Capítulo 30

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Aquela troca de olhares, meio despretensiosa, fazia Jisung ter certeza de que estava no lugar certo, mesmo que Minho deixava aparente estar chorando. Jisung ergueu sua mão esquerda, para lo ajudar a levantar. Sorriu para o oficial quando suas mãos se encontraram e o puxou para cima, jogou a espada para o mais velho e pegou a que estava no chão.

Jisung deu alguns passos e fez uma finta para um dos lados, iniciando ali, a luta. Minho desviou do ataque e recuou, ficando na defensiva, ele avançou de novo, um pouco mais agressivo dessa vez. O Lee se esquivou mais uma vez, movendo-se para o lado direito e fechando sua guarda. Seus movimentos eram duros, mas mais ágeis que os de Jisung, claro, ele era um oficial qualificado, deveria ser melhor que o príncipe.

Jisung desacelerou convidando Minho para o atacar, porem, não foi feito. Han arqueou uma de suas sobrancelhas e atacou novamente, tendo sua espada jogada para longe.

— Não vai me atacar?

Minho deu de ombros e chutou a espada na direção do príncipe, que entendeu o recado e pegou novamente a arma. Com passos ágeis, Jisung pulou para trás quando viu Minho o atacar, desviou da espada de Minho, sendo incapaz de sair da defensiva, seus olhares se cruzaram, como fogo e faísca, encontrando-se imediatamente. O oficial avançou, e Jisung bloqueou com o braço, viu ali uma chance de atacar, e acertar o flanco exposto do garoto, porem, mais uma vez sua espada fora jogada longe, dessa vez, junto a si mesmo. Jisung, após tentar atacar Minho, foi puxado pelo oficial e jogado no chão, perdendo mais uma vez.

— Te peguei. — Minho disse sorrindo. Ofegante, o oficial ajeitou sua postura e limpou o suor em sua testa, seus fios castanhos grudavam em seu rosto, trazendo uma sensação estranha a Jisung ao ver aquilo.

Jisung, então, passou a perna pelas do Lee, o derrubando no chão, para que ficasse ao seu lado. Escutou o oficial xingar por conta da dor ao cair, e não conteve as gargalhadas ao vê-lo passar a mão em seu cóccix, tentando amenizar a dor.

Após pequenas troca de olhares e sorrisos, o silêncio confortável se estabeleceu no lugar, bom, para Jisung, parecia algo confortável.

— O que você faria se pudéssemos fazer tudo o que queremos nesse mundo? — Jisung perguntou olhando para o céu.

— Quê? — Minho franze a testa.

— Sabe, se pudéssemos fazer qualquer coisa, por exemplo, sair do palácio a hora que eu quiser. — Olhou para o de vestes vermelhas.

— Ah, eu não sei. Gosto da minha vida assim. E você? — Minho rebateu a pergunta.

— Acho que tentaria virar escritor, ou pintor, mas não sou bom pintando. — Minho ri. — Eu também namoraria.

— Você não pode namorar? — Minho o questionou, parecia um tanto quanto surpreso.

— Não, assim, com a pessoa que quero não...

— Por quê? Você tem tantas garotas em seus pés. — O olhava nos olhos, o oficial, vezes outras desviava o olhar e mudava de posição, não parecia muito confortável com aquela conversa.

— Mas eu não quero garotas. — Revelou.

— Quê?

— An?

— Não?

— Não mesmo.

O rosto de Jisung franze em frustração, os olhos voltaram a fitar o céu, como se buscasse uma ajuda de algum deus, se é que realmente existissem.

— Por Buda, como você é burro. — Ele diz, se vira em direção a Minho, o olhar curioso do mais velho mudou drasticamente para surpresa quando Jisung sentou em seu colo. O príncipe segurou o rosto do oficial e o beijou. Minho estava paralisado, e isso fazia Jisung questionar se estava fazendo algo errado.

Mas, segundos depois, sentiu as mãos do oficial subirem a sua cintura e o beijo ser retribuído. Os lábios de Minho são macios, a língua de Minho tocando a sua, não é nada parecido com o beijo de mais cedo, uma sensação tão firme e gigantesca como a terra sob seus pés, o oficial apertava a cintura de Jisung, este que puxava alguns fios do cabelo dele em meio ao beijo, fazendo Minho soltar sons baixos, o que deixava o príncipe ainda mais animado.

Uma onda eletrizante subiu o corpo de Jisung quando sentiu a mão de Minho tocar a pele de sua coxa por baixo de suas roupas, um arrepio gostoso e um frio na barriga. Aquilo se encaixava tão bem.

A falta de ar fez com que Jisung se afastasse um pouco dos lábios de Minho, mas suas respirações ainda se encontravam. O príncipe abriu os olhos, encontrando-se com o olhar brilhante do Lee, um olhar que transmitia felicidade.

— Isso significa que — Minho deu uma pausa para respirar. — você gosta de mim?

— Bem, depois de te beijar duas vezes no mesmo dia — Jisung sorriu. — Acho que já está mais do que claro que sinto algo por você.

Jisung fora surpreendido pelos braços de Minho o puxando para um abraço apertado. Dessa vez, o príncipe nem tenta disfarçar, deixou o belo sorriso tomar conta de seus lábios e retribuiu o abraço, apertando-o mais ainda em seus braços.

— Desse jeito irei morrer asfixiado, Jisung. — Minho brincou enquanto afastava o corpo do mais novo.

— Desculpa, não aguentei tamanha felicidade. — Jisung o soltou e entrelaçou seu mindinho ao do oficial. Estava bobo, contende, alegre, parecia estar nas nuvens, Han não sabia colocar em palavras o quão quente seu coração estava.

Uma sensação maravilhosa, como se nada pudesse tirar aquilo de seu peito, uma paz enorme reinava em seu coração, além dos sentimentos que cresciam a cada instante.

Os dois voltaram aos aposentos de Han, altas conversas e risadas, falavam sobre diversos assuntos, e quando o silêncio se instalava, uma pequena distração era transformada em um assunto que rendia por minutos; como a pequena folha que caiu cima de um vaga-lume, ou uma única flor rosa em meio as brancas.

Entretanto, ao chegar em Buyongjeong, sua paz e alegria fora por água a baixo. Além do som baixo da flauta que pode ser notada por Jisung, mais alguém estava por ali, e alguém que ele não desejava ver naquele momento.

Yejun parecia estar furioso, todos estavam curvados demonstrando respeito, um respeito unilateral. O rei, assim que notou a presença do príncipe, caminhou até ele e deixou um tapa estalado no rosto de Jisung.

Jisung encarou-o, espantado. Seu tio não tinha a calma de um touro amarrado pelo rabo, mas era estúpido, ao extremo. Quando estava ali, fazendo o que bem entendia, apesar da revolta que não fora explicada, ninguém o interrompeu com seus atos.

— M-majestade; — Jisung se curvou no chão, como um pedido de desculpas.

— Você deveria me agradecer, por ainda ter algum direito dentro deste palácio. — O homem cuspiu as palavras e, com sua guarda, saíram dos aposentos do grão-príncipe, deixando apenas um eunuco com sete guardas para trás.

Jisung olhou, sem reação, para Minho, este que já o olhava preocupado.

Secrets 秘密 | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora