Capítulo 3

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Seungmin tomou um gole da xícara de chá enquanto escutava o primo tagarelar sobre a senhorita Shin pela terceira vez naquela semana.

— Você acredita que ela veio na casa de banho me procurar? — O príncipe mais velho falava irritado, não parava de se movimentar na almofada, suas expressões mostravam o quão chateado o mesmo estava com toda aquela situação.

— Ela ainda quer se casar com você?

— Sim! Da última vez que eu a rejeitei, ela me disse bem assim: "Se acha que eu vou desistir tão cedo, pode parar de se iludir". — O príncipe Kim revirou os olhos enquanto ria, era nítido como nenhum dos dois gostavam da garota.

— Shin Soyeon quer casar-se com você? — O guarda os interrompeu, seu rosto mostrava o quão incrédulo estava ao descobrir aquilo.

— Desde os nossos 10 anos, quando nos conhecemos. Essa garota é obcecada pelo Jisung. — Felix falou frustrado, todos ali, menos o guarda, sabiam como a vida do Han era um inferno desde que a garota começou a frequentar o palácio.

Todas às vezes que a Shin visitava o palácio, Han pensava em alguma forma de conseguir expulsá-la do mesmo, mas por conta do segundo conselheiro, suas tentativas sempre eram falhas.

Hoje fora o único dia em que o príncipe ainda não se encontrou com a moça, e queria continuar com aquela sorte que estava tendo.

— Mas por que vossa alteza não se casa com ela? — O oficial perguntou genuinamente para o príncipe, que o olhou com uma cara de assustado.

— Ela é louca, só falta colocar uma flor atrás da orelha que vem o pacote completo de loucura. — Jisung o respondeu nervoso, as lembranças de quando a conheceu vieram na mente do rapaz que logo se estremeceu ao lembrar da primeira troca de olhares dos dois.

Voltando-se rapidamente com seu olhar na direção de Felix, o príncipe não conseguiu evitar arregalar seus olhos e se abaixar rapidamente perto da janela. Han Jisung era muito adepto de fugir e se esquivar das pessoas. Com um rolamento no chão, ele evitou ser visto pelo senhor Shin por pouco. Colocou o indicador em frente aos seus lábios em sinal de silêncio, pedindo aos demais que não falassem sobre ele.

— Vossa alteza, o senhor por acaso sabe onde o príncipe Han está? — A voz do segundo conselheiro real se fez presente no lugar, Jisung estava apreensivo, pedia a todo o custo fazendo gestos com os lábios para que o guarda não o dedurasse.

Já estava bem estampado no rosto do garoto que ele não havia ido com a cara de Inseop, tinha alguma coisa que o deixava pensativo sobre o porquê ele ter escolhido ser um oficial real quando não conseguia o proteger direito.

— Não o vimos. — Seungmin respondeu ríspido, tomando mais um pouco de seu chá, nem direcionou o olhar ao conselheiro, deixando ali um ar de superioridade, digno de um herdeiro.

— Bom, se o virem, avisar que Soyeon deseja o ver. Tenham uma boa tarde. — Ao escutar os paços se distanciando, chamou a atenção do eunuco que afirmou com a cabeça que o mais velho já tinha partido.

Levantou-se e voltou a sentar em frente ao primo. Não queria se casar, principalmente se a mulher com quem teria que se casar fosse Shin Soyeon. Ainda se lembrava bem do dia em que se conheceram, a garota não largava Han por nada, e por causa desse hábito da garota, de o abraçar do nada e não o largar por nada, que o príncipe odiava toques físicos.

Em meados de trinta minutos, a conversa fluía entre os três garotos, Han já degustava seu chá e os doces que Jeongin havia feito para ele que o guarda havia buscado.

Seungmin dispensou o oficial, assim deixando os três amigos mais a vontade para conversar sobre quais quer outros assuntos que tinham.

— Andei estudando os participantes do exame de amanhã. — Disse Felix com dificuldade em falar por estar com a boca cheia de biscoito.

— Já é amanhã? — Jisung olhou para o sardento com um leve sorriso.

— Estou precisando de um novo guarda também. Não sei onde os conselheiros estavam com a cabeça, os nossos guardas são péssimos. — O Kim disse irritado, todos os três estavam cientes do quão ruim eram os guardas que estavam consigo.

Como pode um guarda real ter medo de se machucar? Essa pergunta rodava a cabeça dos príncipes desde a primeira vez que foram atacados por bandidos em meio a uma caçada real.

Os dois oficiais ao em vez de se preocuparem em proteger a realeza, saíram correndo para se salvarem, os primos logo mandaram uma nova carta de anunciação para o exame para oficial da corte.

— De todos os 200 participantes, apenas 58 conseguem proteger vocês. Claro, vendo apenas por suas inscrições.

— Muito pouco, espero que pelo menos dois estejam no nível do guarda do Tio. — Han se deitou no chão frio dos aposentos de Seungmin, tirou a almofada de seu traseiro e a colocou atrás de sua cabeça para que não ficasse apoiada no chão frio.

— Você é muito folgado, Jisung. — Sem ao menos esperar, Jisung foi atingido por outra almofada no rosto.

As vozes dos mais novos ali se fizeram presente em meio a risadas altas, o príncipe se levantou e deixou seu rosto com uma feição engraçada, tentava demonstrar raiva com ela, mas como sabia que não conseguia atuar bem apenas escutou mais risadas.

— Vacilo, Seung. — Não se aguentou a ver os demais rindo, acabou por não se conter e deixar sua risada sair também.

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