Olhando para o passado

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Um tempo depois de acordar, Will percebe que seu nariz está sangrando novamente.

Will: isso de novo - vai até a sua cabeceira e pega um lenço umedecido o colocando no nariz - essa droga não vai deixar de escorrer não?

Após alguns minutos seu nariz finalmente para de sangrar e ele joga o lenço no lixo e vai fazer as suas higienes pessoais.

Pov Will

Eu já estava indo tomar café quando ouvi minha mãe e On conversando.

Joyce: então quer dizer que a Robin e o Steve vão sair e chamaram você e o Mike? - pergunta enquanto arruma a mesa pro café.

Onze: sim, eles queriam chamar o Lucas também mas ele vai estar ocupado.

Joyce: e vocês chamaram o Will também?

Onze: na verdade não - fica um pouco constrangida por não ter chamado o "irmão".

Joyce: por que não?

Onze: porque o Will ia apenas querer jogar D&D, e por causa disso ia ficar enchendo o nosso saco.

Joyce: olha filha eu não acho justo vocês não o convidarem, até porque eles são amigos do Will também.

Onze: mas a gente já não aguenta mais o Will no nosso pé.

Nesse momento meu coração já estava apertado e meus olhos já estavam úmidos e por incrível que pareça piora.

Onze: o Will tem que entender que a gente já não é mais criança e que os gostos mudam.

Joyce: querida eu acho que você está sendo dura demais com ele, é normal ele querer fazer essas coisas que ele não pode aproveitar tanto na infância.

Onze: como ele não aproveitou? Que eu saiba jogar D&D era só o que ele fazia antigamente.

Não consegui ouvir mais nada apenas saí de casa correndo sem olhar pra trás enquanto ouvia a minha mãe me chamando.

Quebra de tempo

Passei o dia inteiro fora de casa pois não tinha coragem de ouvir aquilo tudo de novo então apenas fiquei andando sem rumo até escurecer, normalmente eu não iria ficar até tarde na rua pois tenho um trauma enorme disso, mas por incrível que pareça eu não estou sentindo medo nenhum, é como se nada pudesse me atingir. Após perceber que já tinha passado da hora de voltar pra casa finalmente decidi que era hora de encarar a realidade e me preparar para a bronca que viria.

Will: é, parece que o jeito vai ser encarar a fera.

Passei mais um tempo caminhando até chegar em casa, assim que olhei a porta percebi que não estava pronto para tudo o que ia ter que escutar e o provável castigo que eu iria receber.

Will: que droga - peguei na maçaneta e abri a porta revelando minha mãe, Jonathan, Onze e Hopper no sofá aparentemente preocupados.

Joyce: Will, graças a Deus você apareceu - vem em minha direção me abraçando e enchendo o meu rosto de beijos.

Jonathan: a gente te procurou em todos os lugares - se junta ao abraço.

Hopper: já estava quase mandando uma viatura a sua procura.

Will: pra quê tudo isso? Eu apenas saí de casa - tento me afastar da minha mãe pois ela já estava começando a minha sufocar.

Jonathan: você sabe que não pode ficar até tarde fora de casa.

Will: eu só estava caminhando e não vi o tempo passar.

Joyce: não importa você sabe que temos regras.

Will: isso não é justo, a Onze passa horas fora e vocês não falam nada mas se sou eu que sai vocês vem pra cima de mim como se fossem me matar.

Hopper: é diferente.

Will: não é não, o Jonathan e a Onze podem fazer o que quiserem e vocês não dizem um "a" mas eu tenho que seguir essas regras idiotas.

Joyce: Will você sabe que isso é pra sua segurança.

Will: vocês apenas querem me controlar, se o Vecna me quisesse morto ele já teria me matado.

Joyce: nós nunca iríamos querer te controlar filho.

Will: quer saber eu vou para o meu quarto - começo a ir em direção do meu quarto até que sou parado pela Onze que segura o meu braço.

Onze: Will vamos conversar.

Will: me deixa em paz On - consigo soltar meu braço e vou até o meu quarto com ela na minha cola.

Onze: não vou deixar você falar daquele jeito com a mamãe.

Will: como é? Você acha certo eu ter que seguir um monte de regras enquanto você e o Jonathan fazem o que bem querem da vida!?

Onze: ela tá fazendo isso pelo seu bem.

Will: pelo meu bem? Isso que ela tá fazendo é injustiça.

Onze: você não sabe o que está dizendo, quem tá sendo injusto é você.

Will: eu!! Eu apenas estou cansado de tudo isso.

Onze: você tá sendo infantil.

Will: falou a adulta, me diz Onze o que você fez além de ganhar tudo o que queria?

Onze: como você pode dizer isso? você sabe muito bem tudo o que eu passei.

Will começa a bater palmas - nossa parabéns Onze por ter fujido de um laboratório, EU TIVE QUE SOBREVIVER EM UM MUNDO APOCALÍPTICO QUANDO ERA APENAS UMA CRIANÇA, TIVE QUE FUGIR DE MONSTROS HORRÍVEIS QUE PODERIAM ME MATAR A QUALQUER MOMENTO E ISSO TUDO POR CULPA SUA.

Onze: VOCÊ NÃO SABE O QUE EU PASSEI NAQUELE LUGAR PRA FALAR DESSE JEITO E ISSO NÃO FOI CULPA MINHA.

Will: E VOCÊ SABE O QUE EU PASSEI NAQUELE INFERNO? E A CULPA FOI SIM TODA SUA POIS SE VOCÊ NÃO TIVESSE ABERTO AQUELE PORTAL A MINHA VIDA SERIA PERFEITA.

Onze: você realmente acha que eu queria que isso tivesse acontecido? - fala com a voz chorosa.

Will: eu não sei me diz você, não é você que sabe de tudo?

Onze: Will - ela tenta se aproximar mas eu me afasto.

Will: sai do meu quarto - vou até a porta e a abro - SAI DAQUI.

Depois dela ter saído eu fecho a porta com força e a tranco tendo assim a certeza de que ninguém vai me incomodar, em seguida eu vou até a minha cama e pego meu caderno de desenho afim de me acalmar um pouco.

Will: pelo visto apenas você me entende - digo olhando o meu caderninho já um pouco surrado.

E assim eu passo a minha noite, colocando toda a minha frustração e raiva nos meus desenhos.

Oii galera, espero que gostem do capítulo de hoje e me desculpe por qualquer erro de português ( lembrando que nenhuma das imagens usadas são de minha autoria créditos ao devido criador), até o próximo capítulo.

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