Três é um Número Melhor do que Dois

761 75 136
                                    

Ni-ki

Abro os meus olhos devagar. Não sei que horas já são mas acredito que não dê mais tempo de ir pra escola. E mesmo que desse eu não iria.

Olho para Eun-bi, que dorme ao meu lado. Eu ainda estava abraçado com ela. Me mexo um pouco para olhar pro seu rosto.

Deslizo meus dedos pelos seus fios de cabelo fazendo um carinho leve e ela se mexe. Continuo o carinho, mas não por muito tempo, pois ela abre os seus olhos devagar.

— Bom dia — digo baixo para não assustá-la.

— Ni-ki...? — ela tem uma expressão confusa e sonolenta no rosto — Onde eu tô?

— Você está na casa do Jay, mais especificamente em um dos quartos da casa dele.

— E por que eu estou aqui? E... Por que você está me abraçando? — percebo que ainda estou agarrado a ela, assim como tinha feito ao me deitar para ir dormir.

— Você não se lembra?

— De quê?

— Você... Eunchae...

— Ah... Estou me lembrando agora. Mas como eu vim parar aqui?

— Quando elas estavam te batendo, eu e Jay chegamos e te salvamos. Só que você estava desacordada. Nós te trouxemos até aqui pra cuidar de você.

— Meus pais sabem onde eu estou?

— Sim, eu pedi para meu pai avisá-los. Mas mudando de assunto, como você está?

— Estou com muitas dores no corpo. Mas o cafuné que você está fazendo em mim ajuda a relaxar.

— Você quer que eu pare?

— Não...

— Você quer se levantar pra comer alguma coisa?

— Se não for incomodo, eu quero ficar um pouco mais deitada com você. Inclusive, eu sou um bom ursinho pra abraçar?

— Sim, você é! E não é incomodo nenhum. Daqui a pouco a gente se levanta.

— Obrigada...

Ela vira seu corpo, fazendo ele ficar de frente para o meu e me abraça também. Essa atitude estranha fez meu coração disparar. Quero proteger ela do mundo.

— Ni-ki... — ela fala quase sussurrando.

— Hum...?

— Quem foi que cuidou de mim quando eu fui trazida pra cá?

— Eu, por quê?

— Obrigada — faz uma pausa — Acho que eu não deveria ter ido falar com elas... Desculpa por isso.

— Não precisa se desculpar Eun, não foi culpa sua isso ter acontecido.

— Eu sei, mas...

— Sem "mas"... Tenta descansar. Você deve estar com muitas dores ainda.

— Por que você está me tratando como um bebê? — a forma que ela resmungou foi fofa, me fazendo olhar para ela e cutucar suas bochechas.

— Porque você é! Meu bebê que eu tenho que cuidar... — deixo um selar na sua testa e ela se assusta um pouco.

— Isso foi estranho...

— Eu sei, mas vai se acostumando.

— Você vai fazer isso de novo?

— Não precisa fingir que não gostou!

— Odeio quando você está certo.

Sorrio pra ela e deixo mais um selar, dessa vez em sua bochecha. Aperto o nosso abraço e volto a fazer os cafunés em sua cabeça.

Behind meOnde histórias criam vida. Descubra agora