Capítulo 12

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Correu até os aposentos reais segurando o pulso de Minho. Seu coração estava acerelado. O que havia acabado de acontecer? O que estava acontecendo no bosque?

— Vossa Alteza! — Escutou a voz de Felix. Saiu de seu transe. Estava em frente a seus aposentos. A salvo. Apenas sinalou com a cabeça pedindo para que o eunuco pegasse algo para cuidar dos ferimentos de Minho.

Entrou em seu quarto às pressas. Ainda segurava o pulso do Lee. Empurrou o oficial com cuidado para que se sentasse em sua cama.

— Vossa Alteza, eu posso me sentar no chão.

— Senta-se na cama, é uma ordem. — Jisung ordenou sem paciência. Queria apenas ver o quão fundo era o machucado do oficial.

Estava preocupado, o homem acabará de salvar sua vida, mas saiu com um corte no braço que mais usava.

Assim que Minho obedeceu à ordem, sentou-se ao seu lado e enrolou a manga do hanbok, deixando a ferida amostra.

— O corte é bem fundo. — Olhou pelo quarto procurando algo para poder estancar o sangramento. — Felix!

— Aqui, majestade. — O Eunuco entrou no quarto com uma caixinha.

Jisung pegou a caixa e colocou na mesa, deixando fácil para pegar o que precisava. Felix colocou um pote com água próximo do príncipe. Recebeu um sorriso em agradecimento e ficou ali.

Pegou um algodão e o molhou na água.

— Vai arder. — Foi a única coisa que disse, mas Minho não esboçou nenhuma reação ao aviso. Jisung passou gentilmente o algodão pelo corte, limpando a mancha de sangue que havia ficado lá.

Pode ver de relance o oficial morder o interior da bochecha. Sabia que estava tentando não demonstrar dor, o que fazia o príncipe conter um pequeno sorriso que apareceu em seus lábios.

Jogou o algodão sujo em qualquer lugar do quarto, sabendo que Felix pegaria. Pegou o tecido branco e um pouco das ervas que trouxera. Não sabia qual erva era, mas não perguntou, apenas colocou em cima do corte e enrolou o pano fazendo-as ficarem lá.

Amarrou o pano firme para que o sangue parasse de sair. Levantou-se e foi em direção a uma gaveta em seu armário. Tirou de lá um hanbok rosa de ceda e entregou ao oficial.

— Se troque.

Jisung saiu dos aposentos sendo seguido por Felix. Sentou-se na escada e balançou seus pés no ar. Cruzou os braços sobre o peito, com os pensamentos ainda rodeando sobre o acontecimento recente.

— O que aconteceu, Majestade? — Indagou Felix.

— Não sei bem. Um grupo no bosque do palácio. Tinha duas Xamãs. — Ocultou a parte sobre a luta. Não queria que o amigo se preocupasse com isso atoa.

— No bosque dentro do Palácio? Como entraram?

Olhou para o céu, era lua cheia. Um mês já havia se passado. Um mês desde que escolheu Minho como seu guarda. E foi nessa noite, que conseguiu provar estar certo sobre o oficial.

Minho em nenhum momento demonstrou medo, ou hesitação em salvar o príncipe. Finalmente achou a pessoa certa para confiar sua vida.

— Alteza?

— Elas tinham autorização para entrar no Palácio. — Olhou para o sardento. Seu olhar demonstrava medo. O garoto não sabia disfarçar suas emoções. Por um lado, isso era fofo, mas por outro, qualquer pessoa conseguiria descobrir se ele estava mentindo.

Levantou-se mais uma vez, dispensou Felix e se dirigiu a seus aposentos. Ao entrar pode ver que o oficial se trocou. Sorriu e sentou-se na cama, agora livre.

— Precisa cuidar do seu pescoço, Alteza.

Olhou para Minho confuso. Levou a destra até o pescoço e sentiu o líquido quente em seus dedos.

— Ah, eu me esqueci. — Olhou pelo quarto procurando pela caixinha que Felix trouxera, mas ele havia a levado de volta.

Ergueu o olhar surpreso ao escutar o som de tecido rasgando. Minho rasgou a manga limpa de seu hanbok velho.

Sentiu o oficial se aproximar e desviou o olhar para qualquer lugar do quarto. A ceda se fez presente em seu pescoço, o Lee deu várias voltas com o tecido e deu um nó, não muito apertado.

— Pronto. — Minho se afastou.

Voltou a sua postura normal, pediu para que Minho se sentasse em sua frente, e assim foi feito.

Escorou o cotovelo na mesa e apoiou o queixo na mão. Estava pensativo. Primeiro a morte da Concubina Jeong, e agora esse grupo com duas Xamãs. O que estava acontecendo dentro do palácio?

Dois acontecimentos seguidos. Dentro do palácio. Nos aposentos reais.

— Alguém de um alto escalão autorizou a entrada delas. — Afirmou Jisung.

Estava certo, para terem entrado no palácio daquela simples forma, alguém de dentro estava por trás disso. Mas quem?

— Quem iria querer destruir a família real? — Perguntas cheias de dúvidas, mas nenhuma com resposta.

— O senhor acha que querem destruir a família real?

— É o que parece. Primeiro a Concubina Jeong. Agora os Xamãs. Estão fazendo alguma maldição para o rei?

Jisung franziu o cenho. Mordia a bochecha interior e respirava fundo. As dúvidas rondavam sua cabeça. Quem envenenou a Jeong? Um dos nossos? Quem são eles? E por que querem destruir a família real?

— Devemos investigar.

— Pode ser perigoso. Por que não avisa a guarda real e deixa com que eles investiguem?

— Não podemos confiar em ninguém dentro do palácio. E esses dias têm se tornado cada vez mais difícil de confiar. A família real tem um poder absurdo. Saber que conseguiram envenenar e entrar no palácio em segredo significa que alguém está tramando uma traição.

Han ergueu o olhar para Minho. O oficial não olhava em seus olhos. Seu olhar estava vidrado no corte. Sentiu suas bochechas arderem, mordeu novamente o interior de sua bochecha e desviou o olhar.

— Então vamos investigar.

Secrets 秘密 | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora