Isso não é um Adeus

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Eun-bi havia acabado de se despedir de Heeseung e entrar em casa. Então, avistou seus pais assistindo tv, que era a única coisa que ainda não estava pronta para ser levada direto para um caminhão de mudança. Tv é essencial.

— Oi filha, como foi a conversa com Heeseung? — sua mãe foi a primeira a perguntar.

— Foi boa, mãe. Achei que seria mais difícil, mas foi até boa. Ele disse que eu podia ficar na casa dele.

— Heeseung é um bom menino.

— É, ele é sim . Vou sentir muita falta dele quando formos.

— Eu te entendo filha, sei perfeitamente como é ter que ficar sem alguém e não poder fazer nada pra evitar. — Eun percebe uma estranha melancolia na fala de sua mãe.

Eun aproveita a deixa e sobe para tomar banho e se trocar. Quando desce depois de alguns minutos, ela vê 3 caixas de pizza no chão, a janta seria boa! Ela e seus pais começam a conversar enquanto jantam.

— Sabe o que eu percebi pai?

— O quê?

— Eu nunca vi essa casa que a gente vai morar agora.

— É verdade. Bem, pra falar a verdade, ela ainda é melhor que essa. É maior e mais bonita. Fica em um bom bairro também. Falando na nova casa eu lembrei de algo. Você vai estudar na melhor escola da cidade.

— Sério?

— Sim! O filho do meu chefe também estuda lá.

— Então a escola deve ser cara. Como vão pagar? — Eun percebe uma troca de olhares entre seus pais, muito suspeita, inclusive.

— Nós temos o nosso jeito! Mas voltando ao assunto... Pois é, o filho do meu chefe também estuda lá, quem sabe vocês não se tornem amigos.

— Provavelmente não pai, pessoas ricas tendem a ser muito mesquinhas. Não gosto de pessoas assim.

— Se você diz...

Eun e seus pais continuaram conversando e depois foram dormir. No dia seguinte, eles teriam muito trabalho com a mudança.

(…)

Já era finalzinho de tarde e Heeseung estava voltando da escola junto com Eun-bi. Eles iriam para a casa da amiga buscar suas malas e voltariam para casa de Heesung para tomarem banho, se arrumar e sair para passear.

Eun destranca o portão de sua casa para ela e Heeseung entrar. A casa estava vazia, já era de se esperar, mas ao ver a cena, um pequeno aperto sobe para o coração de Eun-bi. Por mais forte que ela estivesse sendo, ela ainda estava triste em ter que se separar do amigo de forma tão brusca. Era difícil.

Eun pede para que Heeseung a espere enquanto ela sobe para buscar as malas no segundo andar. Quando volta, ela dá uma última olhada em sua casa e sai. Já estava pronta para andar quando Heeseung a interrompe.

— Eun, por que você está com essa cara?

— Eu estou bem Heeseung, vamos logo!

— Não Eun, você não está bem. Eu te conheço muito bem. O que foi?

— É só que... Ver a minha casa desse jeito, vazia, me deixou triste. Me lembrou da mudança. Eu ainda estou lidando com isso.

— Tente não pensar nisso...

— Eu tento Heeseung, mas é que às vezes é mais forte que eu! Eu estou tentando me manter firme e encarar isso da forma mais madura possível, mas eu só tenho 15 anos. Eu já tenho que lidar com muitas coisas, ter mais uma na lista me deixou desequilibrada. Talvez eu não seja forte o suficiente para fingir que está tudo bem...

— Eun, escuta aqui, não se preocupe. Não é um crime se sentir triste, você tem esse direito! Eu sei perfeitamente o quão difícil é pra você. É como se estivesse perdendo mais uma coisa na sua vida, mas isso não é verdade. Você não vai me perder! Eu nunca vou te deixar! Você foi e sempre será a melhor coisa da minha vida! Não tem problema se você sente que não é forte o suficiente, eu aguento por nós dois!

