CAPITULO QUARENTA E NOVE

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continuação...

- Eu não sabia que vocês existiam, meu pai nunca me falou, eu nasci nos Estados Unidos, na Califórnia... eu nunca desconfiei que ele tivesse outra vida aqui, ele e minha mãe são tão apaixonados que eu achei que eles so tivessem um ao outro na vida - dou risada com a inocência dela.

- Você sabe que por traz desse amor todo, tem possibilidades bem propicias de que sua mãe era amante do meu pai? - o Arthur tapa o rosto não acreditando no que acabei de falar, mas so disse a verdade.

- Minha mãe não era amante do papai.

- E quem te garante isso?

- Eu sei, eles se conheceram no quiosque que minha mãe trabalhava, ele disse que largou tudo pra ficar com minha mãe, ela ganhou uma bolsa de estudos fora do país e ele foi com ela, e eles so se beijaram a primeira vez lá na florida, onde ele pediu ela em namoro.

- Você sabe que o "tudo" que ele largou foi dois filhos e uma esposa né?

- É, agora eu sei.

- E você veio ate aqui porque?

- Voltamos pro Brasil... mas um pouco antes de vim pra cá eu soube de vocês, faz alguns meses... meu pai falou muito de vocês, eu queria conhecer vocês de perto, eu nunca tive um irmão e eu pedi a vida toda por isso e agora eu tenho dois.

- Como ele é com você? - o Arthur pergunta do nada.

- Ele sempre foi muito carinhoso, muito cuidadoso, ele é o melhor pai do mundo - nos dois rimos.

- Se ele é o melhor pai do mundo eu sou o pior pai de todos.

- Não adianta, ela so conhece essa versão dele... você ja apanhou? - ela nega com a cabeça - ja ficou de castigo no milho? - ela nega - ja teve que escrever mil vezes no caderno " eu sou um idiota"? - ela nega - ja teve que fazer massagem no pé seboso dele? - ela nega - é Guilherme acho que ele nos odeia.

- Nunca duvidei, sua mãe nunca falou nada?

- Ela não sabia.

- Impossível

- Ele mesmo disse que nunca contou pra ela sobre vocês, ela so sabia que ele tinha se separado da esposa.

- Largado você quis dizer.

- Você tem quantos anos? - o Arthur pergunta.

- 17, quase 18 - pelo menos ele esperou 4 anos pra fazer outra criança.

- Que merda aquele homem fez

- Ei assim você me ofende - ela diz olhando o Arthur

- Eu não estava me referindo diretamente a você - o Arthur se explica.

- Eu sei, aquela é a sua família? - diz olhando o porta retrato que a Aisha quase quebrou na mesa.

- Sim

- Você e sua esposa parece meu pai e minha mãe - diz sorrindo

- Não me compare a ele, muito menos Aisha a sua mãe - o sorriso dela vai se desfazendo aos poucos.

- E você tem família? - diz direcionando ao Arthur.

- Não e pelo visto nunca vou ter

- Ué porque?

- Longa historia - o celular dele começa a tocar - bom pessoal a conversa esta boa, mas o dever me chama.

- O dever chamado Atena - falo e ele rir.

- Cada um com suas prioridades irmão - diz levantando.

- Eu vou também - ela levanta rápido e vai pra perto do Arthur.

- Esta com medo de mim é? - pergunto

- Um pouco, meu pai fala que você é bem bravo.

- E olha que a ultima vez que ele teve contato comigo eu so tinha 14 anos, imagine agora - olho feio pra cara dela que vai se afastando ate ficar atrás do Arthur que começa a rir.

- Ele so ta querendo te assustar cabeça de vento, mas eu ja vou mesmo, depois eu volto ai Gui .

- Valeu

- Tchau - ela diz de longe

- Tchau, diz pro seu pai pra ele ir se lascar ... se você quiser pisar aqui novamente fique a vontade, agora nem pense em trazer aquele cara aqui.

-Depois não quer que a menina tenha medo de você, apesar que eu concordo totalmente com ele.

- Pode ficar tranquilo que ele não vem aqui... é... eu gostei muito de conhecer vocês, eu ja vou - diz e sai.

- É ate que ela é bonitinha, se fosse feia eu ia dizer que era so sua irmã - o Arthur diz parado na porta.

- Você acreditou na historia dela?

- A do nosso genitor com a mãe dela? - concordo com a cabeça - não vai mudar muita coisa na nossa vida agora né, independente qual versão seja verdadeira... estou ate estranhando a sua preocupação com isso, ficou mexido com a irmãnzinha nova foi?

- So fiquei curioso, quem tava todo cuidadozinho com ela foi você.

- Ela ainda é uma criança né, não tem porque assustar a menina, e também ela não tem nada a ver com a nossa historia, se bem que por um momento você esqueceu disso.

- Ela me lembra a ele, é automático

- Você viu o estilo dela? estilosa igual a mim e medrosa igual você - olho pra ele sem entender a ofensa gratuita.

- Eu sou medroso?

- Na idade dela? com certeza, so saia na porta se a mamãe desse permissão.

- Vai se ferrar Arthur.

- Você viu a bolsa dela? nessa idade a gente mal tinha roupa pra vestir - diz rindo e acabo rindo também.

- Dois fudidos - dou risada lembrando daquela época.

- Falar em fudido, vou ver minha dama... adeus - fala e finalmente sai da sala... vou aproveitar e ir pra casa também.

(...)

- Aisha? - chego e a casa esta toda escura - Amor? AISHA - falo um pouco mais alto, ate as crianças estão quietas, uma casa com duas crianças nunca fica quieta.

- Estou aqui em cima - ela grita de volta.

Subo as escadas e vou contar pra ela o que aconteceu hoje ...

- Você não sabe o que eu ... - paro de falar quando entro no quarto e ela esta so de lingerie arrumando a cama.

- Você o que? - diz virando pra mim

- Eu ate esqueci o que eu estava falando

- Oxe, não esta novo pra ter amnésia não? - diz rindo, a cara da sem vergonha nem arde.

- Vou tomar banho - falo tirando a blusa.

- Hum... voltar a treinar esta fazendo bem em - diz deitada na cama me observando tirar a roupa.

- Eu sempre fui gostoso - digo no tom de brincadeira e ela rir e depois morde os lábios quando tiro minha calça - Oh mulher dos infernossssss - falo indo logo tomar meu banho e escuto ela rindo.

DO MEU VENTRE ♡ (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora