Era sexta-feira, você estava cerca de dez minutos atrasada quando chegou no local marcado, assim que desceu, viu que Draken te esperava na porta.- Finalmente, você tá atrasada. - O garoto disse parecendo mais mau-humorado que o normal. - Sério, se atrasar depois que eu fui generoso o suficiente pra te ensinar? Mal educada. Vem, vamos entrar.
- Aqui é sua casa? Tipo... É um puteiro. - Você falou tentando parecer o menos rude possível.
- É, minha mãe trabalhava aqui. - Ele disse te puxando pra dentro.
- Então no final das contas você realmente é um filho da puta! - Você disse brincando, mas ao ver Draken olhar pra você como se fosse te socar, se arrependeu. - Foi mal.
Duas mulheres sentadas em um banco no corredor avistaram vocês. - Ken trazendo uma garota pra cá? Essa é a [Nome]? A garota que você falou? - Uma das mulheres diz sorridente.
- Fica quieta Yuna. - Ele repreende a mulher. - É ela sim.
- Oi. - Você sorriu pra elas. - É um prazer conhecer vocês.
- O prazer é todo nosso, linda! - A outra moça falou animada. - Fique a vontade.
Antes que você pudesse falar mais alguma coisa, Draken saiu te puxando até o quarto dele.
Vocês se sentaram na cama do loiro e abriram seus livros, para o seu azar, Draken parecia impaciente hoje.
- Me mostra até onde você sabe. - Ele disse apontando pro seu livro.
Você abriu o livro na página dez e mostrou pra ele. - Sério? Você só chegou até aí? - O loiro disse com desdém. - Bem, se tratando de você, eu acho que foi até muito. - Você não respondeu. Não queria brigar, afinal, ele estava te fazendo um favor. - Me deixa ver. - Ele pegou o livro das suas mãos. - Essa reposta está errada. Essa aqui também. Essa daqui nem chegou perto. Tanto faz, pelo menos eu tenho uma ideia de com o que eu tô lidando. - Ele te entregou o livro.
- Vamos começar então? - Você disse baixo.
- Vamos, pra começar eu vou te mostrar onde você errou miseravelmente. - Ele apontou pra questão. - Você, sendo o Einstein que é, pegou o elemento errado da questão, era pra pegar esse aqui. - Ele aponta para o elemento certo.
- Eu não prestei atenção. - Você tentou explicar.
- Tanto faz. Dividindo a massa anatômica do carbono, por exemplo. A massa original é 72u, nós dividiremos por 180 e multiplicaremos por 100. Quanto dá em porcentagem?
Você fez os cálculos em um espaço em branco no livro até chegar ao resultado. - Quarenta porcento. - Você disse hesisante.
- Olha só, tá vendo? Talvez tenha salvação pra você no fim das contas. - Você o encarou confusa. - Você acertou, idiota. - Ele completou.
- Cara, eu sou muito inteligente! - Você comemorou.
- Não fique tão orgulhosa, isso é o básico, você devia ter aprendido há séculos.
- Vamos fazer um intervalo. - Você disse.
- Intervalo? A gente acabou de começar! - Draken disse. - Mas acho que vai ser uma boa, te ensinar é cansativo, se tem alguém aqui que precisa de um intervalo, sou eu.
- Obrigada. - Você disse.
- Pelo que? - O mais velho pareceu confuso.
- Por tirar um tempo pra me ensinar.
- Pelo menos você não é ingrata. - O mais velho deu de ombros.
- Você tem essa marra toda mas no fim das contas é um amor. - Você riu.
- Não começa, eu só aceitei isso porque você tava prestes a implorar, fora que eu só tô fazendo isso porque você disse que ia ficar me devendo uma.
- Mentiroso. - Você revirou os olhos pra ele.
- O que? Você achou que eu ia te ensinar porque somos amigos? Não somos. Eu não seria amigo de uma idiota imprestável que nem você. - Ele balançou a cabeça.
