Capítulo 10

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Foleava as páginas envelhecidas do livro. Estava frustrado, o livro contava sobre uma nobre jovem que se apaixonou pelo príncipe herdeiro. Seus olhos pesavam, a história era sonolenta, apenas um romance comum.

— Com aquela a quem amo e possui afeição por mim, segurarei sua mão e partirei ao seu lado.

Jisung leu fazendo gracinha com a própria voz para Minho. Fechou o livro forte fazendo resultando na poeira acumulada nele voar ao rosto do príncipe que fez uma careta engraçada enquanto tossia.

— Por que esse livro foi banido, Majestade? — Abanou a poeira que ainda voava no ar e jogou o livro na mesa.

— O rei não gostou desta história, disse que em uma parte ela foi desrespeitosa. — Respondeu enquanto levava um pano ao rosto limpando o pó que ficou em seu nariz.

Pode ver Minho soltar uma pequena risadinha. Olhou para o rapaz, ele estava limpando a lâmina de sua espada. Era uma Jingum, seu cabo envolvido por uma fita grossa de couro e detalhes em ouro chamava a atenção. O pequeno desenho de dragão marcado no ouro era quase imperceptível, apenas reparando era possível ver.

— Posso ver? — Pediu a Minho.

Viu o oficial deixar o pano na qual limpava sua espada no chão, erguendo-a para ele. Um sorriso largo e fechado tomou conta dos lábios do príncipe. Segurou o cabo da espada e passou os dedos pela lâmina.

— Majestade, cuidado. — Alertou Minho, suas mãos se moveram instantaneamente tentando afastar a mão do príncipe do ferro afiado. Jisung afastou-se dele e continuou a brincar com a espada.

— Majestade!

— Ainda não decidiu o que gravar? — Jisung perguntou enquanto alisava o ferro liso. Ignorou completamente a preocupação do rapaz e continuou a brincar com a lâmina escrevendo com o dedo indicador frases de livros que o tocaram.

— Ainda não, meu senhor. — Jisung entregou a espada para o dono.

— Decida bem o que colocar. — Pegou o livro e levantou-se, caminhou até o fundo da biblioteca dos príncipes e em um piso falso, escondeu o livro dentro do pequeno buraco no chão e colocou o piso pisando forte para encaixá-lo direito.

Abriu uma das janelas e escorou-se nela apreciando a vista. A brisa fresca pós-chuva batia em seu rosto, o cheiro da flor de Mugunghwa era leve, acalmava sua mente. Sempre que podia, Jisung ia à biblioteca que dividia com o príncipe herdeiro, aquele era um de seus lugares favoritos do palácio. Amava ler, passava horas do seu dia foleando as páginas de livros de romance e poemas.

— Minho?

— Me chamou, Majestade?

— Estou entediado.

— O que deseja fazer?

Virou-se para Minho e caminhou lentamente até a mesa em que estava.

— Vamos sair de Changdeokgung.

Sentiu o olhar de Minho cair em si e o olhou também. Sua expressão era neutra, não sabia o que ele estava pensando, e isso o deixaria intrigado.

— No que está pensando? — Han perguntou.

— Você não acha muito perigoso sair do palácio? Assim, dentro de Changdeokgung é perigoso, imagina fora?

Se surpreendeu ao ver a preocupação do guarda, mas esse sentimento logo foi embora quando lembrou ser o dever dele lhe proteger.

Um bico pequeno se formou nos lábios do príncipe. Queria sair do palácio, passear pela capital e ver o que seus súditos faziam no dia a dia. Queria passear como uma pessoa normal e aproveitar o dia sem ser o príncipe real.

— Por favorzinho.

— Alteza.

— Minho.

[...]

— Vamos ali.

Jisung apontou para uma feirinha de doces.

Conseguira convencer o oficial a sair do palácio escondido com ele, Jisung tinha um grande talento em convencer as pessoas, e sempre usava isso a seu favor.

O príncipe de vestes violetas corria em direção ao pequeno estande de doces. Sentiu a presença do oficial ao seu lado, pegou um doce branquinho e macio, partiu ele ao meio revelando o seu recheio de feijão-vermelho. Levou um pedaço do doce a boca de Minho o oferecendo.

— Come um pouco, parece ser gostoso.

— O senhor nunca comeu Tteok?

— Esse é o nome? Não, nunca comi.

— Eu adoro, o senhor vai gostar. — Disse Lee pegando o pedaço partido do doce e colocando na boca.

Jisung ficou vidrado nas expressões do rapaz saboreando o doce. Seus olhos fechados e suas bochechas cheinhas, resmungos de aprovações seguido por um "É muito bom" fizera o príncipe acreditar que realmente era gostoso.

Enfiou o doce em sua boca. O gosto do açúcar e do feijão-vermelho faziam uma combinação maravilhosa. Olhou para o oficial, Minho levantou o polegar, e depois o abaixou. Estava perguntando, sem palavras, se o príncipe havia gostado.

Jisung levantou o polegar sinalizando que tinha gostado bastante e sorriu enquanto mastigava o doce.

— Que bom que gostou, Majestade.

— Acho que vou levar cinco. — Jisung disse ainda com a boca cheia.

Pegou um paninho e colocou a quantidade que queria levar. Amarrou como uma trouxa e pegou as modinhas entregando para a vendedora dois nyangs.

— Vamos!

Jisung saltitou pela rua da capital. Estava encantado com como as pessoas pareciam amigáveis. Mas sabia que nem sempre era assim.

Os pensamentos sobre a Morte da Concubina Jeong voltaram a sua mente. Parou de saltitar e andou ao lado do oficial.

— Você acha que o assassino queria matar somente ela? Ou será que quer a família real inteira?

— Acho que devemos esperar. Se teve uma, provavelmente terá outras.

O coração de Jisung doeu. Não queria que as pessoas importantes para ele fossem assassinadas. Estava preocupado com Seungmin. Se mataram a concubina real, devem estar se preparando para começar com a família com o sangue real.

— Espero que descubram logo quem foi.

Continuou o caminho. Sua expressão de preocupação não saia de seu rosto. Mordia o interior da bochecha, a ansiedade tomava conta de seu coração. Parecia que tinha corrido de um tigre por 7 quilômetros sem parar para descansar.

— Vão descobrir.

Jisung olhou para o oficial e sorriu.

* Notas da autora:
Oi, florzinhas. Como estão? O Enem foi difícil né? Boa sorte a todos que fizeram! Ainda tem domingo que vem, tenham certeza de irem com roupas aconchegantes e levem água!

Se estão gostando de Secrets, podem deixar uma estrelinha, isso anima muuuito. Beijos! Até a próxima terça!

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