ventitré

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Giulia Moretti 🐈‍⬛

Que Deus me tire essa vontade imensa de vomitar.

Frio na barriga, medo, peso na consciência...

Eram as coisas que passavam sobre minha mente desde minha conversa com João ontem.

Foi a coisa certa?

Acredite, eu me fiz essa pergunta a noite inteira depois que João recusou meu pedido para o mesmo dormir aqui.

Estou a vinte minutos deitada olhando para o teto branco e tudo em que eu pensava me remetia ao menino, tudo que eu fazia vinha ele na memória.

A cena do garoto chorando nos meus braços vinha em loop na minha mente.

Fiz de tudo, estudei, trabalhei, vi série, li livros.

E a pergunta que eu me fazia constantemente, era:

porque estou tão cismada com a cena de ontem?

E acredite se quiser, nenhuma resposta vinha, nem uma se quer.

Isso o que me deixava mais frustada, como eu não consigo me entender, como eu não consigo me ajudar? Eu sou terapeuta, como isso é possível!

Nada me ajudaria, nada iria me conter, nada me deixa mais ansiosa do que lembrar de ontem.

Me corroía por dentro saber que fiz João chorar, fiz João ficar triste. Isso me deixava maluca, mais do que eu já me achasse.

Estamos nessa de "vamos tentar alguma coisa" a muito tempo, e parece que sempre tem algo para atrapalhar a gente.

Sem nem perceber vejo que já estou sem tempo para chorar mais, limpo minhas lágrimas que não eram poucas e vou para o banheiro.

Olho para o espelho e eu não reconheço a Giulia que estou vendo.

é claro que não estou me reconhecendo, meu rosto está tão inchado que estou parecendo um Trakinas

Tomo um banho rápido, porque passei todo meu tempo chorando, faço uma maquiagem rápida e coloco o uniforme da delegação.

Como não avia mais tempo, só pego minha bolsa e vou para o carro, que logo dou partida e vou o mais rápido possível para o CT.

Chegando no CT, quase todos aviam chegado, menos a bonita a qui.

- A bonita apareceu. - Gabi brinca comigo. Dou uma risada sem graça para o mesmo.

- Agora podemos ir. - Landim se pronuncia.

João passa por mim e me lança um sorriso de canto, ele sabia que esse sorriso acabava comigo.

- Você tá estranha. - Gabi cruza os braços.

- Só não tô um pouco bem. - Eu falo simples.

O menino só resmunga em resposta, e já embarca no ônibus onde estavam os demais, eu faço o mesmo, sento em uma cadeira no fundo e coloco meus fones.

O caminho todo foi calmo, tirando o fato que os jogadores estavam com os ânimos exaltados com mais uma semi final.

No meu fone tocava a música que eu e João dizíamos ser nossa, "Essa eu fiz para o nosso amor", segurei minhas lágrimas ao máximo que eu pude.

Eu já estava rendida que já tinha perdido o jogador, estava certa de que eu não o merecia e que eu tinha que dar um basta nisso.

Não queria me machucar, nem queria o machucar, eu estava convicta de acabar com tudo.

Isso não seria fácil, nem para mim, nem para ele, porém era necessário!

Meu plano já estava na cabeça, eu não falaria com ele antes do jogo é claro, eu não queria tirar o rendimento do jogador, então eu falaria no final.

Desembarcamos e o clima no vestiário estava ótimo, todos entrosados e felizes.

Jogadores entraram em campo e eu fui para o banco, fiquei do lado de Matheuzinho conversando com o mesmo.

Eu e Matheus prestamos atenção em cada detalhe do jogo. Até que ouvimos o grito de gol soar pelo Maracanã.

Nós abraçamos e gritamos pelo time.

Até o apito final ecoar pelo Maraca, senti um peso sair dos meus ombros, abracei Dorival e o mesmo estava bastante feliz.

Em mais uma final, Copa do Brasil, libertadores, que loucura!

- Preciso falar contigo ragazza. - João me puxa pela cintura.

- Opa, eu também preciso. - Eu falo sem graça.

- Posso falar primeiro? - Ele pergunta e eu afirmo com a cabeça. - Matheus, pega essa sacola aí pra mim. - O menino grita e logo seu amigo vem com a sacolinha. - Olha giu, nem sei como começar. - Ele ri.

- Começa pelo começo. - Eu solto uma risada junto a ele.

- Bom, eu quero que você sabia que des de quando você chegou minha vida ela mudou, porém, mudou para melhor, descobri seus defeitos e suas qualidades, que aliais são muitas. - Ele ri junto a mim. - mas eu quero estar com você nos dias de tempestade, porque sei que você tem medo, quando você for no mercado quero dirigir seu carro, por que eu sei que você odeia, eu quero ser a pessoa que faça comida para você, porque sei que você não tem paciência, quero deitar no sofá e ver a quela série de lobisomem com você, quero ouvir Filipe ret com você, por mais que não faça meu estilo de música, quero acordar primeiro que você,  só para te ver dormir, porque sim, essa é uma das minhas coisas favoritas, e eu percebi que você é minha pessoa favorita, e desde quando eu tinha 14 anos eu sei disso. - O jogador se ajeita e se ajoelha no gramado. - Então, Giulia Moretti, você quer ser minha namorada?

- Sim. - eu falo embolado por culpa minhas lágrimas que eram difíceis de não cair.

Quando me dou conta o Maracanã todo estava aplaudindo e os jogadores também, o que me deixou estremamente envergonhada.

Dou um abraço no jogador e o mesmo me puxa para um beijo.

- Em pensar que eu ia acabar com tudo com você. - Eu ri para ele.

- Sério? - Ele pergunta surpreso.

- Sim mas não vamos entrar nisso agora né? - Eu falo e ele nega. - Bom namorado, agora eu tenho que te assumir como namorado para o mundo né? - Eu pergunto divertida.

- Sim namorada. - Ele rir. - Te amo sabia? - Ele me puxa para mais um abraço.

- E eu te amo mais. - Eu digo durante o abraço.

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Agora foi!!

Chegou o tão esperando momento, nem estou acreditando que aconteceu kkkk

E aí gostaram?

Não esqueçam de votar!!

❤️🖤⚔️


beyond this life - João Gomes Onde histórias criam vida. Descubra agora