Então você levantou e juntou suas coisas. - O que você tá fazendo? - O mais velho questionou.
- Eu vou pra casa, não sou obrigada a aturar seu mau humorzinho. Vai ver se eu tô na esquina. - Você jogou a bolsa no ombro.
O mais velho levantou e foi até a porta para impedir a sua saída. - Você já vai desistir? Sério? Ninguém gosta de perdedores, sabia? Por isso sua mãe bebe tanto, pra aguentar você.
Você ficou calada. Aquelas palavras foram direto pro seu coração, estava cheia do jeito que ele te tratava, e arrastar sua mãe pra tentar fazer você ficar foi a gota d'água. Não sabia o que havia feito pra ele, justo o cara que você ama. - Desculpa.
- O que? Pelo que você tá se desculpando? - O garoto questionou com uma expressão genuína de confusão no rosto.
- Por desperdiçar seu tempo. Agora dá licença. - Você falou com a voz falhando.
Aquilo partiu o coração de Draken, ele se arrependeu instantaneamente por pegar tão pesado com você, não só hoje, mas no geral.
Você sentiu seus olhos marejados finalmente transbordarem, algumas lágrimas solitárias rolavam pela sua bochecha. - O que eu te fiz? - Você questionou de cabeça baixa enquanto o garoto te olhava. - Por que você ama me odiar?
Ele hesitou por alguns segundos, mas sabia que ele precisava ser honesto ou dessa vez te perderia pra sempre. - Eu odeio te amar.
- O que? - Você levantou a cabeça pra poder olhar para o loiro.
- Eu passei dos limites dessa vez, por favor, não chora. - Ele se aproximou de você. - Me desculpa. Eu não devia ter te tratado assim, muito menos ter dito aquelas coisas pra você. - Ele leva a mão direita até seu rosto limpando as lágrimas. - E você não tá desperdiçando meu tempo, você tá indo bem, só precisa prestar mais atenção.
- Eu não vou conseguir aprender a tempo.
- É claro que vai, você é incrível. Além de ser linda, engraçada e charmosa. E eu sei que eu enchi seu saco pra cacete, mas na verdade você tá indo muito bem. - Ele sorriu pra você.
- Por que você me trata assim? - Você falou baixo, quase sussurrando.
- Eu tenho que ser honesto agora... - Ele suspirou. - Eu meio que gosto de você.
- Sério? - Você perguntou praticamente sem perceber.
- É, sério. Já faz bastante tempo. - Ele coça a nuca com a mão esquerda. - Eu agi assim porque não queria deixar esse sentimento assumir. E você é sempre tão aberta com as pessoas, sabe? Eu tenho medo de me machucar... Então eu tento afastar você. - Ele abaixou a cabeça. - É isso, pode ir se quiser. - O garoto sai da frente da porta.
- Eu amo você, idiota. Por que eu sairia? - Você sorriu.
- Você... Me ama? - Ele pareceu chocado. - Mesmo depois de te tratar desse jeito?
- Fazer o que, né? - Você deu de ombros.
- Eu te amo! - Ele veio até você novamente selando seus lábios nos dele.
Vocês iniciaram um beijo lento, ele puxava sua cintura para si como se mesmo colados, não fosse o suficiente. Vocês separaram o beijo e ficaram de testas coladas. - Isso significa que estamos juntos? - O loiro perguntou.
- Se você quiser. - Você sorriu.
- É tudo que eu mais quero. - Ele te abraçou.
Vocês passaram o resto da tarde apenas conversando sobre o quão vocês achavam que se odiavam. Vocês ficaram deitados juntos apenas aproveitando a companhia um do outro sem brigas, pela primeira vez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Love to hate me - Draken x [Nome]
Hayran Kurgu"Amar é querer, desejar estar junto, ter o objeto próximo de si: incorporar, reunir num só corpo, fusionar. Odiar é o estado afetivo que nos impulsiona à aversão, à fuga do objeto hostil." "- Por que você ama me odiar? - Eu odeio te amar." • A histó...