Fazer desses, os melhores dos nossos momentos

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Eun-bi acorda sem muita vontade de existir.

Ninguém no lugar dela iria querer. Hoje ela teria que chegar para seu melhor amigo e dizer: "Daqui a dois dias eu irei me despedir de você e sem saber quando vou te encontrar novamente". Não é fácil para ninguém fazer algo assim, mas ela teria que fazer.

Ela desce para tomar café da manhã antes de ir para a escola. Quando chega na cozinha, ela escuta uma conversa de seu pai no telefone:

— O quê? Hum... Amanhã? Sim, sim. Pode ser! ... Ok! Claro. Obrigado.

— O que foi, amor?

— O cara da mudança ligou perguntando se a mudança poderia ser adiantada pra amanhã. Eu falei que sim, desse jeito a gente podia já arrumar a casa antes de sábado. Vamos ter que ficar em Seul resolvendo algumas coisas mesmo.

— Ah, é até melhor mesmo. Mas e a Eun-bi?

— Ela pode ficar aqui até sábado né? Filha o que acha? Você pode ficar sozinha até sábado?

— Sozinha? Por quê?

— O responsável da mudança ligou pedindo pra levar os móveis amanhã, porque houve um problema pessoal e sábado ele estaria ocupado. Então as nossas coisas vão ser levadas amanhã. Pera, mas e como ela vai dormir hein, amor?

— Eita, é mesmo, a cama também vai ser levada. Será que o Heeseung não deixaria ela ficar lá até sábado? Eles aproveitam e ficam juntos até o dia da mudança.

— O que acha filha? Será que a mãe dele deixa?

— Acho que sim pai... Mas antes eu vou ter que dizer o motivo...

— Filha, você já pensou em como vai contar pra ele?

— Não, não sei como falar isso pra ele. É complicado, sabe?

— Eu não consigo nem imaginar como você deve estar se sentindo filha. Mas seja sincera com ele. Lembre-se que mesmo longe vocês terão um ao outro para se apoiar. Já pensou que a distância pode até fortalecer a amizade de vocês?

— Como a distância poderia aproximar alguém?

— Às vezes, quando estamos longe de alguém que amamos muito, nós percebemos de forma mais clara o quanto essa pessoa significa para nós. E quando estivermos novamente perto dela, o laço da amizade pode ter ficado muito mais forte. Tente ver por esse lado. Vocês ainda moram no mesmo país, só vamos para uma cidade diferente. Existem celulares, além do mais, nós podemos visitá-lo nos feriados.

— Queria ser como o senhor, que consegue ver o lado positivo de tudo.

— Não se preocupe, você aprenderá isso ao longo do tempo. Agora você deveria comer, senão vai se atrasar igual a ontem.

Eun-bi escutou o seu pai e começou a comer. De certa forma, ela estava mais tranquila depois dessa conversa. Realmente existiam celulares e feriados. Talvez não fosse o fim de tudo como parecia.

(…)

Eun-bi avistou de longe Heeseung parado no portão da escola, provavelmente esperando por ela. Era inevitável não sentir um aperto no coração. Daqui a poucos dias ela não teria mais essa visão ao chegar em sua nova escola. Mas depois da conversa com seu pai antes de sair de casa, ela se sentia um pouco mais forte para encarar a verdade.

Ela se aproximou de Heeseung e não conseguiu evitar um suspiro de tristeza.

— Eun, aconteceu alguma coisa?

— Depois eu te conto Hee, agora precisamos ir pra sala.

— Ok!

Eun-bi não era vidente, mas sabia que Heeseung já tinha percebido que tinha algo de errado acontecendo. Por sorte, ele sabia esperar pelo tempo de Eun. Ele nunca à forçava falar nada.

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