Ao ouvir as palavras do amigo, uma lágrima escorre pelo seu rosto. Heeseung era um anjo! Ele enxuga a lágrima e põe o braço por cima do ombro de Eun-bi para que comecem a andar.

(…)

O parque de diversões era o lugar da cidade preferido de Eun e Heeseung. Eles tinham algumas memórias muito engraçadas nesse local. Uma vez, Heeseung tinha visto um cãozinho fofo e estava indo acariciá-lo, mas quando chegou perto, o cão começou a persegui-lo. Em outro dia naquele mesmo parque, Heeseung convenceu Eun-bi a andar na montanha russa, e quando acabou, ela estava tão tonta que ele teve que a levar para casa nas costas.

Hoje eles estavam novamente lá e só iriam sair após gastar todo o dinheiro que tinham nos brinquedos e em comida.

(…)

O plano de gastar todo o dinheiro no parque foi cancelado! Motivo? Eles estavam jogando um jogo de tiro com uma aposta: se Eun ganhasse, eles teriam que ir para um karaokê e Heeseung iria cantar; se Heeseung ganhasse, eles iriam na montanha russa (Eun não teve boas lembranças).

Bem... Eun-bi jogou como se sua vida dependesse daquilo, e ganhou, agora eles teriam que abandonar o parque e ir para um karaokê. Eun amava ouvir Heeseung cantar, ele tinha voz de anjo. Ela certa vez até já comentou sobre ele ter uma carreira voltada pro lado da música, já que ele era muito bom cantando e dançando. Quem sabe virasse um idol? Ela seria sua fã número 1.

Assim, os dois passaram o tempo antes de voltar para casa, cantando como loucos em um karaokê.

Nas músicas tristes eles faziam um drama totalmente exagerado (o proprietário do local pensava que estavam bêbados), e nas animadas, eles pulavam e cantavam como se estivessem em um show.

Era seu último dia juntos, amanhã, pela manhã, Eun estaria viajando para outra cidade e eles passariam muito tempo sem se ver. Queriam enlouquecer como se não houvesse amanhã, lembrar desse dia depois e dar sinceras risadas. Eles conseguiram. Por mais exaustos que estivessem enquanto voltavam pra casa, eles estavam satisfeitos. Melhor do que isso não poderia ser.

No dia seguinte, eles acordaram às 7h. Por volta das 9h, os pais de Eun-bi estariam chegando para buscá-la. Tomaram café da manhã juntos e depois ficaram conversando sobre várias coisas enquanto esperavam. Nenhum dos dois ousaram falar, mas estavam tristes por seu tempo estar se esgotando.

Até que... Esgotou! Ouviram uma buzina do lado de fora: os pais de Eun-bi haviam chegado. Heeseung ajudou a amiga à levar suas malas até o carro e colocá-las no porta-malas. Quando terminaram, eles se olharam e se abraçaram. Seria o último em muito tempo.

— Por favor Eun, não quero que chore.

— Estou tentando, Heeseung, mas estou triste. Agora a ficha está caindo, vou ter que te deixar.

— Não diga isso! Você não vai me deixar. Isso não é um Adeus. É apenas um até logo. Vamos nos ver de novo muito em breve.

— Você me promete?

— Prometo! — Heeseung deu um beijo na bochecha da amiga e abriu a porta de trás do carro.

Eun entrou e fechou novamente a porta. O carro começou a andar, e cada vez mais ela estava longe de Heeseung. Não conseguia se segurar e olhava para trás vendo o amigo acenar dando tchau. "Isso não é um adeus", Eun pensou quando se sentou no banco novamente. Ela teria que se apoiar nisso, porque Heeseung também estava. Ela confiava na palavra dele.

Oiii pessoal!! Espero que estejam bem!! Estão gostando da história? As coisas começaram a se desenvolver no próximo capítulo... Estão ansiosos? Vejo vocês na próxima semana ( ou talvez antes, quem sabe ...) !!

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