde histórias criam vida. Descubra agora