Capítulo 36

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*Japão – 20 de setembro de 2005*

- E se eu apenas escolhi as que mais me chamaram a atenção?

XXX: Em meio rosas vermelhas pegar logo as lavandas? – Finalmente ele tinha se aproximado o suficiente para ver sua característica mais marcante. – Acho muito difícil...

- Tem medo de descobrir que ela era amiga dos vilões? – Ele ficou calado, talvez pensando na possibilidade. – Kazutora, ela era justa, mas poderia mudar.

Kazu: E eu achando que estava em vantagem aqui.

- Seu perfume não é tão marcante como a tatuagem de tigre.

Kazu: Você tem medo que vejam seu rosto? É tão feio assim? – Suspirei uma breve risada, até por que não passava de uma ofensa entre rivais.

- É uma precaução de segurança. Teria que te matar se visse meu rosto. – Brinquei com a situação.

Kazu: Pode até tentar, quero ver conseguir.

- Quem diria que hoje em dia teria tanta confiança assim... - Ficamos em silêncio por alguns minutos, ambos olhando para as flores. – Por que vim anoite enquanto se poderia vir de dia?

Kazu: Faço a mesma pergunta.

- Não queria encontrar ninguém, o que podemos ver, não deu certo.

Kazu: O meu é o contrário, esperava encontrar uma pessoa que viesse com a mesma expectativa que a sua.

- Quem seria?

Baji: Acredito que ele está falando de mim. – O moreno apareceu da escuridão e trazia consigo uma sacola.

- Encontrinho?

Baji: Impressionante como você é desagradável. – Fiquei ofendida e coloquei uma mão sobre o meu peito para demonstrar.

Kazu: Está escutando a conversa já faz muito tempo?

Baji: Estou aqui desde a hora que ela chegou. – Disse apontando para mim, ainda estava sentada no chão vendo todo aquele caos.

- Kazutora, se eu te fizesse um convite pela S/n, aceitaria? – Queria ver sua reação e sua resposta.

Baji: Vai colocar suas garrinhas em mais um comandante da Toman?

- Você está na Valhalla por escolha, não te obriguei.

Baji: Mas está usando o nome da S/n para fazer o que quer.

Kazu: Qual seria o convite?

- Venha para a Valhalla.

Kazu: Ela não iria gostar disso.

- Irei te fazer uma única pergunta. Como foram os últimos dias?

Kazu: Como assim?

- Perder a melhor amiga e agora o melhor amigo ir para a gangue rival...

Baji: Para com isso. – A voz de Keisuke era ríspida, ele estava bravo.

Eu queria chegar no limite, queria ver Baji bravo o suficiente para seguir o meu plano. Agora só me faltava tocar na ferida de um deles. Quem seria o mais afetado?

- Kei... Não quer seu melhor amigo do seu lado? – Me levantei e fiquei na frente dos dois. – Deixe-o fazer a escolha certa ao menos uma vez.

Antes que um de nós pudesse falar alguma coisa Keisuke se aproximou como um leopardo e segurou minha nuca perto de seu rosto. Olhei com soberba para ele e senti sua pele ficar mais quente, ele estava sucumbindo em raiva.

Enfurecido puxou minha máscara e um sorrisinho estampou meu rosto com graça. Podem questionar meus métodos, mas não os meus resultados. Consegui o que eu queria.

Os olhos de Keisuke foram de raiva à surpresa como da água para o vinho. Ele tomou distância e a máscara voltou para o lugar assim que ele a soltou.

Kazutora não tinha visto nada, Baji estava na frente atrapalhando a visão de Hanemiya. Será que o moreno iria contar ao amigo o que viu? Duvido muito.

- O que foi? Parece que viu um fantasma.

Baji: Lembrei que além de não bater em mulheres não seria legal bater na minha superior.

Kazu: Vejo que os dois são ótimos amigos. – Zombou o jovem com mechas descoloridas na cabeça.

Baji: Vai embora Kazutora. Não sei o porquê de querer me ver, mas eu não tenho nada pra falar com você.

Ele tinha sido extremamente cirúrgico e me fez perceber que tinha algo muito errado alí, não apenas ter visto que eu estava viva. Como eu já tinha desconfiança, Baji está escondendo algo.

Kazutora apenas se virou e foi embora, sem dizer nada. Vi sua silhueta se esvaindo na escuridão ao ponto de não velo mais.

Baji: Por que? – Olhei para ele tentando entender a pergunta. – Por que mentiu? Por que nos abandonou?

- Tive muitos motivos.

Baji: Era isso que você estava tentando contar quando estávamos no hospital.

- Eu tentei, achei que estava preparada para aquilo.

Baji: Posso ver seu rosto? – Pediu como uma suplica e eu tirei a máscara. – Não mudou nada. – Seus olhos estavam marejados e eu via que ele queria mais que olhar.

Quebrei toda a distância e o abracei, seus braços me prendiam com força. Ele transmitia toda a saudade que sentimos um do outro.

- Me perdoa? – Perguntei ainda em seus braços.

Baji: Você não imagina o quanto sofri por achar que minha melhor amiga tinha tirado a própria vida, você não imagina quanta raiva senti de mim mesmo ou de quantas vezes eu queria o teu abraço e não pude telo.

- Me desculpa. Por favor. – Ele não falou mais nada e ficamos alí, naquele abraço. Se passaram minutos, mas não era cansativo, era como voltar para casa depois de um dia difícil.

Baji: S/n, o Mikey sabe?

- Não, poucos sabem que estou viva. – Ainda estávamos abraçados e eu já tinha sentido algumas lagrimas cair sobre o meu ombro, tinha a possibilidade de ter sido pingos de chuva, mas achava difícil. – O que trouxe na sacola?

Baji: Comida, flores e uma carta. – Disse ao soltar os braços que me apertavam.

- Falando em carta... – Fiquei sem graça em falar. – Eu li uma carta que deixou aqui. – Vi seu rosto corar e ele direcionar seu olhar para a escuridão.

Baji: Qual delas?

- Quantas escreveu?

Baji: Ao menos umas sessenta.

- E quantas colocou aqui? – Me referi á lápide.

Baji: Acho que a maioria, tem algumas lá em casa.

- Posso ler elas?

Baji: Melhor não... – Concordei com a cabeça, não iria força-lo, era algo pessoal. – Está com fome?

- Bastante. Quase não comi hoje.

Baji: Comprei do seu lámem favorito. Só temos que arrumar um lugar para preparar.

- Vamos apostar corrida até a minha casa.

Baji: Pode ser. Mas antes temos que passar em um lugar.

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Oioi<3
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Palavras - 1043

𝐓𝐨𝐤𝐲𝐨 𝐚𝐨 𝐀𝐭𝐚𝐪𝐮𝐞 - 𝑷𝒆𝒓𝒎𝒂𝒏𝒆𝒄̧𝒂 𝒇𝒐𝒓𝒕𝒆Onde histórias criam vida. Descubra agora