As Coisas não Deveriam ter Acontecido Desse Jeito

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O jantar tinha sido uma maravilha para Eun-bi. Ver todas as pessoas que amava reunidas em um só lugar lhe deixava completa, foi quase perfeito, afinal, faltava Jay. Seus olhos brilhavam como estrelas, e ela tinha certeza que estava vivendo um dos melhores momentos de sua vida.

E tudo ficava melhor a cada pedaço do bolo de framboesa que comia como sobremesa.

Todos já tinham terminado suas refeições, e agora suas mães (que ela ainda não se acostumou a chamar de mãe E tia) recolhiam os pratos sujos. Ela pensou em dar uma de filha dedicada, mas a vontade de passar a maior parte do tempo com Heeseung era maior. Ela também sabia que suas mães iriam compreender.

Percebeu Niki ir para a cozinha e ajudar suas mães com a louça. Não interferiu pois ele provavelmente queria passar uma boa impressão.

Dias atrás, em uma conversa, Niki revelou a Eun que ainda estava inseguro com a opinião de sua tia em relação à ele, e que iria sempre demonstrar que era alguém confiável. Então por esse motivo ela resolveu não espera-lo.

— Vamos voltar pro terraço Hee — Eun cutuca o ombro do amigo chamando sua atenção.

— E o Niki? — diz procurando o outro.

— Ele foi ajudar a mãe.

— Qual das duas? — ele ri.

— As duas! — Eun acompanha.

— Mas sério, não vamos esperar ele? — Heeseung volta sua atenção à garota.

— Não precisa, eu sei que ele quer estar ali. Vamos! — Eun diz e faz um sinal com a mão para que o amigo a siga.

— Se você diz...

Eun e Heeseung sobem as escadas e chegam ao terraço novamente.

Eles vão em direção as grades e ficam encostados ali apreciando a vista de Seul por um tempo. As luzes brilhantes da cidade que se misturavam entre si criava um show lindo de se ver. O vento frio que batia em seus rostos os lembrava em que época do ano estavam e trazia uma sensação maravilhosa.

— Eun! — a voz de Heeseung interrompe o silêncio, chamando a atenção de Eun-bi — Ali naquele frigobar tem alguma coisa? — ele aponta para a pequena porta negra do móvel que ficava próximo à parede.

— Eu acho que tem. Por quê? Você quer algo? — Eun responde voltando a apreciar a vista.

— Será que tem soju? — pergunta sem tirar os olhos do objeto.

— Heeseung!!! Ficou louco?! Você ainda tem 17! — Eun olha para o garoto em choque.

— Eu sei, mas, eu conversei com minha mãe e ela disse que me deixaria beber a partir dos 17. Fizemos um acordo.

— Por que vocês fizeram um acordo desse tipo? — Eun perguntou.

— É que, uma vez eu fui convidado pra uma festa, antes de completar 17. Mas mamãe não me deixou ir porque ela sabia que teria bebidas. Então eu tive que recusar o convite e fiquei envergonhado. Falei com ela e fizemos um acordo de que com 17 eu poderia beber. Mas só se eu tivesse alguém pra cuidar de mim, e como ela sempre está trabalhando, nunca tive oportunidade. Mas hoje é o dia perfeito! — diz tocando o ombro da garota enquanto tentava convencê-la.

— Essa foi a coisa mais estranha que eu ouvi hoje. Tudo bem, olha lá se tem. Mas eu espero que você não esteja mentindo. — ela recebe um sorriso de Heeseung.

— E alguma vez eu menti pra você? — ela nega — Então?

Heeseung vai em direção ao frigobar e tira de lá duas garrafas de soju e uma lata de cerveja. Ele anda até o sofá e põe as bebidas em cima da mesa de centro. Eun sai de perto das grades e se senta ao lado de Heeseung no sofá, deixando um grande espaço entre os dois pois havia se sentado na ponta.

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